Who Killed the Electric Car
Um assunto muito atual são os carros elétricos e as suas vantagens sobre os de combustão convencional. No entanto, para a indústria automóvel este assunto já tem barbas e, em 2006 foi abordado por um documentário muito interessante e instrutivo acerca do poder da indústria do petróleo na eliminação de concorrentes.
Who Killed The Electric Car - Quem Matou o Carro Eléctrico, 2006, de Chris Paine, com Martin Sheen, Tom Hanks, Mel Gibson, Alexandra Paul, Chelsea Sexton, entre outros.
Este documentário, que não teve estreia nacional, conta-nos a história de um carro com potencial para ser revolucionário na América, o GM EV-1 (General Motors Electrical Vehical 1), desde a sua criação em meados dos anos 90 até ao seu fim definitivo no início da década de 2000.
Este carro foi desenvolvido pela General Motors e lançado na Califórnia do Sul como teste para ver a aceitação do público americano de um produto diferente. A sua aceitação foi grande pois muitas das figuras proeminentes do Estado (essencialmente atores e estrelas de televisão) perceberam as vantagens do carro e rapidamente aderiram.
Mas, com este tipo de publicidade, este era um produto destinado ao sucesso, ou não?
Uma iniciativa da própria General Motors (GM), começou a ser sabotada pela mesma GM. O argumento original da sua criação tinha sido os crescentes preços do petróleo. No entanto, a GM começou a ter receio que este modelo fizesse concorrência aos seus outros modelos convencionais e deixou de investir no projeto.
De igual modo, os carros que eram cedidos aos utilizadores num sistema de aluguer de longa duração, começaram a ser retomados devido à não renovação dos contratos de aluguer.
Este documentário pega em testemunhos de utilizadores, políticos da altura e antigos dirigentes da GM, para desconstruir a linha de interesses que levaram ao fim do GM EV-1, um fim de tal modo radical, que retirou todos os exemplares de circulação.
Os principais motivos avançados para esta situação foram o receio das industrias petrolíferas em perder o monopólio dos combustíveis, o receio do aumento dos custos de curto prazo na indústria automóvel (relacionada com desenvolvimento e investigação) assim como a perda de receitas com uma diminuição das manutenções.
Trata-se de um documentário muito interessante e atual, sobre as forças resistentes a uma mudança imposta pelos monopólios instalados que, como vemos hoje em dia, era fútil, desproporcionada, e inútil.
No final, só atrasou o inevitável e acabou por prejudicar os mesmos de sempre: os consumidores.
Apesar de já ser antigo, este documentário é muito atual e merece ser visto, mais não seja, para se perceber que, como a natureza, não se pode impedir a evolução da história.