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Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Tropa de Elite

No Sessão da Meia Noite temos hoje a oportunidade de falar sobre o nosso filme brasileiro favorito de todos os tempos. Um filme que viria a mudar a maneira de ver as operações da polícia militarizada nas favelas do Rio de Janeiro.

 

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Tropa de Elite, 2007, de José Padilha, com Wagner Moura, Caio Junqueira, André Ramiro, Maria Ribeiro, Milhem Cortaz, Fernanda Machado, André Di Mauro, Paulo Vilela, Fábio Lago, Marcelo Valle, Fernanda de Freitas, Alex Avellar, Ricardo Pagotto Piai, Guilherme Aguilar, Pedro Bonfim.

 

O filme narra as histórias do BOPE (Batalhão Operações Policiais Especiais) na contenção da violência nas favelas do Rio de Janeiro.

 

O argumento decorre em 1997, antes da visita de sua santidade o Papa João Paulo II ao Rio de Janeiro, quando o Capitão Roberto Nascimento (Wagner Moura) é incumbido de eliminar os riscos relacionados com o tráfico de droga no Morro do Turano, próximo dos locais de passagem e estadia do Papa no Rio de Janeiro.

 

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Crente na eficácia do BOPE, o Capitão Nascimento assume a sua tarefa com profissionalismo, ao mesmo tempo que procura um substituto para liderar a sua unidade uma vez que, a sua família o pressiona para a sua saída das atividades operacionais mais perigosas.

 

Contudo, as ideias do Capitão Nascimento vão mudar com a entrada no BOPE de dois aspirantes: Neto Gouveia (Caio Junqueira) e André Matias (André Ramiro), que trazem consigo capacidade de liderança e uma vontade férrea de lutar contra a violência dos traficantes e a corrupção da Polícia Militar.

 

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Pelo caminho somos confrontados com os verdadeiros responsáveis pelas atividades criminais no Morro, e apresentados aos meandros da corrupção que grassa na Polícia Militar, desde os graduados mais baixos até às mais altas patentes.

 

Este filme foi a primeira longa metragem de José Padilha, depois do sucesso do seu premiado documentário Onibus 174 (2002), e revelou ao mundo uma nova abordagem à violência nas favelas, apresentada de um modo muito frontal e direto.

 

Na realidade, este filme gerou muita discussão e controvérsia na sociedade brasileira, pois introduziu o conceito de que os verdadeiros responsáveis do tráfico de droga são os utilizadores das drogas, essencialmente de classes médias e altas, sem os quais não haveria mercado para os estupefacientes traficados.

 

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Baseado no livro "Tropa de Elite" do antropólogo Luiz Eduardo Soares e dos oficiais do BOPE André Batista e Rodrigo Pimentel, o filme é uma reflexão correta e exata, da violência urbana na cidade do Rio de Janeiro e das atividades do BOPE e da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

 

José Padilha criou uma forma diferente de apresentar ao mundo as realidades violentas da sociedade brasileira, incutindo veracidade e realismo nas suas produções, sem grandes truques de imagem que pudessem prejudicar o resultado final.

 

A realização é irrepreensível, e a sua capacidade de dirigir o talento dos atores num contexto agressivo como são as favelas brasileiras, comprova a sua qualidade.

 

 

De igual modo, a fotografia do filme é muito boa, misturando o sortido colorido das típico brasileiro, com as realidades da noite escura nos raides contra o tráfico. O elenco é muito bom, mas temos que destacar o trabalho de Wagner Moura cujo carisma conduz o espetador pela mão durante todo o filme.

 

Longe do que nos chega através das novelas, este filme mostra-nos um pouco do que é a vida do brasileiro pobre nas favelas, onde o tráfico é a única solução para sobreviver, alimentado pela procura dos riquinhos da zona sul, e controlada pelos líderes da Polícia Militar.

 

Excerto "Quêm matou esse homen?" 

 

É um filme cuja violência pode afastar alguns espetadores mais influenciáveis mas, definitivamente a ver sem qualquer dúvida. O trabalho final é de excelente qualidade.

 

Classificação SMN 10/10.