Some Kind Of Monster
Hoje comentamos um documentário que relata uma parte muito relevante da história de uma das maiores bandas de Heavy Metal de sempre, e uma das nossas favoritas – Metallica, num período particularmente fraturante, em que a banda esteve para acabar.
Metallica: Some Kind Of Monster, 2004, de Joe Berlinger e Bruce Sinofsky, com James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett, Robert Trujillo, Jason Newsted, Dave Mustaine, Eric Avery, Pepper Keenan, Frank Munoz, Bob Rock, Mike Inez, Scott Reeder, Chris Wyse.
Após os álbuns Load e Reload de 1996 e 1997, e uma lista longa de concertos (302) em oito diferentes digressões, em 2000-2001, os Metallica preparavam-se para entrar em estúdio e gravar o que seria o seu oitavo álbum.
Mas, no início de 2001, o baixista Jason Newsted comunica a sua saída da banda, alegando divergências criativas, o que coloca uma grande tensão sobre os restantes membros da banda.
No entanto, forçando uma situação já de si muito difícil, uma vez que Jason Newsted tinha sido membro oficial da banda desde 1986, os Metallica decidem avançar para o trabalho de estúdio, colocando a nu as rivalidades existentes no interior da banda.
Os egos de cada um vieram à tona, essencialmente os de Lars e James, assim como a acumulação de comportamentos aditivos que quase os levou à rutura total.
É sobre este período, entre 2001 e 2003, que o documentário se foca, mostrando, de uma forma muito intimista e pessoal, as dificuldades de relacionamento criativo e pessoal, causadas por quase vinte anos de vida em comum, desregrados, de sexo, drogas, álcool e rock'n'roll.
Com as gravações das sessões em estúdio e das reuniões de trabalho da banda, é possível perceber, nesse período, o quão perto de acabar estiveram os Metallica. Este documento, que é essencial para os fãs da banda, segue Lars, James e Kirk de uma forma muito próxima, e mostra-nos a responsabilidade de cada um dos três na causa do problema e as suas lutas nas tentativas de resolução.
Este pedaço da história dos Metallica termina com o processo de recrutamento de um novo baixista para a banda - que acabou por ser Robert Trujillo, e o finalizar das gravações de St. Anger - o sucessor de Reload.
A especificidade deste excelente documentário faz com que o seu nicho de mercado seja exatamente os apreciadores de Heavy Metal, especificamente para os fãs de Metallica. Contudo, todo o verdadeiro apreciador de música poderá retirar algo deste pedaço da vida de uma grande banda.
Para mim, que sou apreciador da banda quase desde o seu início, é muito interessante conhecer um pouco mais da sua realidade, perceber a humanidade das pessoas que a integram, e compreender melhor algumas alterações de rumo na carreira de uma das maiores bandas de sempre.
Classificação SMN: 10/10.