Mr. Church
Estreou no passado dia 16 de setembro, um filme que nos levantou a curiosidade pois é um registo fora do normal para o ator em questão. Eddie Murphy retorna aos grandes écrans, pela primeira vez desde 2011, num drama surpreendente.
Mr. Church, 2016, de Bruce Beresford, com Eddie Murphy, Britt Robertson, Natasha McElhone, Xavier Samuel, Lucy Fry, Christian Madsen, McKenna Grace.
Eddie Murphy é Henry Joseph Church, um cozinheiro talentoso que é contratado para ajudar uma pequena família - a mãe Marie (Natascha McElhone) e a filha Charlotte (Britt Robertson). Marie encontra-se gravemente doente, e com uma esperança de vida muito curta.
Contudo, o compromisso que originalmente seria de 6 meses transformou-se em 15 anos, possibilitando o crescimento de laços fortes entre os três protagonistas.
Mr. Church, durante dia, faz todas as tarefas disponíveis desde cozinhar, arrumar a casa, dar os medicamentos a Marie, acompanha-la à quimioterapia, ajudar na educação de Charlotte, enfim, quase todos os papéis do homem da casa.
No entanto, o acordo entre eles previa que, após o final do dia, a privacidade de Mr. Church era primordial, e não estaria disponível para ser partilhada com a família.
Com o avançar do filme vamos percebendo que Mr. Church tem muitos demónios do seu passado e que este seu "trabalho" diurno também serve para compensar o Karma da sua alma por problemas antigos.
O realizador Bruce Beresford (Driving Miss Daisy - Miss Daisy de 1989 e Double Joepardy - Duplo Risco de 1999) tem aqui um grande desempenho orientando os três protagonistas pelo meio de um argumento dramático forte, com uma perspetiva de redenção, conhecimento individual e, aquilo que realmente é importante para cada um.
O argumento escrito por Susan McMartin é baseado na sua historia de vida e no real Mr. Church que a guiou na sua descoberta da vida, das suas vicissitudes e dos seus demónios, à semelhança daquilo que o realizador conseguiu transmitir para a tela.
Bruce Beresford, Susan McMartin, Britt Robertson e Lee Nelson
Este filme foi uma surpresa muito agradável para o Sessão da Meia Noite pois, ainda que sejamos fãs de Eddie Murphy no seu registo cómico de ação usual, nunca tinha existido a oportunidade de o ver num papel mais sério.
É uma experiência impressionante que nos apresenta uma história de alguém que, mesmo com os defeitos que todos temos, consegue ajudar os outros de um modo fora do normal, constituindo assim uma marca indelével nas suas vidas.
Este é um retorno em grande de Eddie Murphy, que aqui comprova para os mais desatentos que se tornou num ator mais completo, capaz de construir figuras difíceis e complexas emocionalmente, e com uma grande capacidade de atrair o público.
Quem quiser conhecer melhor a história de Susan McMartin e de Mr. Church siga a ligação para um artigo da revista Forbes.
Pelo história, realização e interpretações, é um filme a não perder.