Casino Royale (1967)
Para o Sessão da Meia Noite, qualquer filme do James Bond antigo é um clássico. Neste caso trata-se de uma obra "não oficial" sobre as aventuras do espião britânico mais famoso de todos os tempos.
Casino Royale, 1967 de Ken Hughes, John Huston, Joseph McGrath, Robert Parrish, Val Guest e Richard Talmadge, com David Niven, Ursula Andress, Peter Sellers, Orson Welles, Joana Pettet, Woody Allen, Deborah Kerr, William Holden, Charles Boyer, John Huston, Jean-Paul Belmondo, Barbara Bouchet, Jacqueline Bisset, Duncan Macrae, Valdek Sheybal, Geraldine Champlin, Angelica Huston, Burt Kwouk, Caroline Munro, Peter O'Toole, David Prowse, Angela Scoular, John Hollis, Milton Reid, Peter Burton, Nikki Van der Zyl, Terence Cooper, Dalilah Lavi, Stirling Moss.
Com um argumento baseado levemente no primeiro romance de James Bond por Ian Fleming, Casino Royale nasceu numa altura em que os direitos sobre a saga ainda não tinham sido todos arrebatados pelos produtores Albert R. Broccoli e Harry Saltzman, do que viria a ser a EON Productions.
Assim, o argumento apresente-nos um cenário onde o James Bond original (David Niven), que se encontravam retirado, tem que voltar ao ativo para investigar o desaparecimento de diversos espiões internacionais, entre eles M.
Para tal, James terá que medir forças com o misterioso Dr. Noah e a organização criminosa SMERSH, que é uma agência fictícia de contra inteligência Soviética, cujo acrónimo significa Spetsialnye MEtody Razoblacheniya SHpionov, ou em Português "métodos especiais de deteção de espiões".
A técnica utilizada por James Bond, que neste filme fica à frente do MI5 (sim, não é engano), é enganar a SMERSH com múltiplos Bonds e assim dissimular os seus reais planos. Devido a esta técnica, este filme foi publicitado utilizando a expressão:
"Casino Royale is too much ... for one James Bond!"
Este filme foi lançado no mesmo ano de You Only Live Twice, onde Sean Connery personificava o notório espião britânico. Na realidade, Casino Royale foi o quinto filme a retratar James Bond no cinema, mas com uma visão completamente diferente dos filmes anteriores.
Desde logo é uma comédia declarada, com alguma ação, cheia de elementos satíricos aos filmes de Bond e de espionagem em geral, este filme apresenta-nos um James Bond com família viva e presente, nomeadamente uma filha (nascida de uma relação com Mata Hari) e um sobrinho - Jimmy Bond (que é retratado por Woody Allen).
O elenco é riquíssimo, contendo tudo o que eram estrelas do cinema britânico da altura, e a realização é assegurada por seis realizadores diferentes, algo muito fora do normal, onde cada um foi responsável por algumas sequências em particular.
Obviamente que tanta estrela junta teria que dar problemas e o maior deles foi a grande inimizade entre Peter Sellers e Orson Welles cujas cenas em conjunto foram gravadas com duplos e compostas na edição. Os dois atores nunca estiveram simultaneamente em cena.
O produto final é extremamente divertido e bem construído, muito característico da época, por meio das cenas nonsense do argumento, e das qualidades humorísticas dos seus protagonistas.
A qualidade do filme revelou-se na aceitação do público, apesar dos resultados de bilheteira não terem sido superiores aos de You Only Live Twice (que estreou dois meses depois) e nas nomeações para prémios, nomeadamente para: Óscar para melhor música, BAFTA para melhor guarda-roupa e Grammy para melhor banda sonora.
Este é um clássico das sátiras aos filmes de espiões, que serviu de bitola para todos os que se lhe seguiram. São 2h11m de diversão assegurada, onde não damos pelo tempo passar.
Classificação SMN: 7/10.