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Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

The Muppets Christmas Carol

Uma das histórias mais intemporais do período de Natal - Um Conto de Natal de Charles Dickens, foi também interpretado pelos Marretas, no longínquo ano de 1992.

 

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The Muppets Christmas Carol - O Conto de Natal dos Marretas, 1992, de Brian Henson, com Michael Caine, Dave Goelz, Steve Whitmire, Jerry Nelson, Frank Oz, Steve MacKintosh, Meredith Braun, Robin Weaver, Jessica Fox, David Shaw.

 

Este filme apresenta-nos uma história por todos conhecida, contada pelos olhos dos Marretas, numa vertente musical, humorista e de fantasia, da revitalização do espírito natalício, personificado no velho avarento Ebenezer Scrooge.

 

Os nossos velhos conhecidos Cocas, Miss Piggy, Gonzo, Rizo, Animal, Beaker, Dr. Bunsen Honeydew, Sam Eagle, Fozzie, Statler, Waldorf e muitos outros, liderados pelo grande Michael Caine como Ebenezer Scrooge, conduzem-nos através dos Natais passados, presente e futuros, mostrando a Scrooge uma realidade que ele nunca viu devido à frieza como toma as suas decisões.

 

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Ao se dar conta disso, Scrooge vê a possibilidade de mudança e aproveita-a na sua plenitude, decidindo alterar os seus comportamentos avarentos, tornando-se mais solidário como o objetivo de alterar um futuro possível.

 

Apesar do estilo muito próprio dos Marretas e da herança de Jim Henson, o argumento é muito fiel ao livro.

 

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Curiosamente, os fantasmas dos Natais passado, presente e futuro foram interpretados por marretas completamente novos, criados especialmente para o filme.

 

Este é o quarto filme dos Marretas, e o primeiro após a morte do seu criador Jim Henson, tendo sido realizado pelo seu filho Brian, naquilo que foi a sua estreia como realizador.

 

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Sobre o tema, Michael Caine chegou a dizer que só soube que este era o primeiro filme de Brian Henson a meio da produção, e que ficou muito impressionado pela qualidade do trabalho desenvolvido.

 

Na realidade este filme acaba por ser uma boa versão para um público jovem, que seja conhecedor e apreciador do universo dos Marretas e das suas interpretações musicais e algo cómicas das realidades do dia-a-dia.

 

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Hoje em dia passaram quatro anos desde o último filme dos Marretas (Muppets Most Wanted de James Bobin em 2014), mas o auge da sua popularidade já passou à muitos mais e, estão relegados para um público de nicho que ainda aprecia estes bonecos reais (e não criados através de efeitos digitais).

 

No final é um filme bonito e algo nostálgico, que nos transporta um pouco para os anos 90 do século passado e para os nossos anos de juventude onde o sapo Cocas e a Miss Piggy eram os reis do entretenimento.

 

 

Classificação SMN:7/10.

A Christmas Prince

Uma das propostas de Natal que o Netflix apresentou em 2017, e que tem uma sequela em 2018, é o filme de que vamos falar de seguida.

 

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A Christmas Prince - Um Príncipe de Natal, 2017, de Alex Zamm, com Rose McIver, Ben Lamb, Alice Krige, Honor Kneafsey, Sarah Douglas, Emma Louise Saunders, Theo Devaney, Daniel Fathers, Joel McVeagh, Tom Knight, Richard Ashton.

 

Um Príncipe de Natal, é um romance leve e descomplicado entre uma jornalista nova-iorquina e um príncipe, prestes a tornar-se no novo rei de Aldovia.

 

Amber Moore (Rose McIver), é uma jovem jornalista a quem lhe é atribuída uma reportagem para participar numa conferência de imprensa dada pelo futuro rei de Aldovia, o suposto playboy príncipe Richard (Ben Lamb).

 

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Inconformada com o facto de a conferência ter sido subitamente cancelada pela falta de comparência do príncipe, Amber decide infiltrar-se no palácio como precetora da irmã mais nova do príncipe – Emily (Honor Kneafsey), uma jovem que possui dificuldades motoras por ter nascido com espinha bífida.

 

A partir do momento em que conhece Richard, Amber começa a questionar todas as ideias pré-concebidas que possuía acerca do príncipe, essencialmente sobre o facto de este ser um playboy.

 

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No entanto, o disfarce de Amber é desmascarado pela princesa Emily, que resolve não contar nada a ninguém sobre a Amber, desde que ela faça uma reportagem contando a verdade sobre o seu irmão

 

Aos poucos, o relacionamento entre o príncipe e a jornalista começa a ganhar contornos mais profundos, acabando ambos por se apaixonarem.

 

Contudo, Amber faz uma descoberta bombástica sobre o príncipe Richard, com fortes implicações no rumo do reino de Aldovia, mas Lady Sofia (Emma Louise Saunders) que se acha a principal pretendente ao herdeiro do trono, anda desconfiada de Amber e principalmente do interesse do príncipe por esta. Então decide invadir o quarto de Amber para ver o que consegue descobrir.

 

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Na Véspera de Natal, quando o príncipe Richard se prepara para ser coroado, algo acontece que pode mudar o rumo de Aldovia. Será que Amber poderá corrigir este facto? E será que este filme será mais um conto de fadas com final feliz?

 

Para isso terão de ver o filme, nós no Sessão da Meia Noite torcemos pelo jovem casal, até porque em 30 de novembro o Netflix estreou Um Príncipe de Natal: O Casamento Real, brevemente comentado aqui no nosso blog.

 

 

De notar que se trata de um filme cheio de clichés onde o “momento surpresa” não acontece, mas que se vê bem numa tarde de chuva onde o que apetece é ficar no sofá com uma mantinha e umas pipocas (para os apreciadores, claro).

 

Classificação SMN: 6/10.

The Christmas Chronicles

Uma outra proposta feita pelo Netflix para o Natal de 2018, estreou no dia 22 de novembro e arrisca tornar-se um clássico instantâneo.

 

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The Christmas Chronicles - Crónicas de Natal, 2018, de Clay Kaytis, com Kurt Russell, Darby Camp, Judah Lewis, Oliver Hudson, Kimberly Williams-Paisley, Tony Nappo, Lamome Morris, Martin Roach, Vella Lovell, Lauren Collins, Steve Van Zandt, Goldie Hawn.

 

Crónicas de Natal, é um filme de aventura, comédia e cheio de fantasia, que escapa ao cliché dos filmes românticos de Natal, colocando-se ao nível de Scrooged - SOS Fantasmas (1988) de Richard Donner, ou A Christmas Carol - Um Conto de Natal (2009) de Robert Zemeckis, na reafirmação do verdadeiro espírito do Natal.

 

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O argumento apresenta-nos a história de dois irmãos Kate (Darby Camp) e Teddy (Judah Lewis) que, incrédulos com a realidade do conceito natalício, planeiam apanhar o Pai Natal em flagrante.

 

No meio das suas atividades de "vigilância" acabam por danificar o seu trenó e, assim, vão ter de o ajudar a entregar os presentes e salvar o Natal.

 

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O filme começa com flashbacks dos Natais passados da família Pierce, todos registados em vídeo, mas os preparativos de 2018 não contam com  Doug Pierce, pai de Kate e Teddy, pois este faleceu no cumprimento do dever.

 

Teddy Pierce tem uma grande revolta que o leva a tomar más decisões, a caminho da delinquência juvenil, saindo com “amigos” para beber e roubar carros.

 

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Kate, talvez devido a ser mais nova, tenta por tudo que as tradições se mantenham, suportando uma noção de normalidade, mas sempre denotando alguma tristeza pela ausência e revolta do seu irmão.

 

Temos também, Claire (Kimberly Williams-Paisey), uma mãe desesperada por não saber o que fazer em relação aos filhos, ao mesmo tempo que tenta suplantar a dor da perda do marido.

 

Kate mantém a tradição do pai, e nesta altura do ano anda sempre a filmar (vemos aqui uma maquina com cassetes de vídeo, algo que em 2018 já não se usa).

 

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A véspera de Natal será apenas ela e o irmão pois a mãe foi chamada de urgência para o hospital. Assim, determinada em manter o seu irmão próximo dele convence-o a apanhar o Pai Natal (Kurt Russell) em flagrante com a sua máquina de filmar.

 

Depois de espiar a chegada do Pai Natal, Kate e Teddy escondem-se no seu trenó, e provocam um acidente que põe em risco o Natal de milhares de crianças.

 

Aqui inicia-se uma verdadeira aventura, com um Pai Natal algo diferente do que temos no nosso imaginário. Depois de inúmeras peripécias entre o Pai Natal, as renas e Kate e Teddy, o Pai Natal acaba preso…

 

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Uma das melhores cenas do filme é quando o Pai Natal transforma a sua cela num espetáculo de rock'n’roll, onde o vemos a fazer uma imitação de Elvis, com uma grande performance de Steve Van Zandt.

 

Mas será que o Pai Natal consegue sair a tempo de entregar todos os presentes a todas as crianças no mundo? Para isso terá que assistir ao filme.

 

Kurt Russell tem um desempenho brilhante, interpretando um dos melhores Pais Natais dos últimos tempos, divertido, competente, e até um pouco irreverente, transformando uma história clássica num filme muito bom.

 

 

É um filme leve, com muita aventura para se ver nesta altura do ano com a família reunida, pois trata um pouco do imaginário de todos nós, quando éramos crianças, e talvez possa acender um pouco a chama dos menos crentes de que o Pai Natal deverá sempre existir no imaginário de cada um, nem que seja para que, pelo menos nos primeiros anos de vida, as crianças possam contar com essas memórias.

 

É com certeza o melhor filme produzido pela Netflix que vimos este ano.

 

Classificação SMN: 9/10.

Amy

Hoje falamos de um dos ícones musicais recentes mais brilhantes e mais fugazes de que há memória: Amy Winehouse, sob a forma de um documentários de Asif Kapadia de 2015.

 

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Amy, 2015, de Asif Kapadia, com Amy Winehouse, Lauren Gilbert, Juliette Ashby, Nick Shymansky, Tyler James, Janis Winehouse, Mitch Winehouse, Salaam Remi, Yasiin Bey, Tim Kash, Pete Doherty, Blake Fielder-Civil, Mark Ronson, Tony Bennett.

 

Conhecida de quase todos pela sua linda e melódica voz, e pelos excessos com bebidas e drogas, a cantora e compositora Amy Winehouse é uma marca importante da música contemporânea e um exemplo de como as circunstâncias que rodeiam o sucesso podem destruir uma pessoa.

 

Este documentário mostra-nos uma pouco mais daquilo que apareceu nos media sobre a vida de Amy, desde os seus tempos de adolescência pré fama, até ao desfecho final trágico de 23 de julho de 2011, onde o seu frágil corpo não conseguiu aguentar todos os excessos cometidos.

 

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Através de filmagens e vídeos amadores, complementados com testemunhos de amigos e colegas, vamos sendo apresentados à vida de Amy, à sua evolução de menina tímida que cantava em casa, até à superestrela de classe mundial que enchia qualquer espetáculo.

 

O trabalho de realização de Asif Kapadia, responsável por um dos melhores documentários dos últimos tempos - Senna de 2010, molda o trabalho de modo a que cada espetador crie a sua própria opinião acerca do que se passou e de quais foram os principais atores na construção da realidade disfuncional que sempre rodeou Amy.

 

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Percebemos claramente que Amy sempre foi uma pessoal frágil, e de sentimentos fortes, e estes sempre conduziram a sua vida, de tal forma  que se por um lado lhe permitiram criar algumas das melhores músicas dos últimos 10 anos, por outro  também a levaram a confiar nas pessoas erradas.

 

Pessoas erradas não seriam exatamente mas, as suas intensões nunca foram as melhores. Família e amantes que a conduziram em direção ao lucro e à diversão pessoal, negligenciado a pessoa que era Amy, as suas carências de suporte afetivo e aceitação da fama e exposição rápida que veio com o seu sucesso.

 

Este documentário é excelente, pois toda a informação foi trabalhada de uma forma muito isenta e sem preconceitos, abordando assuntos chave na vida de Amy Winehouse como o abuso de álcool e drogas, a bulimia e os distúrbios alimentares, o sucesso rápido e a exposição total da sua imagem com as inerentes pressões dos media, etc.

 

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Com o foco nos temas chaves vemos as reações de Amy e as consequências que tiveram na sua vida.

 

Em suma, este é um documento muito importante na história da música contemporânea, e deve ser visto não só pelos apaixonados por música e cinema mas, mais importante, por aspirantes a "estrelas" da música, revelando um pouco das pressões inerentes ao sucesso, e dos abutres que tendem a pairar sobre os famosos.

 

Classificação SMN:  9/10.