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Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Cowspiracy

Hoje comentamos um documentário que deu origem a muitos comentários, tecidos por algumas figuras da televisão portuguesa e que, lhes despertou a atenção para certos problemas ambientais, tendo inclusivamente contribuído para uma mudança radical de hábitos alimentares.

 

Curiosos pelo impacto gerado, no Sessão da Meia Noite decidimos verificar em primeira mão do que se tratava.

 

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Cowspiracy: The Sustainability Secret, 2014, de Kip Andersen e Keegan Juhn, com Lisa Agabian, Manucher Alemi, Lindsey Allen, Kip Andersen, Will Andersen, Deniz Bolbol, Heather Cooley, Kamyar Guivetchi, Bruce Hamilton, Susan Hartland, Howard Lyman.

 

No Sessão da Meia Noite, vimos este documentário na versão produzida para a Netflix, com o apoio e os meios da empresa de produção de Leonardo DiCaprio: Appian Way Productions.

 

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O documentário segue o percurso de Kip Anderson, na descoberta das questões colocadas pela agricultura animal em grande escala e as alterações provocados no meio ambiente, que conduzem a alterações ambientais e climáticas.

 

Começamos por ver Kip como um jovem ambientalista algo inocente e pouco informado, a pegar em informação presente em relatórios das Nações Unidas antigos e a tirar as suas próprias conclusões, especificamente sobre o assunto de agricultura animal intensiva.

 

Após a recolha dos dados bibliográficos, Kip confronta as diversas entidades de proteção ambiental presentes no estado da Califórnia (Greenpeace, Surfrider Foundation, Sea Shephard Conservation Society, Rainforest Action Network, entre outras) sobre o assunto mas obtém poucos resultados práticos.

 

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Após esta leitura dos objetivos das grandes entidades de proteção ambiental, há uma deriva no documentáriopara a mudança de hábitos alimentares, nomeadamente desistindo do consumo de carne de qualquer tipo, e seguindo as orientações do veganismo.

 

O documentário está relativamente bem construído e levanta algumas questões interessantes, contudo falha noutros pontos onde se torna falacioso e até tendencioso em direção a uma filosofia específica.

 

Numa primeira leitura percebemos que há uma certeza inequívoca neste processo todo: a indústria de agricultura animal intensiva, nos Estados Unidos, tem um poder enorme e meios quase ilimitados para conservar as suas receitas chorudas.

 

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Mais, todas as questões relacionadas com problemas ambientais, e até na saúde humana, causados pela criação de gado intensiva não são populares e os políticos fogem delas pois não atraem votos, nem apoios, e muito menos contribuições financeiras.

 

Fica também claro que a agenda das organizações de proteção ambiental está focada nos problemas causados pelo uso de combustíveis fosseis e na alteração de hábitos diários no consumo de água, não apresentando este “problema” como um ponto de interesse.

 

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No entanto, quando o documentário começa a advogar pela causa do vegetarianismo e do veganismo, aparece a ingenuidade do nosso interlocutor que, de acordo com os seus próprios relatos, nunca pensou de onde vinha a carne que comprava no supermercado dentro das embalagens.

 

São apresentados alguns interlocutores, identificados como “especialistas” na matéria que são praticantes do veganismo, sem qualquer tipo de contraditório, ou comprovação por um especialista independente.

 

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Investigando um pouco mais a fundo, percebemos que as ajudas visuais que são usadas com grande impacto no filme, foram criadas a partir de informações que, à data de lançamento do documentário, já se havia percebido que estavam erradas.

 

Em suma, o documentário é interessante e levanta algumas questões importantes, que ninguém quer falar na sociedade Americana mas, a manipulação da informação e dos dados tira-lhe alguma fiabilidade, e deixa-nos com uma publicidade à adoção do veganismo, como resolução de todos os problemas causados pela criação intensiva de gado.

 

 

No Sessão da Meia Noite ficámos sem perceber o porquê de tanto alarido sobre este filme/documentário.

 

Classificação SMN: 6/10.