Like Father
A disponibilidade de títulos apresentada pelo Netflix conduz-nos a experimentar títulos pelos quais, normalmente, não teríamos interesse. No entanto, seja pelos intervenientes, pelo tema, ou pela nossa disposição na altura, há filmes que recebem a nossa atenção sem o terem solicitado. Hoje falamos de um desses casos.
Like Father – Tal Pai, Tal Filha, 2018, de Lauren Miller Rogen, com Kristen Bell, Kelsey Grammer, Danielle Davenport, Kimiko Glenn, Wynter Kullman, Brett Gelman, Jon Foster, Elisabeth Ness, Brian McCarthy, Keilly McQuail, Seth Rogen.
Like Father é uma comédia sentimental, meio disfarçada de drama familiar, onde Kristen Bell é Rachel, uma profissional da publicidade, workaholic, que é deixada no altar pelo seu noivo, devido à sua incapacidade em se libertar do trabalho.
Para complicar uma situação já de si má, Harry (Kelsey Grammer), o pai de Rachel, que ela não vê há vinte anos, aparece no casamento, numa tentativa de reaproximação e partilha de uma ocasião que deveria ser especial e feliz.
Contudo, após o desaire matrimonial, Rachel dá consigo a falar com Harry num bar onde, depois de muitas bebidas, decide ir com Harry no cruzeiro que tinha marcado para a sua lua-de-mel.
Obviamente que o acordar não foi simpático, não só pela ressaca, mas também pelo facto de já se encontrarem em alto mar, em direção às Caraíbas.
E assim fica montado um cenário de sonho, num dos maiores navios de cruzeiro do mundo, onde pai e filha, vão tentar debelar as suas diferenças e os sentimentos que os afastam, de modo se poderem voltar a relacionar de uma forma normal.
Este filme vale essencialmente pelos momentos de partilha e confronto entre Rachel e Harry, onde podemos ver um pouco qualidade cómico-dramática de Kirsten Bell e a excelência de Kelsey Grammer.
O filme parece um anúncio publicitário à Royal Caribbean, e a todas as atividades disponíveis nos seus cruzeiros. Aliás, este é o maior exemplo de product placement que vimos nos últimos tempos – e deve ser difícil de superar.
A cinematografia é muito boa, e aqui a realizadora soube aproveitar os cenários naturais das Caraíbas para colorir a sua história de lugares maravilhosos, com cores fabulosas, que nos fazem sonhar com o retorno das férias.
Este filme é claramente familiar na sua génese, e perfeito para partilhar com os seus entes queridos nas noites mais frescas de Verão, revelando que, apesar das diferenças e da distância emocional que pode separar duas pessoas, os laços familiares nunca se quebram totalmente, e é sempre possível reconstruir estas ligações, desde que exista a perceção de que são eles que nos definem.
Classificação SMN: 6/10.