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Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Comedians in Cars Getting Coffee - T2

O verão de 2013 trouxe consigo a segunda temporada de Comedians in Cars Getting Coffee, com somente seis episódios com mais comediantes e cafés à mistura.

 

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Lançados pela Crackle entre 13 de junho e 18 de julho, estes episódios tiveram os seguintes intervenientes.

 

  1. Sarah Silverman – Jaguar E-Type Serie 2 de 1969
  2. David Letterman – Volvo 960 station wagon de 1995
  3. Gad Elmaleh – Citroën 2CV de 1950
  4. Don Rickles – Cadillac Eldorado de 1958
  5. Seth Meyers – Porsche 911 Carrera RS de 1973
  6. Chris Rock – Lamborghini Miura P400S de 1969

 

Um dos propósitos que descobrimos nesta série foi o facto de se levantar um pouco do véu sobre algumas figuras que nós só conhecemos nas telas do cinema e na televisão.

 

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Descobrimos que Sarah Silverman é algo contida e civilizada, agradável e muito simpática, e David Letterman numa das suas primeiras aparições quase irreconhecível com uma farta barba branca, ao melhor estilo de Bob Rock.

 

Outra curiosidade muito interessante desta temporada, que aparece no segundo episódio, é que Jerry Seinfeld dá boleia a David Letterman numa carrinha Volvo, de aparência normal, mas cujo motor e estrutura foram preparados pela equipa de corridas de Paul Newman. Destas só há duas no mundo.

 

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Para além das curiosidades, e de alguns momentos muito divertidos, os nossos episódios favoritos foram os de Don Rickles e o de Chris Rock.

 

O primeiro porque foi uma surpresa muito agradável de um comediante profissional cuja figura e postura nos desperta imediatamente para a o humor.

 

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Chris Rock foi um excelente convidado pois conseguiu criar com Jerry uma dicotomia humorística que cativa e convence. O seu estilo extrovertido contrasta com um Jerry mais recatado, o que cria um ambiente muito divertido

 

Para além de tudo isso, acresce ainda o facto de terem sido parados pela polícia.

 

É uma continuação da primeira temporada, sem grandes alterações, onde estão sempre garantidos alguns minutos de boa disposição.

 

 

Em breve a temporada 3.

 

Classificação SMN: 9/10

Cowspiracy

Hoje comentamos um documentário que deu origem a muitos comentários, tecidos por algumas figuras da televisão portuguesa e que, lhes despertou a atenção para certos problemas ambientais, tendo inclusivamente contribuído para uma mudança radical de hábitos alimentares.

 

Curiosos pelo impacto gerado, no Sessão da Meia Noite decidimos verificar em primeira mão do que se tratava.

 

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Cowspiracy: The Sustainability Secret, 2014, de Kip Andersen e Keegan Juhn, com Lisa Agabian, Manucher Alemi, Lindsey Allen, Kip Andersen, Will Andersen, Deniz Bolbol, Heather Cooley, Kamyar Guivetchi, Bruce Hamilton, Susan Hartland, Howard Lyman.

 

No Sessão da Meia Noite, vimos este documentário na versão produzida para a Netflix, com o apoio e os meios da empresa de produção de Leonardo DiCaprio: Appian Way Productions.

 

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O documentário segue o percurso de Kip Anderson, na descoberta das questões colocadas pela agricultura animal em grande escala e as alterações provocados no meio ambiente, que conduzem a alterações ambientais e climáticas.

 

Começamos por ver Kip como um jovem ambientalista algo inocente e pouco informado, a pegar em informação presente em relatórios das Nações Unidas antigos e a tirar as suas próprias conclusões, especificamente sobre o assunto de agricultura animal intensiva.

 

Após a recolha dos dados bibliográficos, Kip confronta as diversas entidades de proteção ambiental presentes no estado da Califórnia (Greenpeace, Surfrider Foundation, Sea Shephard Conservation Society, Rainforest Action Network, entre outras) sobre o assunto mas obtém poucos resultados práticos.

 

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Após esta leitura dos objetivos das grandes entidades de proteção ambiental, há uma deriva no documentáriopara a mudança de hábitos alimentares, nomeadamente desistindo do consumo de carne de qualquer tipo, e seguindo as orientações do veganismo.

 

O documentário está relativamente bem construído e levanta algumas questões interessantes, contudo falha noutros pontos onde se torna falacioso e até tendencioso em direção a uma filosofia específica.

 

Numa primeira leitura percebemos que há uma certeza inequívoca neste processo todo: a indústria de agricultura animal intensiva, nos Estados Unidos, tem um poder enorme e meios quase ilimitados para conservar as suas receitas chorudas.

 

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Mais, todas as questões relacionadas com problemas ambientais, e até na saúde humana, causados pela criação de gado intensiva não são populares e os políticos fogem delas pois não atraem votos, nem apoios, e muito menos contribuições financeiras.

 

Fica também claro que a agenda das organizações de proteção ambiental está focada nos problemas causados pelo uso de combustíveis fosseis e na alteração de hábitos diários no consumo de água, não apresentando este “problema” como um ponto de interesse.

 

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No entanto, quando o documentário começa a advogar pela causa do vegetarianismo e do veganismo, aparece a ingenuidade do nosso interlocutor que, de acordo com os seus próprios relatos, nunca pensou de onde vinha a carne que comprava no supermercado dentro das embalagens.

 

São apresentados alguns interlocutores, identificados como “especialistas” na matéria que são praticantes do veganismo, sem qualquer tipo de contraditório, ou comprovação por um especialista independente.

 

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Investigando um pouco mais a fundo, percebemos que as ajudas visuais que são usadas com grande impacto no filme, foram criadas a partir de informações que, à data de lançamento do documentário, já se havia percebido que estavam erradas.

 

Em suma, o documentário é interessante e levanta algumas questões importantes, que ninguém quer falar na sociedade Americana mas, a manipulação da informação e dos dados tira-lhe alguma fiabilidade, e deixa-nos com uma publicidade à adoção do veganismo, como resolução de todos os problemas causados pela criação intensiva de gado.

 

 

No Sessão da Meia Noite ficámos sem perceber o porquê de tanto alarido sobre este filme/documentário.

 

Classificação SMN: 6/10.

Ocean's Eleven

Muito antes de George Clooney pegar no papel de Danny Ocean, ele foi desempenhado por uma das maiores figuras de cinema americano do século passado: Frank Sinatra. É desse pedaço de história cinematográfica que falamos hoje.

 

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Ocean’s Eleven – Os Onze do Oceano, 1960, de Lewis Milestone, com Frank Sinatra, Dean Martin, Sammy Davis Jr., Peter Lawford, Richard Conte, Joey Bishop, Henry Silva, Buddy Lester, Richard Benedict, Normal Fell, Clem Harvey, Angie Dickinson, Cesar Romero, Patrice Wymore, Akim Tamiroff, Lew Gallo, Shirley Maclaine, George Raft.

 

Este filme serviu de inspiração e base para a criação da epopeia de aventuras da nova encarnação de Danny Ocean e amigos que foi lançada a 2001, pela mão do realizador Steven Soderberg.

 

Mas quarenta e um anos antes de Steven Soderberg, a Warner Brothers apostou em Lewis Milestone para dirigir um elenco constituído pelas estrelas mais brilhantes de Hollywood na altura, num filme sobre um assalto aos maiores casinos de Las Vegas.

 

O argumento foi construído à volta de um grupo de amigos, veteranos da Segunda Guerra Mundial, que viu uma possibilidade de resolução financeira das suas vidas num ousado assalto aos cinco maiores casinos de Las Vegas numa só noite.

 

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O plano foi elaborado e executado com precisão militar, e na noite de passagem de ano, os cinco maiores casinos de Las Vegas: Sahara, Riviera, Wilbur Clark’s Desert Inn, Sands e Flamingo, foram assaltados da totalidade dos ganhos ao jogo que se encontravam nos seus cofres.

 

O grupo era liderado por Frank Sinatra, no papel de Danny Ocean, e incluía outros artistas do chamado Rat Pack de Hollywood dos anos 60, como Dean Martin e Sammy Davis Jr..

 

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Contudo, uma reviravolta inesperada traduziu-se num final agridoce para os nossos heróis, e aumentou o tom de comédia desta obra.

 

Criado com o objetivo de se afastar dos musicais típicos da época, não deixa de ter prestações musicais de Dean Martin e Sammy Davis Jr., enquadradas na história do roubo.

 

Este filme que é classificado como um crime-movie, não deixa de ser uma comédia com toques de musical, bem construído e realizado, tornando-se numa experiência muito divertida e interessante, digna de ser vista por todos os interessados em bons filmes dos anos 60 do século passado.

 

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As prestações dos diversos atores estão muito niveladas, o que se traduz num resultado final muito homogéneo e equilibrado. Este facto é muito interessante pois temos figuras como Frank Sinatra e Dean Martin ao lado de outros atores menos reconhecidos, sem que nenhum fique prejudicado ou beneficiado.

 

Como curiosidade, na altura vivia-se ainda em Las Vegas a separação entre brancos e negros, tendo Sammy Davis Jr. ficado originalmente hospedado num hotel diferente do restante elenco.

 

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Contudo, por pressão de Frank Sinatra junto dos donos dos maiores casinos, esta regra foi abolida, primeiro para Sammy e depois para a generalidade da população.

 

Na altura da estreia, o filme não foi muito bem recebido pela crítica, no entanto, para nós no Sessão da Meia Noite, esta foi uma experiência divertida e interessante, transmitindo-nos os primórdios da história de Danny Ocean.

 

Como é óbvio, o filme de 2001 não é uma continuação, somente uma adaptação, mas disso falaremos noutro post.

 

Classificação SMN: 7/10.

 

 

Comedians in Cars Getting Coffee - Temporada 1

O enorme sucesso que a série Seinfeld obteve, trouxe ao seu principal criador – Jerry Seinfeld, um tipo de segurança que poucas pessoas no meio do entretenimento conseguiram atingir.

 

Mentalmente, Seinfeld passou da pressão de lidar com episódios, prazos, egos de artistas e exigências das televisões, para uma ponto onde, profissionalmente, só fazia aquilo de que gostava e aquilo que lhe interessava.

 

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Assim, teve a ideia de juntar a comédia com um dos seus outros interesses: carros, despertando o interesse dos responsáveis da Crackle, que procuravam um conteúdo que lhes trouxesse mais visibilidade.

 

Mas afinal o que é a Crackle?

 

A Crackle foi lançada em 2007, como uma “simples” biblioteca online dos títulos da Sony e em 2012 deu o passo para plataforma de streamingon-demand, iniciando as hostilidades exatamente com a primeira temporada de Comedians in Cars Getting Coffee.

 

Hoje em dia procura dar o próximo passo e chegar ao nível de Netflix, Amazon e Hulu, que são os principais players de steaming, mas terá ainda muito que trabalhar para isso.

 

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Mas voltando a Comedians in Cars Getting Coffee, Seinfeld engendrou uma série de episódios (que seriam web-episódios), de curta duração, onde um convidado conversava com Seinfeld, a caminho de um café e uma refeição, num carro clássico.

 

Mas sobre o que conversam? Nada de especial. Aliás no quarto episódio desta primeira temporada, o convidado Alec Baldwin define, da melhor maneira (cómica, claro), o seu anfitrião quando diz: “He (Jerry Seifeld) is a lazy bastard. He has everything in the world he could possibly want and he is just a no good, lazy, shiftless bastard”.

 

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Os episódios são divertidos, não fossem quase todos os convidados comediantes, descontraídos e fáceis de ver, capazes de retirar uma gargalhada aos mais sisudos.

 

A primeira temporada teve 10 episódios, cada um com duração entre os 10 e os 15 minutos. Para esta primeira temporada, os convidados,e os respetivos carros clássicos, foram:

 

  1. Larry David – Volkswagen Carocha de 1952
  2. Ricky Gervais – Austin-Healey 3000 de 1967
  3. Brian Regan – Dodge Challenger de 1970
  4. Alec Baldwin – Mercedes-Benz SL 1970
  5. Joel Hodgson – Volkswagen Karmann Ghia de 1963
  6. Bob Einstein – Mercedes-Benz 300SEL de 1970
  7. Barry Marder – Porsche 356 SC Cabriolet de 1966
  8. Colin Quinn e Mario Joyner – Triumph TR6 de 1976
  9. Carl Reiner e Mel Brooks – Rolls-Royce Silver Cloud II de 1960 e Porsche 911 S de 1970
  10. Michael Richards – Volkswagen Double Cab Pickup de 1962

 

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Sinceramente, alguns dos comediantes,o Sessão da Meia Noite não conhecia mas foram agradáveis surpresas, outros nem por isso. No entanto, os episódios favoritos foram claramente o de Alec Baldwin e o de Carl Reiner e Mel Brooks.

 

O último episódio desta temporada com Michael Richards (o eterno Cosmo Kramer de Seinfeld), foi quase como uma redenção do incidente ocorrido em 2006 no Laugh Factory em Hollywood quando, durante uma apresentação de stand-up comedy, Richards perdeu a cabeça e teceu comentários racistas a diversos espectadores.

 

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No Sessão da Meia Noite, iremos apresentar alguns comentários simples sobre as diversas temporadas desta série (que já são 10) e os nossos episódios e convidados favoritos. De seguida deixanos os melhores momentos desta primeria temporada.

 

 

Classificação SMN: 9/10

The Shootist

Há atores cujo trabalho é reconhecido sem margem de dúvida pela grande generalidade dos intervenientes do mundo cinematográfico. Um desses casos é, indubitavelmente, John Wayne.

 

Reconhecido pelos westerns clássicos como A Velha Raposa (1969), Rio Bravo (1959) ou Rio Grande (1950), é quase sempre o atirador solitário pronto a ajudar, ou a corrigir injustiças. Hoje comentamos a sua última presença na tela.

 

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The Shootist – O Atirador, 1976, de Don Siegel, com John Wayne, Lauren Bacall, Ron Howard, James Stewart, Richard Boone, Hugh O’Brien, Bill McKinney, Harry Morgan, John Carradine, Sheree North, Rick Lenz, Scatman Crothers, Gregg Palmer, Melody Thomas Scott.

 

The Shootist é J.B. Books (John Wayne), um atirador do velho oeste, envelhecido e doente, que retorna a Carson City, uma cidade desenvolvida e civilizada, em busca de uma segunda opinião acerca de um diagnóstico médico pouco favorável.

 

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O médico local, Dr. Hostetler (representado por James Stewart), confirma o diagnóstico de cancro em fase terminal, com uma estimativa de vida de um mês ou dois.

 

Books fica então hospedado na casa de Bond Rogers (Lauren Bacall) e do seu filho Gillom Rogers (Ron Howard), procurando a melhor forma de aproveitar os dias que lhe restam, ao mesmo tempo que busca uma forma digna e com um mínimo de dor para o inevitável.

 

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Este é um caso onde temos a possibilidade de ver um pouco da grande capacidade dramática de John Wayne, num registo fora do território inóspito do velho oeste poeirento e pouco civilizado, num contraponto de representação muito rico com Lauren Bacall, e catalisado pela energia de um muito jovem Ron Howard.

 

Aliás, toda a energia interessante e forte do filme, tem em atenção a realidade por detrás da obra.

 

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Para começar, John Wayne debateu-se com problemas de saúde durante o período de rodagens do filme, problemas esses essencialmente cardíacos e uma forte gripe. Toda a debilidade inerente às doenças é tentada disfarçar pelo ator que havia sido operado alguns anos antes a um cancro nos pulmões.

 

No entanto, estes problemas de saúde acabam por encaixar no personagem, tornando a representação mais real, ainda que John Wayne nunca tivesse gostado de demonstrar as suas fraquezas em público.

 

James Stewart também faz as suas cenas já com problemas de saúde, essencialmente auditivos. Por estas questões, James tinha quase deixado a representação, e o seu último filme antes deste foi estreado em 1972.

 

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Aliás a sua presença neste filme foi um pedido expresso de John Wayne, que achou que o papel do médico era perfeito para a estrela de Vertigo (1958) e Rear Window (1954).

 

Esta é uma grande obra com grandes atores, e o especial talento na realização de Don Siegel (que já havia caído nas boas graças de Clint Eastwood), numa despedida com muita qualidade de um grande ator, e uma referência para sempre no cinema, especialmente no género nos westerns.

 

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A comprovar esta nossa opinião estão as nomeações para os mais diversos prémios, incluindo a nomeação para Óscar de melhor direção artística, cujo vencedor acabou por ser Os Homens do Presidente (1976), sobre o escândalo de Watergate.

 

Este é um filme, que acaba por ser um drama como cheirinho a western, e é imprescindível para qualquer estudioso do cinema moderno, numa despedida justa e digna a um ícone, muito à semelhança da sua personagem J.B. Books.

 

Classificação SMN: 8/10.

 

 

Like Father

A disponibilidade de títulos apresentada pelo Netflix conduz-nos a experimentar títulos pelos quais, normalmente, não teríamos interesse. No entanto, seja pelos intervenientes, pelo tema, ou pela nossa disposição na altura, há filmes que recebem a nossa atenção sem o terem solicitado. Hoje falamos de um desses casos.

 

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Like Father – Tal Pai, Tal Filha, 2018, de Lauren Miller Rogen, com Kristen Bell, Kelsey Grammer, Danielle Davenport, Kimiko Glenn, Wynter Kullman, Brett Gelman, Jon Foster, Elisabeth Ness, Brian McCarthy, Keilly McQuail, Seth Rogen.

 

Like Father é uma comédia sentimental, meio disfarçada de drama familiar, onde Kristen Bell é Rachel, uma profissional da publicidade, workaholic, que é deixada no altar pelo seu noivo, devido à sua incapacidade em se libertar do trabalho.

 

Para complicar uma situação já de si má, Harry (Kelsey Grammer), o pai de Rachel, que ela não vê há vinte anos, aparece no casamento, numa tentativa de reaproximação e partilha de uma ocasião que deveria ser especial e feliz.

 

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Contudo, após o desaire matrimonial, Rachel dá consigo a falar com Harry num bar onde, depois de muitas bebidas, decide ir com Harry no cruzeiro que tinha marcado para a sua lua-de-mel.

 

Obviamente que o acordar não foi simpático, não só pela ressaca, mas também pelo facto de já se encontrarem em alto mar, em direção às Caraíbas.

 

E assim fica montado um cenário de sonho, num dos maiores navios de cruzeiro do mundo, onde pai e filha, vão tentar debelar as suas diferenças e os sentimentos que os afastam, de modo se poderem voltar a relacionar de uma forma normal.

 

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Este filme vale essencialmente pelos momentos de partilha e confronto entre Rachel e Harry, onde podemos ver um pouco qualidade cómico-dramática de Kirsten Bell e a excelência de Kelsey Grammer.

 

O filme parece um anúncio publicitário à Royal Caribbean, e a todas as atividades disponíveis nos seus cruzeiros. Aliás, este é o maior exemplo de product placement que vimos nos últimos tempos – e deve ser difícil de superar.

 

A cinematografia é muito boa, e aqui a realizadora soube aproveitar os cenários naturais das Caraíbas para colorir a sua história de lugares maravilhosos, com cores fabulosas, que nos fazem sonhar com o retorno das férias.

 

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Este filme é claramente familiar na sua génese, e perfeito para partilhar com os seus entes queridos nas noites mais frescas de Verão, revelando que, apesar das diferenças e da distância emocional que pode separar duas pessoas, os laços familiares nunca se quebram totalmente, e é sempre possível reconstruir estas ligações, desde que exista a perceção de que são eles que nos definem.

 

Classificação SMN: 6/10.

 

 

Agent Carter

Explorando o universo cinematográfico da Marvel (MCU), hoje falamos de uma personagem pouco conhecida, e algo secundarizada, presente nos filmes, séries e one-shot.

 

Peggy Carter, ou simplesmente Agent Carter, foi apresentada no filme Captain America First Avenger (2011), como o apoio sentimental e interesse amoroso de Steve Rogers, e aparece posteriormente numa série, autointitulada, que teve direito a duas temporadas, e que hoje comentamos.

 

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Agent Carter, 2015-2016, de Christopher Markus e Stephen McFeely, com Hayley Atwell, James D’Arcy, Enver Gjokaj, Chad Michael Murray, Wynn Everett, Reggie Austin, Bridget Regan, Lesley Boone, Shea Whigham, Lyndsy Fonseca, Currie Graham, Kurtwood Smith, Dominic Cooper, Ray Wyse, Sarah Bolger, Toby Jones, John Glover, Stan Lee.

 

Peggy Carter (Hayley Atwell) é o grande apoio de Steve Rogers na sua transformação para Captain America, e fica destroçada com o seu desaparecimento no Ártico.

 

Esta é a introdução da personagem no MCU, através do filme.

 

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Posteriormente ao filme, como a aceitação de Peggy Carter tinha sido positiva, foi comissionada uma série – Agent Carter, que relatava as aventuras de Peggy, após o fim da Segunda Guerra Mundial, como uma agente secreta na SSR (Strategic Scientific Reverve).

 

A série Agent Carter teve duas temporadas, num total de 18 episódios, onde vemos Peggy Carter a lutar contra interesses escuros e organizações criminosas ao mesmo tempo que lida com os preconceitos e dificuldades de uma mulher independente nos anos 40 do século XX.

 

Na primeira temporada que teve 8 episódios, Peggy está nos escritórios de New York e vai tentar ajudar o seu velho amigo Howard Stark (Dominic Cooper) que está a ser falsamente incriminado pelo alegado fornecimento de tecnologia a inimigos dos Estados Unidos da América.

 

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Após a conclusão desta tarefa e o reconhecimento do seu valor como uma operacional competente, Peggy é destacada para Los Angeles de modo a auxiliar a base local da SSR, a lidar com uma nova ameaça, relacionada com as perigosidades do desenvolvimento da era nuclear, misturada como uma sociedade secreta que se encontrava infiltrada a todos os níveis da sociedade Americana.

 

Esta é a premissa da segunda temporada, que teve 10 episódios.

 

Pelo caminho, Peggy vai sendo auxiliada por Edwin Jarvis (James D’Arcy), o mordomo de Howard Stark que, mais tarde vai ser o tutor de Tony Stark (Iron Man), e a inspiração para o sistema de inteligência artificial que acompanhará Tony Stark em todas as suas aventuras e tropelias, chamado J.A.R.V.I.S. (acrónimo para Just Another Ratter Very Inteligent System).

 

Curiosamente, nos filmes, J.A.R.V.I.S. é materializado pela voz de Paul Bethany.

 

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A série está muito bem construída, com especial relevo para a cinematografia e guarda-roupa que cumprem na perfeição o seu papel de nos transportar para a década de 40 no século passado, e encaixa perfeitamente na cronologia do MCU.

 

Como atores, Hayley Atwell e James D’Arcy encaixam muito bem nas suas personagens, e conseguem encarnar perfeitamente os papéis da agente estouvada e o parceiro mais ponderado.

 

No entanto, ao longo da segunda temporada, a série foi perdendo audiência e, inevitavelmente, foi cancelada.

 

 

Ficamos assim só com duas missões da Agent Carter, no âmbito da primeira fase do MCU.

 

Contudo, e como o universo Marvel não é nada senão confuso, existe ainda um one-shot de Agent Carter. Apresentado pelo meio dos créditos finais de Captain America First Avenger, serviu para introduzir a série após o filme.

 

Assim, a ordem cronológica dos eventos relacionados com Peggy Carter é filme, one-shot e série.

 

 

Na realidade, esta série vem enriquecer o contexto do MCU, onde a importância não é somente atribuída aos heróis principais, mas também às circunstâncias e pessoas que permitiram a criação da realidade onde os heróis desempenham os seus papéis.

 

Classificação SMN: 7/10.

Marvel Cinematic Universe - Fase 1

O universo de filmes chamado Marvel Cinematic Universe (MCU) ou em português Universo Cinemático da Marvel, é uma saga de filmes e séries de televisão, centradas em filmes de super-heróis, produzidos independentemente pelo Marvel Studios e baseados nas personagens de banda desenhada publicadas pela Marvel Comics.

 

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A saga tem vindo a crescer, estando nesta altura na sua terceira fase, e inclui, para além dos filmes, curtas-metragens, séries de televisão, séries digitais e, obviamente livros de banda desenhada.

 

O MCU foi criado à imagem do Universo da Marvel na banda desenhada, e envolve ligações cruzadas entre histórias, locais, personagens e atores.

 

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Existe uma única personagem que foi criada no MCU e que não existe no Universo Marvel.  Essa personagem é o agente Phil Coulson, interpretado por Clark Gregg, e que aparece em quase todos os diferentes meios do MCU.

 

Em termos orgânicos, o MCU está dividido em fases que organizam os filmes e as curtas-metragens, chamados de one-shots, sendo que atualmente estamos no final da terceira fase.

 

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Por sua vez, as séries não se organizam necessariamente pelas fases dos filmes, mas podem ser encaixadas na linha cronológica do MCU, enriquecendo o contexto do universo de produtos audiovisuais da Marvel.

 

Esta adaptação tem por base a cronologia da ação de cada suporte, independentemente da sua data de lançamento. Obviamente que, como as séries tiveram datas de lançamento muito díspares dos filmes, esta adaptação só agora foi possível.

 

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A primeira fase do MCU teve início a 2 de maio de 2008 com o lançamento de Iron Man de Jon Favreau, já comentado aqui, e terminou com Os Vingadores (2012) de Joss Whedon.

 

De seguida apresentamos a nossa versão dos elementos constituintes da primeira fase do MCU.

 

MCU - Fase Um

 

- Agent Carter - One-Shot

- Agent Carter - Temporada 1

- Agent Carter - Temporada 2

- Iron Man de Jon Favreau (post)

- The Incredible Hulk de Louis Leterrier (post)

- The Consultant - One-Shot

- Iron Man 2 de Jon Favreau (post)

- A Funny Thing Happened on the Way to Thor's Hammer - One-Shot

- Thor de Kenneth Branagh

- Captain America The First Avenger de Joe Johnston

- The Avengers de Joss Whedon

- Item 47 - One-Shot

 

Esta é a fase mais simples do MCU, cujo objetivo é criar a mística do universo Marvel para os écrans e telas, apresentando os principais protagonistas para aquilo que viria depois.

 

No Sessão da Meia Noite já temos posts sobre alguns dos filmes principais, cujos links estão na lista e esperamos, em breve apresentar comentários sobre os restantes. 

 

Aqui fica um amostra da fase 1 do MCU.

 

 

 

Gabriel no Festival de Locarno

O filme português Gabriel, realizado por Nuno Bernardo com Igor Regalla, Ana Marta Ferreira e José Condessa vai ser apresentado na secção “First Look” a 3 de agosto no Festival de Cinema de Locarno.

 

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Esta obra, cofinanciada pelo ICA, iniciará assim a sua carreira internacional, numa apresentação perante uma audiência composta essencialmente por profissionais do setor do cinema.

 

O filme retrata a viagem do jovem cabo-verdiano Gabriel Silva que, após a morte da sua mãe, vem para Portugal à procura do pai, um ex-lutador de boxe, que não vê desde criança.

 

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Nesta busca, Gabriel torna-se alvo de um gangue local violento liderado por Jorge que organiza todos os combates ilegais do bairro.

 

Pelo caminho, Gabriel vai contar com o apoio de Elisa, uma rapariga que o vai ajudar com a integração na vida do bairro, e Dani, um dos donos do clube de boxe. Gabriel acaba por ser envolvido pelo peso da bagagem do seu pai, cujo futuro depende da sua decisão em aceitar um perigoso combate contra o invencível lutador do bairro.

 

Gabriel é a primeira longa-metragem de Nuno Bernardo e terá lançamento comercial em Portugal a 21 de março de 2019.

 

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Como realizador, Nuno Bernardo tem feito a sua carreira com diferentes curtas-metragens, vídeos musicais e mais recentemente, o documentário de televisão The Stand Up’s (2015) com o ator Harland Williams, e as séries portuguesas Os Jogadores (2016) e Amnésia (2017) para a RTP.

 

Gabriel é a quinta longa-metragem produzida pela beActive Entertainment, cuja estreia aconteceu em 2012 com o The Knot de Jesse Lawrence. Do seu portfólio também fazem parte Beat Girl (2013) de Mairtín de Barra, Collider (2013) de Jason Butler, e o documentário A Estrada da Revolução (2014) de Dânia Lucas.