Madame
Estreou entre nós, no passado mês de abril, uma comédia dramática/romântica independente, coproduzida por diversas empresas europeias, sendo a mais conhecida Studio Canal, que se encontra recheada de estrelas.
Madame, 2017, de Amanda Sthers, com Toni Collette, Harvey Keitel, Rossy de Palma, Michael Smiley, Tom Hughes, Violaine Gillibert, Stanislas Merhar, Jay Benedict, Amélie Grace Zhurkin.
Realizado pela quase estreante Amanda Sthers, este filme apresenta-nos o casal Anna e Bob Fredericks (Toni Collette e Harvey Keitel) que, a dada altura das suas vidas decidiram abandonar os Estados Unidos e mudarem-se para uma villa rural em França.
A vida fácil e sem constrangimentos que levavam complicou-se e, a família começou sentir diversos problemas relacionados com os maus investimentos e a falta de rendimento constante. Estes factos colocaram muitas pressões no estilo de vida que até ao presente apresentavam.
Para tentarem resolver parte dos seus problemas tentam vender algumas obras de arte que julgam valer muitos milhões. Para isso, tem que lançar o seu charme de família feliz e opulenta, a diversos potenciais compradores.
Ao estilo de O Pai Tirano de António Lopes Ribeiro (1941), a família vai encenado um conjunto de circunstâncias falsas, com o objetivo de agradar aos potenciais compradores, criando uma bola de neve de mentiras que, inclusivamente transformam a criada Maria (Rossy de Palma) em membro da família.
Como é normal neste tipo de filmes, o final não corre como os Fredericks tinham planeado e, em vez de melhorar, o seu estilo de vida caba por piorar.
Mas, no meio da desgraça acabamos por nos conseguir divertir um pouco. O filme tem alguns bons momentos de comédia e, em nossa opinião claramente mais dramática que romântica, especialmente aqueles protagonizados por Toni Collette e Rossy de Palma.
Nota-se alguma inexperiência na realização, que é mitigada pela qualidade dos atores em cena. Contudo, aquilo que acaba por desiludir mais neste filme é o seu final, que não respeita o ritmo do resto da narrativa e aparece de uma forma abrupta sem grande lógica.
Após o final do filme ficámos com a sensação de “e agora!” e “falta aqui qualquer coisa”.
Trata-se de um filme médio, com alguns momentos divertidos que acaba por espelhar as dores de crescimento da sua realizadora, sendo também um daqueles casos em que o trailer é um pouco enganador, pois cria uma espectativa que o filme não consegue cumprir.
Classificação SMN: 6/10.