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Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

The Outsider

Estreou esta semana no Netflix, o mais recente trabalho de Jared Leto, sobre o mundo da máfia Japonesa - Yakuza, em Osaka no pós Segunda Guerra Mundial. No Sessão da Meia Noite já vimos e deixamos aqui os nossos comentários.

 

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The Outsider, 2018, de Martin Zandvliet, com Jared Leto, Tadanobu Asano, Kippei Shina, Shioli Kutsuna, Emile Hirsch, Rory Cochrane, Nao Ohmori, Min Tanaka, Young Dais.

 

Este filme pretende ser um épico do pós guerra, onde um antigo soldado americano Nick Lowell (Jared Leto), que conhecemos encarcerado numa prisão de Osaka, entra no mundo da Yakuza - a máfia japonesa.

 

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Acolhido pela Yakuza, apesar de sempre relembrado da sua natureza como gaijin (forasteiro), Nick vai construindo uma reputação de lealdade e eficácia, conquistando a confiança dos chefes da família Shiromatsu, a tal ponto que é convidado para entrar oficialmente na família como membro de plenos direitos.

 

Já no interior da família, Nick terá que lidar com as traições dos seus irmãos que ambicionam uma fatia maior do poder, uma guerra entre o clã Shiromatsu e o clã Seiku de Kobe, e um amor proibido com a irmã do seu melhor amigo e mentor Kiyoshi (Tadanobu Asano) no seio dos Yakuza.

 

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Martin Zandvliet, com muita experiência como editor e argumentista, aventurou-se nesta longa metragem com empenho mas, inevitavelmente, demonstrando as dores de crescimento como realizador.

 

O filme é longo e com uma narrativa que deixa muitas falhas na construção das personagens.

 

Desde logo o passado de Nick cujas ligações ao exército Americano não são exploradas. Depois, o aparecimento de um antigo colega num bar em Osaka que parece algo forçado e sem qualquer ligação com a restante história.

 

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Sobre, Kiyoshi e Oroshi e o líder do clã Akihiro, também ficamos com muito poucas referências de contexto, deixando a impressão que poderiam ter sido melhor exploradas e mais enriquecidas como peças fulcrais na narrativa.

 

No entanto, e apesar das falhas na construção das personagens e do desenvolvimento lento da narrativa, o filme não deixa de ser interessante, para os apreciadores deste género de filmes, onde a honra entre os criminosos é essencial, e a devoção à família de adoção mais forte que os laços de sangue.

 

Classificação SMN: 7/10.

 

 

Lady Bird

Estreou esta semana em Portugal um dos mais fortes nomeados para os Óscares, cujas indicações não se concretizaram em galardões, mas que não deixa de ser uma experiência de bom cinema.

 

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Lady Bird, 2017, de Greta Gerwig, com Saoirse Ronan, Laurie Metcalf, Tracy Letts, Lucas Hedges, Timothée Chalamet, Beanie Feldstein, Lois Smith, Stephen Henderson, Odeya Rush, Jordan Rodrigues, Marielle Scott, John Karna, Jake McDorman, Bayne Gibby, Laura Marano.

 

Este filme acabou por sofrer um pouco pelas expectativas criadas pelo grande número de nomeações que recebeu para os Óscares, num crescendo de publicidade, que se veio a frustrar com a resultado das votações dos membros da Academia.

 

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O filme é sobre uma adolescente Christine "Lady Bird" McPherson (Saoirse Ronan), que se encontra na sua fase rebelde, onde todo o aconselhamento ou orientação parental lhe parece desadequado e contra os seus objetivos.

 

A relação conturbada com a sua mãe (Laurie Metcalf) e a sua necessidade de afirmação independente, vão criando problemas no equilíbrio familiar que é agravado com o despedimento do pai, o apaziguador da família.

 

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Lady bird tem como principal aspiração ir estudar para uma universidade de renome, em New York, um local que, para ela, é diametralmente oposto à sua atual realidade, e à qual ela se quer distanciar.

 

Num filme sobre as dores do crescimento, Lady Bird  consegue-nos mostrar como o amor incondicional dos pais nos guia e nos apoia, mesmo quando discorda por completo das nossas opções, e a importância da família com quem, no fundo, gostamos de partilhar os nossos sucessos e os nossos infortúnios.

 

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Saoirse Ronan compõe muito bem a sua personagem, num crescendo sobre o seu papel em Brooklyn, comprovando que é um dos talentos mais promissores da sua geração.

 

De notar também o grande desempenho de Laurie Metcalf, cujo trabalho foi reconhecido com uma nomeação para o Óscar de Melhor Atriz Secundária.

 

A realizadora Greta Gerwig, que até agora só conhecíamos como atriz (Mulheres do Século XX de 2016, A Humilhação de 2014 e Sexo Sem Compromisso de 2011), demonstra muita qualidade nesta que é somente a sua segunda experiência na realização.

 

 

Este é uma caso interessante de uma atriz que passa para a cadeira da realização com muito qualidade, e criando muito interesse sobre futuros trabalhos.

 

Classificação SMN: 8/10.

Transsiberian

Um comboio que atravessa um zona inóspita e gelada, e dois casais de desconhecidos são um excelente começo para um filme de mistério. A história do cinema diz-nos isso o filme que vamos falar hoje comprova-o.

 

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Transsiberian - Transiberiano, 2008, de Brad Anderson, com Woody Harrelson, Emily Mortimer, Kate Mara, Eduardo Noriega, Ben Kingsley, Thomas Kretschmann.

 

Dois casais partilham uma cabine no famoso comboio transiberiano, numa viagem de Irkutsk a Moscovo, onde os quatro protagonistas acabam por partilhar, inevitavelmente, não só o espaço mas as suas experiências de vida.

 

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Roy (Woody Harrelson) e Jessie (Emily Mortimer), que tinham iniciado a sua viagem em Pequim, conhecem os seus companheiros de cabine em Irkutsk: Abby (Kate Mara) e Carlos Ximénez (Eduardo Noriega).

 

Esta longa viagem por zonas inóspitas, e no pico do inverno, é propícia à partilha de experiências e cumplicidades, e a cumplicidade entre os dois casais vai aumentado, diminuindo a claustrofobia inerente ao comboio.

 

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Mas esta aproximação é dominada pela crescente tensão sexual entre Jessie e Carlos, pela natureza duvidosa, da viagem de Abbie e Carlos e, mais tarde da perseguição exercida pelo detetive Grinko (Ben Kingsley).

 

O filme revela-se num thriller de mistério ligeiro, onde as aparências iludem, e as novas amizades revelam-se plenas de segundos interesses, numa tentativa de escapar à polícia e aos traficantes.

 

Os protagonistas conseguem ter boas interpretações, num argumento que acaba por ser o elemento mais fraco do conjunto, revelando-se pouco desenvolvido e aproveitando mal a personagem/contexto central que é o Transiberiano.

 

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A realização é competente mas, Brad Anderson já nos apresentou melhor (O Maquinistas de 2004), pelo que ficámos com a impressão de expectativa não cumprida.

 

A fotografia faz um bom uso do inverno dos países de leste, empolando a inocência do branco das neves e contrapondo-as contra a ilegalidade e a corrupção presente no seio dos utilizadores do comboio.

 

As cenas aéreas do comboio em movimento, e da igreja em ruínas são especialmente bem conseguidas.

 

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No seu conjunto, o filme é bom, especialmente para quem, como nós no Sessão da Meia Noite, aprecia estes mistérios nórdicos, cheios de frio, neve e paisagens longínquas.

 

Classificação SMN: 7/10.

 

 

Prémios Sophia 2018 - Nomeados

Depois de uma época de prémios internacionais, mal seria que o Sessão da Meia Noite não dedicasse um pouco das suas linhas na promoção do cinema nacional, com a referência aos prémios do cinema Português.

 

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Os prémios Sophia serão entregues no próximo dia 25 de março, numa cerimónia que, pela primeira vez, terá lugar no Casino Estoril.

 

Os nomeados aos prémios da Academia Portuguesa de Cinema foram anunciados a 27 de fevereiro, numa conferência de imprensa que se realizou na Cinemateca Portuguesa.

 

Desde logo, a última proposta portuguesa para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro que não conseguiu passar nas pré-seleções – São Jorge de Marco Martins, obteve o maior número de nomeações: 14, incluindo as mais importantes (Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Ator e Atriz Principal, Melhor Ator e Atriz Secundária e Melhor Argumento Original).

 

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Seguido de perto, com 11 nomeações temos Peregrinação de João Botelho, uma recriação das aventuras do famoso romance de Fernão Mendes Pinto, e Al Berto de Vicente Alves do Ó, sobre parte da vida do poeta português Alberto Raposo Pidwell Tavares, mais conhecido como Al Berto.

 

Os prémios de Mérito e Excelência serão entregues a Ana Lorena, Lauro António e Artur Correia.

 

Aqui fica a lista completa dos nomeados nas 23 categorias:

 

Melhor Filme

São Jorge

A Fábrica de Nada

Al Berto

Fátima

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Melhor Realizador

Marco Martins - São Jorge

João Canijo - Fátima

João Botelho - Peregrinação

Pedro Pinho - A Fábrica de Nada

 

Melhor Atriz Principal

Carla Galvão - A Fábrica de Nada

Rita Blanco - Fátima

Anabela Moreira - Fátima

Mariana Nunes - São Jorge

 

Melhor Ator Principal

Nuno Lopes - São Jorge

Miguel Borges - Uma Vida à Espera

Cláudio da Silva - Peregrinação

José Pimentão - Al Berto

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Melhor Atriz Secundária

Isabel Abreu - Uma Vida à Espera

Beatriz Batarda - São Jorge

Catarina Wallenstein - Peregrinação

Raquel Rocha Vieira - Al Berto

 

Melhor Ator Secundário

Adriano Luz - São Jorge

José Raposo - São Jorge

João Villas-Boas - Al Berto

Duarte Grilo - Al Berto

 

Melhor Documentário em Longa-Metragem

Ama-San

Nos Interstícios da Realidade ou o Cinema de António de Macedo

Treblinka

Rosas de Ermera

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Melhor Argumento Original

Ricardo Adolfo e Marco Martins - São Jorge

João Canijo - Fátima

Vicente Alves do Ó - Al Berto

Paulo Filipe Monteiro – Zeus

 

Melhor Banda Sonora Original

Rodrigo Leão - 100 Metros

Hugo Leitão, Nuno Malo, Rafael Toral - São Jorge

Luís Bragança Gil e Daniel Bernardes - Peregrinação

Rita Redshoes & The Legendary Tigerman - Ornamento e Crime

 

Melhor Canção Original

Sementes do Impossível por Xutos e Pontapés - Índice Médio de Felicidade

Fim - composição e interpretação Lúcia Moniz - Uma Vida à Espera

VOODOO – composição de Rita Redshoes & The Legendary Tigerman e interpretação de Rita Redshoes - Ornamento e Crime

Ribombar do Amor - Compositor e intérprete Jorge Prendas - Delírio Em Las Vedras

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Melhor Fotografia

Carlos Lopes - São Jorge

Luís Branquinho - Peregrinação

Rui Poças - Al Berto

Leonor Teles - Verão Danado

 

Melhor Efeitos Especiais/Caracterização

Nuno Esteves "Blue" - Peregrinação

Sara Menitra - Zeus

Alexandra Espinhal - A Ilha dos Cães

João Rapaz - Verão Danado

 

Melhor Série

Madre Paula

Vidago Palace

A Criação

A Família Ventura

 

Melhor Direção Artística 

Joana Cardoso - Al Berto

João Torres - Zeus

Wayne dos Santos - São Jorge

Bruno Caldeira - A Ilha dos Cães

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Melhor Som

Olivier Blanc, Hugo Leitão - São Jorge

Francisco Veloso - Peregrinação

Elsa Ferreira, Olivier Hespel, Gérard Rousseau - Fátima

Pedro Melo, Elsa Ferreira e BrankoNeskov - Al Berto

 

Melhor Guarda Roupa

Joana Veloso - Peregrinação

Joana Cardoso - Al Berto

Sílvia Grabowski - Zeus

Lucha D'Orey - O Divã de Estaline

 

Melhor Maquilhagem e Cabelos

Abigail Machado e Mário Leal - Al Berto

Rita Castro, Felipe Muiron - Peregrinação

Djanira Cirilo da Cruz, Maria Almeida (Nani) - São Jorge

Nuno Esteves "Blue" e Mizé Silvestre - O Divã de Estaline

 

Melhor Montagem

Mariana Gaivão - São Jorge

João Braz - Peregrinação

Cláudia Oliveira, Edgar Feldman, Luísa Homem - A Fábrica de Nada

Pedro Ribeiro, Pedro Marinho, Vasco Carvalho - Índice Médio de Felicidade

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Melhor Argumento Adaptado

Pedro Pinho, Luísa Homem, Leonor Noivo, Tiago Hespanha baseado na peça original "The Nothing Factory" de Judith Herzberg - A Fábrica de Nada

João Botelho adaptado do livro de Fernão Mendes Pinto - Peregrinação

David Machado e Tiago R. Santos - Índice Médio de Felicidade

Jorge António, Paulo Leite e Virgílio Almeida baseado no livro "Os Senhores do Areal" de Henrique Abranches - A Ilha dos Cães

 

Melhor Documentário em Curta-Metragem

António E Catarina de Cristina Hanes

Reis Do Sertão de Pablo António

Où En Êtes-Vous, João Pedro Rodrigues? de João Pedro Rodrigues

O Homem Eterno de Luís Costa

 

Melhor Curta-Metragem de Ficção

Coelho Mau de Carlos Conceição

Altas Cidades De Ossadas de João Salaviza

A Língua de Adriana Martins da Silva

Antes que a noite venha – Falas de Antígona de Joaquim Pavão

 

Curta-Metragem de Animação

A Gruta De Darwin de Joana Toste

Das Gavetas Nascem Sons de Vítor Hugo

Água Mole de Laura Gonçalves e Alexandra Ramires (Xá)

Tocadora de Joana Imaginário

 

Prémio Sophia Estudante

Snooze de Dinis Leal Machado - ESMAD

A Claraboia de Alícia Moreira - IPCA

Íris de Renato Arroyo e Francisco Ferreira - Universidade Lusófona

Blondes Make the Best Victims de Rita Ventura – ESAD 

Óscares 2018 - Os Vencedores

Ontem foi o grande dia do cinema mundial com a atribuição dos Óscares 2018.

 

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Jimmy Kimmel conduziu a cerimónia pela segunda vez, utilizando a comédia onde é mestre, para guiar o espetáculo pelo meio dos diversos assuntos polémicos que envolvem o cinema americano como os escândalos sexuais recentes, a luta pela igualdade entre homens e mulheres e, claro, o Presidente Trump.

 

Os prémios foram muito divididos e, de entre os nomeados mais sonantes, somente Lady Bird e The Post não ganharam qualquer prémio.

 

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Apesar disso, o vencedor da noite acabou por ser Shape of Water, com os prémios para melhor filme, melhor realizador, melhor banda sonora e melhor direção artística.

 

No campo dos atores e atrizes, não houve surpresas com a consagração de Frances McDormand, Gary Oldman, Sam Rockwell e Allison Janney.

 

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Dos favoritos do Sessão de Meia Noite, quase todos venceram nas suas categorias, com a exceção de Star Wars Episode VIII – The Last Jedi que não logrou qualquer Óscar.

 

No entanto, das vinte e quatro categorias a concurso, o Sessão da Meia Noite acertou em dez dos vencedores. Nada mau para a primeira vez que fizemos este exercício.

 

Aqui fica a lista completa dos vencedores.

 

Melhor Filme

The Shape of Water

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Melhor Ator

Gary Oldman – Darkest Hour

 

Melhor Atriz

Frances McDormand – Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

 

Melhor Ator Secundário

Sam Rockwell - Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

 

Melhor Atriz Secundária

Allison Janney – I, Tonya

 

Melhor Relizador

Guillermo Del Toro – The Shape of Water

 

Melhor Argumento Original

Get Out

 

Melhor Argumento Adaptado

Call Me by Your Name

 

Melhor Fotografia

Blade Runner 2049

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Melhor Guarda-Roupa

Phantom Thread

 

Melhor Mistura de Som

Dunkirk

 

Melhor Montagem

Dunkirk

 

Melhor Mistura de Som

Dunkirk

 

Melhores Efeitos Visuais

Blade Runner 2049

 

Melhor Caracterização

Darkest Hour

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Melhor Canção Original

Remember Me – Coco

 

Melhor Banda Sonora Original

The Shape of Water

 

Melhor Curta Metragem de Animação

Dear Basketball

 

Melhor Curta Metragem

The Silent Child

 

Melhor Curta Metragem Documentário

Heaven is a Traffic Jam on the 405

 

Melhor Documentário

Icarus

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Melhor Filme Estrangeiro

Una Mujer Fantástica - Chile

 

Melhor Filme de Animação

Coco

 

Melhor Direção Artística

The Shape of Water

Razzies 2018

Véspera de Óscares é dia de Razzies. Foram anunciados o "vencedores" dos galardões atribuídos pela organização dos Golden Razzberies Awards.

 

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Os prémios foram votados por mais de 1100 membros da organização, distribuídos por todos os Estados americanos (exceto no estado do Montana ?), e 26 países estrangeiros.

 

E o grande vencedor do ano foi Emoji O Filme. Os grandes favoritos eram Transformers: O Último Cavaleiro com nove nomeações, seguido por As Cinquenta Sombras Mais Negras com oito e A Múmia com sete, mas foi a animação a ganhar numa estreia absoluta.

 

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Na representação, e depois de diversas nomeações, A Múmia deu a Tom Cruise o seu primeiro prémio individual, após vitória em 1994 na categoria de pior duo, juntamente com Brad Pitt em Entrevista com o Vampiro.

 

Nas categorias de atores secundários, Kim Basinger foi eleita ao fim de seis nomeações (As Cinquenta Sombras Mais Negras) e Mel Gibson venceu à sua segunda nomeação (Pai Há Só Um... Ou Dois).

 

A novidade foi a parceria dos Razzies com o site Rotten Tomatoes, criando um prémio especial para um dos nomeados que todos acabam por gostar, numa votação dos visitantes do site, como se de um prazer proibido se tratasse. O primeiro vencedor desta nova categoria foi Baywatch Marés Vivas.

 

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Confira aqui fica a lista dos vencedores do ano:

 

Pior Filme: Emoji O Filme

Pior Realização: Anthony Leondis por Emoji O Filme

Pior Ator: Tom Cruise em A Múmia

Pior Atriz: Tyler Perry em Boo! A Medea Halloween

Pior Ator Secundário: Mel Gibson em Pai Há Só Um... Ou Dois

Pior Atriz Secundária: Kim Basinger em As Cinquenta Sombras Mais Negras

Pior Combinação em Cena: Quaisquer dois emojis desagradáveis em Emoji O Filme

Pior Prequela, Remake ou Sequela: As Cinquenta Sombras Mais Negras

Pior Argumento: Emoji O Filme

Prémio Especial Rotten Tomatoes (O nomeado dos Razzies tão mau que vocês adoram): Baywatch: Marés Vivas

Prémio Barry L. Bunstead: Chips Patrulha de Doidos

 

Libertos da cerimónia e do formalismo das restantes entregas de prémios, estes prémios são uma pitada de comédia no meio do folclore cinematográfico Americano, e devem ser entendidos como isso mesmo.

 

Assim, de seguida deixados o vídeo do anuncio dos vencedores.

 

 

Roman J. Israel,Esq.

Existem dois atores americanos que são crónicos candidatos aos Óscares da Academia, qualquer que seja o trabalho em que se envolvam, inadvertidamente podem acabar por ser nomeados pela qualidade das suas interpretações.

 

Estamos a falar de Meryl Streep e Denzel Washington. Este ano, estão os dois nomeados nas categorias de Melhor Atriz e Melhor Ator, mas com poucas hipóteses de vencer. Aqui apresentamos as nossas considerações sobre o filme que deu a Denzel Washington mais uma nomeação.

 

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Roman J. Israel, Esq, 2017, de Dan Gilroy, com Denzel Washington, Colin Farrell, Carmen Ejogo, Lynda Gravantt, Amanda Warren, Hugo Armstrong, Sam Gilroy, Tony Plana, Nazneen Contractor, Kelly Sullivan, DeRon Horton, Amari Cheatom, Shelley Hennig, Joseph David-Jones, Andrew T. Lee.

 

Este drama é sobre um advogado Roman J. Israel (Denzel Washington), com ideais muito bem consolidados que, de um momento para o outro vê o seu sócio na pequena firma de advogados onde trabalham, falecer.

 

Roman, habituado a trabalhar como advogado de apoio do seu sócio, nomeadamente  na execução do trabalho pesado de investigação e preparação dos casos vê-se, pela força das circunstâncias, transportado para a frente da firma e para os tribunais.

 

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Pouco acostumado a lidar com ambientes naturalmente hostis, Roman vê o seu idealismo prejudicar o seu desempenho profissional, acabando por criar um conjunto de circunstâncias que o vão conduzir a uma situação desesperada que trará consequências gravíssimas.

 

A mudança da realidade de Roman, coloca a nu as suas dificuldades de relacionamento pessoal, numa aproximação, nunca devidamente concretizada no filme, a uma leve forma de autismo.

 

O filme resulta da enorme capacidade de representação de Denzel Washington que consegue criar na perfeição uma personagem com claras dificuldades de relacionamento social e pessoal, que cujo conceito de realização profissional é muito diferente da maioria dos seus colegas, pois é sem materialismos.

 

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Contudo, esta sua clareza e pureza idealistas sofrem um grande abalo quando Roman se vê a braços com graves problemas financeiros. No final Roman consegue sair da nuvem negra que toldou a sua maneira de pensar mas, demasiado tarde para corrigir as consequências dos seus atos.

 

Na realidade, o filme no seu conjunto é médio. O argumento não deixa grande espaço para o desenvolvimento das personagens secundárias: George Pierce (Colin Farrell) o colega advogado ambicioso, e Maya Alston (Carmen Ejogo) um potencial interesse romântico, que poderiam ter enriquecido sobremaneira o conjunto final.

 

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A performance de Denzel Washington sobressai claramente do conjunto meio nebuloso que é o filme, que se comprova com a sua única nomeação deste filme aos Óscares para melhor ator. O restante elenco teriam muito mais para dar se lhe tivesse sido atribuída tal oportunidade.

 

De um realizador que foi responsável por Nightcrawler (2014), estávamos à espera de um resultado mais consistente e com um nível mais elevado.

 

Classificação SMN: 7/10

(somente pela qualidade da interpretação de Denzel Washington)