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Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Foo Fighters Back and Fourth

Quem acompanha de perto o Sessão da Meia Noite, certamente já percebeu que uma das nossas bandas favoritas são os Foo Fighters, e não perdemos qualquer oportunidade de saber um pouco mais sobre a sua história.

 

Neste sentido, descobrimos no Netflix um documentário sobre a génese e o crescimento desta banda, que aqui comentamos.

 

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Foo Fighters: Back and Fourth, 2011, de James Moll, com Dave Grohl, Taylor Hawkins, Shawn Cloninger, William Goldsmith, Jessy Greene, Rami Jaffee, Nate Mendel, Bob Mould, Krist Novoselic, Chris Shiflett, Pat Smear, Franz Stahl, Butch Vig.

 

James Moll realiza e produz este documentário sobre os primeiros 16 anos de existência dos Foo Fighters, desde o fim dos Nirvana em 1994, até à concretização do sétimo álbum de estúdio dos Foo’s em 2011 – "Wasting Light".

 

Este pedaço da história da música rock é-nos contado pela voz dos próprios intervenientes, e inclui eventos como o fim dos Nirvana, e um pouco do processo de luto que, mais tarde, conduziu Dave Grohl a formar os Foo Fighters.

 

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Um dos factos que nos pareceu muito relevante foi o testemunho dos membros sobreviventes dos Nirvana – Dave Grohl, Krist Novoselic e Pat Smear, sobre essa altura conturbada das suas vidas, e como foi perder mais que um companheiro de banda, um amigo.

 

A partir desse ponto, a narrativa vira-se para Dave Grohl que assume o papel de condutor, oferecendo-nos a sua visão do que se passou na altura, por entremeio de diversos testemunhos emocionados sobre a sua vida no pós Nirvana.

 

Curiosamente, e segundo o próprio, esta foi a primeira vez que Dave falou sobre este assunto publicamente, e de um modo tão aberto.

 

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Percebemos assim que os Foo Fighters acabaram por nascer do processo de luto por Kurt Cobain, numa altura em que Dave, ao invés de aceitar uma posição de baterista noutra banda (esteve quase para entrar para Tom Petty and the Heartbreakers), decide gravar 15 músicas suas, das muitas que tinha escrito quando ainda nos Nirvana.

 

Dave Grohl, no seu estilo descontraído e boa-onda, vai-nos guiando pelas diferentes constituições da banda, as alterações de músicos e a criação dos álbuns subsequentes que vão culminar num dos pontos mais importantes da história dos Foo’s até então, que foi o concerto na Wembley Arena a 25 de fevereiro de 2011.

 

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A visão de Dave sobre as alterações de alinhamento da banda, é contraposta com os testemunhos dos músicos que saíram, oferecendo os dois lados da história, o que acaba por mostrar, de algum modo, um sentimento de neutralidade e grande credibilidade deste trabalho.

 

E assim vamos navegando pela superfície dos processos de criação de “The Colour and The Shape” de 1997, “There is Nothing Left to Lose” de 1999, “One by One” de 2002, “in Your Honor” de 2005, “Echoes, Silence, Patience & Grace” de 2007.

 

Não fugindo a assuntos difíceis, este documentário também aborda um dos eventos mais traumáticos das história dos Foo's, que foi a overdose de Taylor Hawkins em 2001, que o colocou em coma durante 2 semanas, e que chegou a por em causa o futuro da banda.

 

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Curiosamente, a persistência do realizador em apresentar este marco traumático na história dos Foo’s também foi a causa de Taylor Hawkins ter feito algumas declarações públicas contra o seu lançamento.

 

A terceira parte do documentário é toda ocupada pelas gravações do oitavo álbum de estúdio da banda, intitulado “Wasting Light”, que viria a ser lançado a 12 de abril de 2011.

 

Neste ponto, o foco do realizador no processo criativo mistura-se com um sentimento de maturidade e estabilidade que se desenvolveu nos Foo’s, e somos convidados a conhecer um pouco da família Foo Fighters.

 

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Apesar do longo período de tempo que este documentário que pretende relatar, é um trabalho muito bom e extremamente valioso, e apresenta-nos com algum detalhe as situações mais marcantes na vida dos Foo Fighters e dos seus intervenientes.

 

O realizador, muito experimentado neste registo, consegue proporcionar aos fãs uma ligação muito próxima com estes músicos, criando um documento rigoroso de um pouco da história da música rock contemporânea.

 

Como nota final mencionamos que a história desta grande banda tem a sua continuação no documentário "Sonic Highways" de 2014, cujo comentário pode ser visto aqui, no Sessão da Meia Noite.

 

 

Classificação SMN: 9/10

Ashby

Um dos muitos atores mais mal amados é Hollywood é Mickey Rourke. Com um enorme talento para a representação, e igual predileção por boxe e operações plásticas, é um ator muito apreciado pelo Sessão da Meia Noite.

 

Assim, decidimos ver uma das suas quatro referências de performances em 2015.

 

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Ashby, 2015, de Tony McNamara, com Nat Wolff, Mickey Rourke, Emma Roberts, Sarah Silverman, Adam Aalderks, Michael Lerner, Audrey Reid Couch, Kevin Dunn, Zachary Knighton, Steve Coulter, John Enos III.

 

Este filme é uma mistura de comédia romântica, filme de adolescentes, e alguns momentos de ação.

 

Nat Wolff é Ed Wallis, um jovem adolescente geek, que trava amizade com o seu vizinho do lado Ashby Holt (Mickey Rourke), um homem estranho que se revela ser um agente secreto na reforma.

 

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Os dois vão construindo uma amizade forte, cimentada pelo facto de Ed viver sem uma figura paternal, uma vez que este atravessa uma adolescência algo problemática.

 

Este filme junta as necessidades e incertezas da adolescência, com o desejo de vingança de um agente secreto que, tardiamente percebeu que foi usado pelos seus superiores para benefício económico próprio.

 

Mickey Rourke percebe-se que está longe do seu auge, contudo, consegue sempre incutir nas suas personagens aquele toque especial que faz a diferença, mesmo num filme mediano como é este.

 

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De mencionar também as boas interpretações de Ed Wallis, Emma Roberts (filha de Eric Roberts e sobrinha de Julia Roberts) e Sarah Silverman, que é uma comediante com um excelente registo dramático.

 

O realizador Tony McNamara denota algumas dores do crescimento e a inexperiência, uma vez que este é somente a sua segunda experiência de realização - o primeiro foi uma comédia de adolescentes.

 

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Algumas personagens poderiam ter tido um tratamento mais completo no argumento, tal como o próprio Ashby, cuja influência em Ed parece algo forçada, e Eloise (Emma Roberts) que se perde numa relação romântica que parece ser inconsequente.

 

No final, este filme é uma agradável experiência no campo dos filmes de adolescentes, e é sempre interessante ver Mickey Rourke fazer com facilidade aquilo que a outros custa tanto.

 

 

Classificação SMN: 6/10.