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Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

The Ring - O Aviso

Usualmente, no Sessão da Meia Noite, não temos o habito de ver muitos filmes de terror. Por norma, é um estilo de filmes que não nos desperta muito interesse, contudo, por vezes somos tentados a experimentar o género, com algumas surpresas.

 

Foi o que aconteceu com este filme, que é um remake de um filme de terror japonês intitulado “Ringu”, baseado no romance também japonês “Ringu” de Koji Suzuki.

 

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The Ring - O Aviso, 2002, de Gore Verbinski, com Naomi Watts, Martin Henderson, David Dorfman, Brian Cox, Jane Alexander, Lindsay Frost, Amber Tamblyn, Rachel Bella, Daveigh Chase, Shannon Cochran, Sandra Thigpen.

 

O argumento do filme acompanha a jornalista Rachel Keller (Naomi Watts) quando ela se vê compelida a investigar a morte inexplicável de quatro adolescentes (uma delas sua sobrinha), que sofreram uma morte estranha, sete dias após terem visto um vídeo assombrado.

 

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Rachel vai até ao local onde tudo aconteceu e descobre o vídeo que eles terão visto antes de morrer. O estranho vídeo mostra cenas do quotidiano de uma família numa quinta, sempre com um aspeto assombrado e psicologicamente perturbante.

 

Após ver o vídeo, Rachel recebe uma chamada, dizendo simplesmente “Seven Days”. A partir deste ponto, Rachel começa a desenvolver a sua investigação de modo a tentar perceber o que teria causado estes eventos tão perturbadores e, mais importante que tudo, evitar que voltassem a acontecer.

 

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Para nós, que não somos verdadeiros apreciadores do género, o realizador conseguiu criar uma atmosfera que não é demasiado assustadora, mas que consegue manter o espetador assustado e interessado ao mesmo tempo, sempre na incerteza sobre os resultados da pesquisa de Rachel.

 

Gore Verbinski, que até este filme não tinha grande currículo cinematográfico, conseguiu criar um ambiente que cativa a generalidade do público com uma história simples mas atrativa, assustadora mas curiosa.

 

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Este filme é um dos remakes de filmes de terror com mais sucesso de sempre tendo conseguido receitas de bilheteira cinco vezes acima dos seus custos de produção, cimentando a posição de Gore Verbinski com um realizador de qualidade no mercado cinematográfico, de tal modo que, foi o escolhido para os três primeiros filmes da saga Piratas das Caraíbas.

 

Apesar das nossas reservas iniciais, este filme acabou por ser uma experiência muito intrigante, despertando sentimentos de receio mas também de muita curiosidade, de tal modo que ficamos com muito interesse em ver a continuação da história em The Ring 2 – O Aviso 2 de 2005.

 

 

Classificação SMN: 8/10

 

Dirty Harry - A Fúria da Razão

Como já referimos por diversas vezes, um dos atores muito apreciados no Sessão da Meia Noite é Clint Eastwood. Revendo a obra desta lenda de Hollywood, passámos recentemente pelo primeiro filme de uma das suas personagens mais marcantes e duradouras: o detetive “Dirty” Harry Callahan.

 

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Dirty Harry - A Fúria da Razão, 1971, de Don Siegel, com Clint Eastwood, Harry Guardino, Reni Santoni, John Vernon, Andrew Robinson, John Larch, John Mitchum, Mae Mercer, Josef Sommer.

 

A primeira aventura do detetive Harry Callahan (Clint Eastwood) foi criada tendo por base um argumento original de Harry Julian Fink e R. M. Fink intitulado “Dead Right”.

 

A historia é baseada livremente num dos casos criminais mais famosos de San Francisco - o assassino do Zodíaco, um assassino em série que atou nessa área, nos finais da década de 1960, e cuja identidade nunca foi conhecida.

 

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No filme, Harry é encarregue da investigação de um assassino que mata indiscriminadamente, escolhendo as suas vítimas de modo mais ou menos aleatório, com uma arma de alta precisão, a partir do topo de edifícios.

 

A sua loucura leva-o a exigir um resgate à cidade para parar com a chacina, comunicando os seus feitos e exigências através de cartas assinadas simplesmente por Scorpio (papel desempenhado por Andrew Robinson).

 

Harry e a sua equipa conseguem prender Scorpio, mas ele acaba por ser libertado por falta de provas. Esta circunstancia leva Harry a quebrar todos os protocolos policiais para acabar com a loucura deste assassino.

 

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Clint Eastwood encaixou que nem uma luva num papel que, originalmente era para ser de Frank Sinatra, construindo uma personagem muito forte de um detetive de homicídios obstinado, frontal e cínico, muito crítico das “politiquices” dos seus superiores e com um elevado sentido de justiça.

 

Numa altura em que as estrelas tinham um poder diferente de hoje em dia, Clint Eastwood aceitou o papel na condição de que o realizador fosse Don Siegel, seu mentor e amigo de longa data, mas que também já tinha provas dadas quer no cinema quer em séries de televisão.

 

Esta seria a quarta colaboração entre os dois amigos, depois de Coogan’s Bluff (1968), Two Mules For Sister Sara (1970) e The Beguiled (1971).

 

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O resultado desta simbiose foi que ambos trabalharam a história de modo a moldar a personagem de Dirty Harry naquilo que viria a ser um dos ícones mais reconhecidos dos filmes policiais de sempre.

 

O realizador consegue através de uma grande simplicidade, dar o foco da atenção todo à ação, e a uma inevitável aproximação entre opostos, entre o bem e o mal, personificados por Clint Eastwood e Andrew Robinson, onde a cidade é o terceiro protagonista.

 

Dirty Harry é um filme que nós gostámos muito no Sessão da Meia Noite (já o vimos diversas vezes), num exemplo de qualidade daquilo que foi a base de todos os filmes de ação policial que se lhe seguiram.

 

 

Classificação SMN: 8/10.

Documentário Prosperity

Numa ronda pelos novos títulos de documentários sobre a indústria e o ambiente, o Sessão da Meia Noite descobriu um trabalho que apresenta uma postura diferente do derrotismo sem esperança do mainstream dos documentários.

 

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Prosperity – Prosperidade, 2017, de Mark van Wilk, Pedram Shojai e Carl H. Lindahl.

 

Este documentário foi promovido pela www.well.org e pela The Urban Monk Foundation, organizações fundadas pelo Dr. Pedram Shojai, numa perspetiva de continuação da divulgação do que deverão ser boas práticas empresariais numa clara mudança do paradigma do capitalismo.

 

Ao longo do documentário vão sendo apresentados exemplos de empresas e/ou organizações americanas que divergem do objetivos focados unicamente no lucro, e dão importância a outros pilares organizativos como o ambiente, a comunidade, os funcionários, etc.

 

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Através destes exemplos vamos percebendo a mensagem que nos vai sendo transmitida aos poucos, de que já vão existindo algumas mudanças de comportamentos corporativos mas que, na base de tudo está o comportamento individual de cada um de nós.

 

Essencialmente cada ação individual é relevante e importante – Esta é uma das principais mensagens do documentário.

 

Um dos aspetos positivos e refrescantes que vemos neste exercício é a fuga à teoria do apocalipse em que todos estamos condenados pelos nossos comportamentos a um declínio penoso e duradouro.

 

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A visão de que podemos fazer a diferença e que, em algumas situações, ela já esta a ser feita, serve de motivação para um alteração de comportamentos que se pretende seja rápida e eficaz, com efeitos claros na nossa qualidade de vida.

 

Um dos aspetos que nos interessou foi a ideia de que o que biológico ou “Fair-Trade” (comércio justo), não deve custar mais ao consumidor do que um produto normal. Pensamos que este é um caminho certo a percorrer e que assim se poderá mudar comportamentos com mais facilidade.

 

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Contudo, e apesar mudança de comportamentos e da mensagem de mobilização no final, este documentário também funciona como publicidade ao trabalho e aos serviços disponibilizados pelas organizações do Dr. Pedram Shojai.

 

Em suma este é um documentário interessante, que mostra possibilidades de mudança numa perspetiva positiva sobre os comportamentos das empresas sobre o ambiente e uma quantidade de outros fatores que se interrelacionam com as organizações.

 

Curiosamente, no final do documentário, o Dr. Pedram Shojai diz uma coisa que é muito próxima da cultura portuguesa, e que seria um comportamento cuja mudança traria certamente muitas vantagens: “Queixar-se ao vizinho só não resulta. É preciso reclamar nos locais certos, às entidades corretas, mesmo que uma resposta possa não ocorrer no imediato”.

 

 

Classificação SMN: 8/10.

Blade Runner 2049 - Curtas Metragens

Estamos na semana de estreia de um dos filmes mais aguardados dos últimos tempos - Blade Runner 2049.

 

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O mundo construído por Ridley Scott em 1989, tem agora a sua continuação pela batuta de Dennis Villeneuve, numa realidade 30 anos depois do filme original.

 

Para fazer ajudar à compreensão das realidades dos dois filmes e das suas interligações, Dennis Villeneuve pediu a dois realizadores, cujo trabalho ele respeita, para fazerem três curtas metragens que dramatizassem eventos chave explicando a nova realidade.

 

A primeira curta metragem foi lançada a 30 de agosto com o titulo "2036 Nexus Dawn", realizada pelo filho de Ridley Scott - Luke Scott. Aqui vemos a personagem de Jared Leto - Niender Wallace, pressionando para legalizar novamente o fabrico de replicants.

 

De seguida deixamos o vídeo integral com um pequeno comentário de Dennis Villeneuve.

 

 

O segundo olhar sobre a nova realidade das grandes corporações e da luta entre humanos e replicants foi revelada ao mundo a 15 de setembro. "2048 Nowhere to Run" é também um trabalho de Luke Scott, e mostra-nos Dave Bautista como Sapper Morton, um especialista no fabrico de vida artificial (e de replicants), escondido das grandes corporações.

 

Aqui fica mais esta segunda curta metragem.

 

 

A última prequela foi revelada a 26 de setembro, numa grande variação sobre as anteriores pois trata-se de um exercício em animação dirigido por Shinichiro Watanabe.

 

"Blade Runner Black Out 2022" fala-nos do grande apagão, da queda da Tyrrell Corporation e da crescente tomada de consciência dos replicants sobre as realidades humanas e a interação entre as suas "espécies".

 

De seguida podem ver mais esta prequela numa antecipação para o filme que estreia já a 5 de outubro.