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Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Castle - Temporada Final

O Sessão da Meia Noite chega ao fim de mais uma série.

 

As aventuras do escritor playboy armado em detetive amador, que acompanha uma detetive do New York Police DepartmentCastle, terminou no final da temporada 8, por meio de um cancelamento algo conturbado. O Sessão da Meia Noite deixa aqui as suas impressões finais.

 

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Castle – Temporada 8, 2015, de Andrew W. Marlowe, com Nathan Fillion, Stana Katic, Susan Sullivan, Jon Huertas, Seamus Dever, Molly C. Quinn, Tamala Jones, Toks Olagundoye, Sunkrish Bala.

 

O final da temporada 7 já denotava alguma falta de consistência nos argumentos dos episódios de Castle, assim como um esvaziamento do interesse despertado pelos plots horizontais das temporadas.

 

Assim, no meio desta aparente falta de criatividade, os produtores foram reavivar um plot antigo, que acompanhou as primeiras cinco temporadas.

 

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Voltamos então ao assunto do Senador Bracken (que está preso) mas que, aparentemente, não era o responsável máximo pelo esquema criminoso que originou a morte da mãe de Beckett.

 

O assassinato dos membros da antiga equipa de Beckett no Attorney General em Washington, leva a detetive ao estatuto de infiltrada, para se salvar, e para a segurança de toda a família Castle.

 

Esta situação também resultará na separação do casal maravilha, ainda que temporariamente, gerando contudo muita incompreensão e descontentamento pelo lado de Castle.

 

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Os episódios vão-se sucedendo mas, para o Sessão da Meia Noite, ficou sempre a pairar um sentimento de inconsistência, e até algum esgotamento de ideias.

 

Beckett fica obcecada na busca do “marionetista” de Bracken, o que vai causar óbvios atritos com a família Castle, assim como com os colegas de Beckett, mas sempre de um modo pontual e sem uma linha condutora que fizesse sentido.

 

Ficamos também a conhecer um pouco mais sobre as razões do desaparecimento de Castle no início da temporada 7 mas, também neste caso, é um assunto que nunca fica completamente explicado.

 

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Nota-se claramente que esta série não foi preparada para terminar no final desta temporada, uma vez que, além das dificuldades de inserção do novo plot nos episódios, a história é fechada abruptamente no episódio final.

 

Esta temporada deixa-nos com um sentimento de desinteresse por parte dos produtores, simplesmente repetindo uma fórmula que resultava há muito, mas sem novidade.

 

O final abrupto reflete as dificuldades negociais nas renovações dos contratos dos protagonistas, assim como os, alegados, problemas de relacionamento entre os atores principais.

 

 

Esta série acabou por sofrer, e perecer, ao cansaço da repetição de uma fórmula sem inovações, que pudessem promover a manutenção do interesse por parte dos espetadores.

 

Castle continua a ser uma das nossas séries favoritas de sempre, mas talvez esta temporada pudesse ter sido evitada, ou melhor preparada para um final mais digno.

 

Classificação SMN Temporada: 7/10

Classificação SMN Série: 9/10

The Getaway de Sam Peckinpah

De volta aos clássicos, o Sessão da Meia Noite teve mais uma oportunidade de ver um dos mestres do cinema de meados do século XX – Steve McQueen, num filme com uma temática muito típica dos anos 60 e 70: roubos de bancos e perseguições de carros.

 

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The Getaway – Tiro de Escape, 1972, de Sam Peckinpah, com Steve McQueen, Ali MacGraw, Ben Johnson, Sally Struthers, Al Letieri, Slim Pickens, Richard Bright, Jack Dodson, Dub Taylor, Bo Hopkins.

 

O argumento, baseado no romance homónimo de 1958, escrito por Jim Thompson, conta-nos a história de Carter “Doc” McCoy (Steve McQueen), um assaltante de bancos que está encarcerado, e que vê a sua liberdade condicional recusada.

 

Este objetivo é conseguido, mas com um preço, uma vez que Doc fica obrigado a fazer um novo assalto a um banco no Texas, cujas receitas serão encaminhadas maioritariamente para o seu “benfeitor”.

 

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O assalto corre sem grandes problemas mas, uma traição no seio da equipa, cria uma cisão no gangue que vai obrigar os McCoys a fugir aos antigos elementos da sua equipa, assim como à polícia, numa corrida em direção à fronteira com o México.

 

Steve McQueen foi um daqueles atores que preferia as expressões corporais às palavras, e nesse sentido, este argumento assentou-lhe que nem uma luva, uma vez que Doc é um homem de poucas palavras, cujos atos marcam o seu percurso como criminoso e como marido.

 

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A relação amorosa, muitas vezes tensa, entre Doc e Carol cria uma grande empatia com estes personagens que, apesar de todas as dificuldades, tudo farão para se manterem unidos, até porque essa condição melhora as suas probabilidades de sucesso.

 

As perseguições típicas dos anos 70, compõem o resto do filme, no que é um dos melhores exercícios do género que vimos nos últimos tempos.

 

Nessa altura, havia alguns atores que tinham um grande poder sobre os filmes, nomeadamente, no modo como eles eram feitos e Steve McQueen era um deles.

 

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Por pressão do protagonista a banda sonora foi toda refeita por Quincy Jones após o despedimento do Jerry Fielding, além da relação muito conturbada entre McQueen e o realizador.

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Como curiosidade, podemos ver Sally Struthers no papel de Fran Clinton uma assistente de veterinário que se vê atraída por um criminoso que a rapta juntamente com o seu marido. O nome pode não dizer muito, mas esta atriz também foi Gloria Bunker, a filha de Archie Bunker, de Uma Família às Direitas entre 1971-1979.

 

Lançado quatro anos após outro clássico do género também com Steve McQueen Bullit (1968) de Peter Yates, The Getaway é um filme muito bom e garante um pouco de bom cinema a todos os que decidam ver para lá da idade, em direção à qualidade.

 

Classificação SMN: 8/10.

 

 

Star Trek Beyond

Uma das sagas imperdíveis no Sessão da Meia Noite é a dos filmes Star Trek - O Caminho das Estrelas. Desta vez, vamos falar sobre a mais recente adição a este universo, que é o terceiro filme do seu mais novo reboot, e o décimo terceiro filme desta saga, desde o seu início em 1979.

 

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Star Trek Beyond - Star Trek Além do Universo, 2017, de Justin Lin, com Chris Pine, Zachary Quinto, Karl Urban, Zoe Saldana, Simon Pegg, John Cho, Anton Yelchin, Idris Elba, Sofia Boutella, Joe Taslin, Lydia Wilson, Deep Roy, Melissa Roxburgh, Anita Brown, Doug Jung, Shohreh Aghdashloo, Greg Grunberg, Jeff Bezos.

 

Depois dos dois filmes sob a batuta de J.J. Abrams - Star Trek (2009) e Star Trek into the Darkness (2013), o terceiro episódio desta nova encarnação da saga foi entregue a Justin Lin, cujo currículo incluí quatro filmes da odisseia de Velocidade Furiosa.

 

O filme continua a narrativa cronológica dos dois filmes anteriores, e inicia-se com o Kirk (Chris Pine) a repensar o seu futuro na Starfleet. Sem este saber, Spock (Zachary Quinto) também equaciona uma mudança de carreira, nomeadamente a hipótese de seguir os passos do Embaixador Spock (Leonard Nimoy), recentemente falecido, na continuação da cultura dos Vulcanos.

 

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Mas, como é habitual nestes filmes, um desafio é colocado à Starfleet, que só a Starship Enterprise está equipada para lidar e, materializando o lema original deste universo "to boldly go where no man has gone before", Kirk e a sua tripulação abraçam esta nova aventura.

 

Um salvamento por território espacial fora dos mapas astrais, contra uma raça desconhecida (e ainda não nomeada no universo Star Trek, simplesmente referidos como The Swarm), cujos ataques e naves funcionam como se de um enxame se tratasse, altamente coordenadas, e com uma capacidade de destruição imensa.

 

Kirk e seus companheiros terão que lidar com a ameaça nova, cujos comportamentos rapidamente revelam uma emboscada com vista à destruição de Star Fleet e à United Federation of Planets.

 

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Esta nova raça é liderada por Krall (Idris Elba), um ser que tem um ódio enorme pela Federation e que, como vamos descobrindo ao longo do desenrolar da história, tem mais semelhanças com os humanos que originalmente se poderia pensar.

 

Após uma chegada muito atribulada ao planeta de Krall, os nossos heróis conseguem "recrutar" a ajuda de Jaylah (Sofia Boutella), uma fêmea de uma espécie nova, cuja nave já havia sido destruída por Krall.

 

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Esta aventura de Star Trek é visualmente muito semelhante às duas anteriores, e acrescenta mais um capítulo à já longa história de Kirk, Spock e companhia.

 

Apesar de no Sessão da Meia Noite sermos grandes fãs desta saga, este filme não trás nada de muito novo. Não há nada muito inovador ou diferente, parece somente mais um episódio. Não deixa de ser um bom filme e, os verdadeiros apreciadores de ficção científica não deixarão passar este filme sem uma espreitadela.

 

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Como nosso favorito mencionamos o Scotty de Simon Pegg, no seu misto de comédia e competência, aos comandos da engenharia da Enterprise e companhia.

 

Um menção especial também para Anton Yelchin (com Pavel Chekov) que teve aqui o um dos seus últimos desempenhos.

 

Classificação SMN: 8/10.

 

 

Black Butterfly

Hoje, o Sessão da Meia Noite volta a um ator que nos é muito querido, e que tem andado muito desaparecido das passadeiras vermelhas. Antonio Banderas é o protagonista de um thriller psicológico, realizado por Brian Goodman, que estreou entre nos a 8 de junho.

 

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Black Butterfly - Borboleta Negra, 2017, de Brian Goodman, com Antonio Banderas, Piper Perabo, Jonathan Rhys Meyers, Abel ferrara, Nathalie Rapti Gomez, Alexandra Klim, Katie McGovern.

 

O argumento do filme apresenta-nos como cenário uma pequena cidade de montanha que vive assolada por uma série de raptos e assassinatos. Um pouco fora da cidade vive Paul (Antonio Banderas), um escritor solitário, que espera retomar uma carreira outrora fulgurante, mas que, aos poucos, foi sucumbindo ao bloqueio de escrita.

 

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Devido a uma altercação no restaurante local, Paul conhece Jack (Jonathan Rhys Meyers) um estranho que o salva de uma tareia. Movido por um sentimento de gratidão, e pelo facto de uma tempestade se aproximar, Paul oferece guarida a Jack na sua casa, pelo menos até que o mau tempo passe.

 

A borrasca passou, mas Jack foi ficando, fazendo pequenas reparações na casa, propositadamente encontrando argumentos para não se ir embora. Eventualmente, Paul tenta mandar Jack de volta ao seu caminho, mas Jack mostra um comportamento psicótico e muito agressivo , que torna Paul um refém na sua própria casa.

 

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A relação de violência psicológica que se vai percebendo entre o dois protagonistas é o principal mecanismo do filme, que é apimentado com a introdução de Laura (Piper Perabo) - uma agente imobiliária, que é igualmente aprisionada por Jack na casa de Paul.

 

Jonhathan Rhys Meyers é um dos melhores atores que já vimos a fazer de psicopata, e António Banderas faz um escritor não violento muito convincente, num jogo de poucas personagens onde o suspense comanda os protagonistas.

 

O filme vai evoluindo numa toada mediana, típica da maioria dos filmes deste género, até ao clímax final que nos faz repensar a história toda e o seu significada, tal é a reviravolta.

 

 

No Sessão da Meia Noite gostámos muito deste filme que se revelou surpreendente.

 

Classificação SMN: 7/10.

Unlocked de Michael Apted

Um filme de ação, que junta alguns atores já consagrados, com um leque de novas esperanças, é o que nos propomos comentar hoje.

 

Realizado por Michael Apted - que já foi responsável por um James Bond The World is not Enough de 1999, este filme tem um pouco de mistério, muita ação e drama, naquilo que nos parece um conjunto harmonioso, sobre os novos perigos a que a humanidade está sujeita.

 

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Unlocked - Conspiração Terrorista, 2017, de Michael Apted, com Noomi Rapace, Orlando Bloom, Toni Collette, Michael Douglas, John Malkovich, Akshay Kumar, Brian Caspe, Michael Epp.

 

Uma conspiração, com uma eminente ameaça terrorista, envolvendo um ataque biológico a Londres, é o mecanismo principal deste filme. Num jogo de espiões e profilers, o engano e a dissimulação são as peças principais do jogo de xadrez que vai envolver os protagonistas deste enredo misterioso.

 

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Noomi Rapace é Alice Racine, uma jovem profiler da CIA que se retirou do "jogo", devido a uma operação mal sucedida, que resultou na morte de diversos inocentes. Apesar dos incentivos do seu mentor Eric Lasch (Michael Douglas) para voltar à atividade, Alice insiste em evitar a chamada à ação.

 

Mas a ameaça crescente a Londres e, a óbvia pressão dos seus, ainda, superiores, forçam Alice a retomar a sua atividade. Esta ação vai desencadear sua série de eventos que, além da tentativa de resolução da ameaça pendente, vai trazer a lume a verdade sobre a operação que causou o retiro forçado de Alice.

 

Num bom filme de mistério e ação, temos o privilégio de ver contracenar os grandes Michael Douglas, John Malkovich e Toni Collette com os novos talentos Noomi Rapace e Orlando Bloom.

 

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Noomi Rapace foi para nós uma revelação em Män Som Hatar Kvinnor de Niels Arden Oplev (2009), ou seja, Millennium 1: Os Homens que odeiam as Mulheres, onde fazia o papel de Lisbeth Salander uma hacker muito perturbada.

 

O seu progresso após essa altura e a sua aventura no cinema americano tem demonstrado que é uma jovem atriz a ter em consideração pela elevada qualidade dos seus trabalhos e a consistência das suas performances.

 

Orlando Bloom tenta voltar à ribalta do cinema após Legolas de O Senhor dos Anéis e Will Turner de Os Piratas das Caraíbas, e mostrar que tem competências para outro tipo de papéis. No entanto, o seu tempo em cena neste filme (Jack Alcott) é demasiado curto para puder atingir o seu objetivo.

 

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Os talentos consagrados cumprem o que lhe foi pedido pelo realizador, mostrando aos mais novos como se faz bem, com aparentemente pouco esforço. O nosso destaque vai para Toni Collete que nunca nos desiludiu.

 

Em suma, Unlocked - Conspiração Terrorista é um bom filme da ação que vai agradar, com certeza, aos apreciadores do género, mas que também pisca o olho aqueles que, não desprezando os filmes de ação, valorizam mais as boas interpretações.

 

Classificação SMN: 7/10.