Mulheres do Século XX
Um dos nomeados aos Óscares deste ano foi a última obra de Mike Mills, sobre a vida de um conjunto de mulheres, contemplando o seu modo de vida liberal na Califórnia de 1978, tentando agregar uma família sem uma figura masculina forte.
É de Mulheres do Século XX que vamos falar hoje.
20th Century Women - Mulheres do Século XX, 2016, de Mike Mills, com Annette Bening, Elle Fanning, Greta Gerwig, Billy Crudup, Lucas Jade Zumann, Thea Gill, Waleed Zuaiter, Curran Walters, John Billingsley, Laura Wiggins.
Annette Bening é Dorothea Fields, uma mulher forte, à frente de uma família que luta por educar o seu filho Jamie (Lucas Jade Zumann) sem uma figura paternal. Jamie, tem muitas perguntas que Dorothea não consegue responder e socorre-se da sua amiga de infância Julie (Elle Fanning) para o ajudar a perceber as mulheres.
Na Santa Bárbara de 1979, mãe e filho vivem numa casa antiga, em constantes renovações, onde alugam quartos para ajudar a pagar as contas.
Abbie (Greta Gerwig), a fotógrafa que está obcecada pelo movimento punk e em tratamento devido a um cancro cervical, e William (Billy Crudup), o homem dos sete ofícios, com uma grande atração por Dorothea, são os dois inquilinos da casa, que quase fazem parte da família.
Julie é uma amiga muito especial que, frequentemente passa as noites no quarto de Jamie, mas não quer ter sexo com ele pois tem receio que isso possa prejudicar a sua amizade. Obviamente que Jamie tem uma opinião diferente.
A adolescência de Jamie faz com que as respostas de Dorothea não sejam suficientes para as suas questões e esta começa a ficar com receios de estará a perder a ligação forte que existia entre os dois.
Nesta encruzilhada, Dorothea pede ajuda a Julie e Abbie para que elas falem com Jamie e o tentem ajudar, e de algum modo, reabilitar a relação entre mãe e filho.
Esta situação, aliada às tentativas falhadas de Dorothea em encontrar um companheiro, são os componentes principais dos mecanismos do argumento, onde Annette Bening desempenha o seu papel com a mestria de uma atriz com quase trinta anos de carreira.
É muito interessante ver as interações entre estas mulheres especiais, que vivem cada dia numa luta por si próprias, e pelas suas amigas, num misto de amor, amizade e compreensão, criando uma verdadeira família afetiva.
Uma coisa que nos pareceu estranho foi que, apesar de todos os acontecimentos relatados, as vidas das protagonistas parece seguir o seu curso sem grandes percalços, o que, em termos cinematográficos, torna o filme um pouco inconsequente.
Para a posteridade fica a qualidade das interpretações de Greta Gerwig e Elle Fanning (duas grandes esperanças para o futuro do cinema) além da já mencionada Annette Bening.
Classificação SMN: 7/10.