Os Fugitivos de Alcatraz
Mais uma vez passaram as férias "grandes". Os dias na praia recheados de bolas de Belim terminaram. E nós, no Sessão da Meia Noite, achamos razoável voltar às lides dos comentários cinematográficos com um clássico.
A quinta, e última, colaboração entre Don Siegel e Clint Eastwood, materializou-se num dos melhores filmes de sempre sobre fugas de prisões de sempre, relatando a única fuga com sucesso da prisão de Alcatraz.
Escape From Alcatraz - Os Prisioneiros de Alcatraz, 1979, de Don Siegel, com Clint Eastwood, Patrick McGoohan, Roberts Blossom, Fred Ward, Paul Benjamin, Larry Hankin, Jack Thibeau, Bruce M. Fisher, Frank Ronzio, Fred Stuthman.
Este clássico é baseado no livro de J. Bruce Campbell "Escape From Alcatraz: Farewell To the Rock" e relata a história, mais ou menos verdadeira, dos únicos três prisioneiros que conseguiram fugir, com sucesso, da prisão de Alcatraz.
Morris (Clint Eastwood) é um assaltante de bancos que é transferido para Alcatraz por ter sido apanhado após ter fugido de outra prisão.
Identificado como alguém com QI superior à media, na "apresentação" com o diretor (Patrick McGoohan), Morris é logo advertido de que "ninguém escapa do rochedo".
Aos poucos, Morris vai-se integrando nas rotinas da prisão, conhecendo as hierarquias, as relações de poder, os fornecedores e as regras não escritas de uma lugar opressivo por definição e por natureza.
Algum tempo depois, dão entrada em Alcatraz dois prisioneiros - os irmãos Clarence (Jack Thibeau) e John Anglin (Fred Ward), conhecidos de Morris de outras prisões, e habituados na arte de escapar.
Morris, sempre atento a qualquer possibilidade de escapar, desenvolve um plano que pode ter sucesso, mas precisa de parceiros para aumentar as hipóteses de sucesso, quer seja na obtenção de materiais necessários à fuga (surripiados das oficinas da prisão), seja em apoio manual propriamente dito.
Morris, os irmãos Anglin e o vizinho de cela de Morris - Charlie Butts (Larry Hankin), formam assim uma equipa que irá tentar por em prática os planos desenvolvidos por Morris.
Pelo meio terão que debelar as rondas horárias nas celas, as contagens frequentes, as revistas aleatórias às celas e a animosidade e desconfiança de Warden que persiste numa intimidação psicológica aos prisioneiros.
Este filme, como muitos desta época, vive dos silêncios e da majestade das interpretações dos atores, cujas expressões dizem muito mais que muitas linhas de texto. Clint Eastwood, Patrick McGoohan, Paul Benjamin e Fred Ward têm grandes interpretações, claramente marcantes nas suas carreiras, suportando e enriquecendo este clássico do cinema contemporâneo.
Numa pequena inovação do Sessão da Meia Noite, iremos passar a introduzir nos nossos comentários de filmes ou séries, a nossa classificação, numa escala de 0 a 10, numa tentativa de dar resposta a algumas solicitações recebidas.
Assim aqui fica a primeira avaliação:
Classificação SMN: 10/10.