Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

The Fate of the Furious

Finalmente, o Sessão da Meia Noite conseguiu ver um dos filmes mais antecipados do ano.

 

Pela mão de F. Gary Gray, chegamos à mais recente aventura de Velocidade Furiosa, obviamente sem Paul Walker, mas sempre com muita velocidade e adrenalina.

 

Velocidade Furiosa 8 1.jpg

The Fate of the Furious - Velocidade Furiosa 8, de F. Gary Gray, com Vin Diesel, Jason Stathan, Dwayne Johnson, Michelle Rodriguez, Tyrese Gibson, Chris "Ludacris" Bridges, Charlize Theron, Kurt Russell, Nathalie Emmanuel, Luke Evans, Elsa Pataky, Kristofer Hivju, Scott Eastwood, Patrick St. Esprit, Janmarco Santiago, Olek Krupa, Eden Estrella, Tejo Calderon, Don Omar, Celestino Cornielle, Helen Miren.

 

O argumento de Chris Morgan leva-nos numa viagem que vai colar com a história dos últimos dois filmes da saga, mas sem qualquer prejuízo para a compreensão desta história numa visualização em modo stand-alone.

 

O filme começa com uma sequência pré-genérico inicial que consegue rivalizar com qualquer filme de James Bond.

 

É apresentado o ponto atual de cada um dos protagonistas principais e, com a facilidade de uma corrida de carros pelas ruas de Cuba, temos a base para a nossa história.

 

Velocidade Furiosa 8 2.jpg

 

Dom (Vin Diesel) está em lua-de-mel com Letty (Michelle Rodriguez) quando conhece a enigmática Cipher (Charlize Theron) que, além de demonstrar conhecer demasiado sobre a vida de Dom, mostra-lhe algo que o fará trabalhar para ela, deixando a sua equipa "mi familia" sem saber nada sobre este assunto.

 

Só um motivo muito forte poderá fazer com que Dom se vire contra os seus amigos, algo que sempre disse nunca faria, mas, aparentemente, é isso que vai acontecer.

 

Esta traição só se materializa quando Mr. Nobody (Kurt Russell) reúne a equipa para mais um trabalho não sancionado oficialmente.

 

Velocidade Furiosa 8 3.jpg

 

O resultado não é positivo e, além de Dom ser considerado como um traidor pelos seus amigos, Hobbs (Dwayne Johnson) é preso e colocado na mesma instalação onde está detido Deckard (Jason Stathan) e a equipa fica incrédula com a nova realidade.

 

Mr. Nobody, coadjuvado pelo seu novo protegido, carinhosamente apelidado de Little Nobody (Scott Eastwood), fica com a tarefa de reagrupar a equipa e frustrar os planos de Cipher.

 

Esta tarefa fica mais complicada quando a equipa percebe que Don está a trabalhar com Cipher.

 

Velocidade Furiosa 8 4.jpg

 

E assim se vai construindo mais um pedaço da história da saga Velocidade Furiosa, com muitos carros pelo meio, velocidade e adrenalina, um tanque e até um submarino nuclear.

 

Rapidamente é-nos revelada a motivação de Dom para os seus estranhos atos, algo inesperado e, ao mesmo tempo, mais uma ligação com o passado: um filho desconhecido, com Elena (Elsa Pataky).

 

Logo percebemos também que Dom nunca virou as costas à sua família, somente teve que ganhar tempo para reunir uma equipa alternativa, muito improvável, para o auxiliarem a se livrar da influência de Cipher.

 

Este é um filme de altas octanas, do início até ao fim, onde a velocidade continua a ser uma das personagens principais, e os produtores nos tentam surpreender de todos os modos possíveis.

 

Velocidade Furiosa 8 5.jpg

 

Desta vez temos o já mencionado submarino nuclear, a navegar sob um lago gelado, a perseguir e, ao mesmo tempo, a ser perseguido por carros de altíssimas cilindradas, com Hobbs a redirecionar um torpedo com as suas mãos, e Dom a atrair um míssil térmico.

 

Enfim, Velocidade Furiosa no seu melhor! O filme é excelente e essencial para todos os fãs do género.

 

Velocidade Furiosa 8 6.jpg

 

De uma saga que já nos trouxe carros a voar entre torres no Dubai, um tanque a saltar de cima de um transporte especial, corridas pelo interior de uma mina abandonada, um carro estilo formula 1 a correr pelas ruas de Londres, ficamos na expectativa em saber que novidades explosivas o futuro desta saga ainda nos trará.

 

A única certeza é que será sempre algo grandioso, bombástico e carregado de adrenalina.

 

 

Homefront - A Última Defesa

Por vezes, há argumentos esquecidos que, por sorte ou infortúnio, acabam por ganhar vida muitos anos após a sua génese.

 

Removidas as camadas de pó pelo interesse gerado por um produtor ou estúdio, algumas destas peças de escrita acabam numa qualquer tela ao pé de si, a fazer as delícias dos apreciadores de cinema.

 

É este o caso do filme que vamos falar hoje.

 

Homefront A Última Defesa 1.jpg

Homefront – A Última Defesa, 2013, de Gary Fleder, com Jason Stathan, James Franco, Izabela Vidovic, Kate Bosworth, Marcus Hester, Clancy Brown, Winona Ryder, Omar Benson Miller, Rachelle Lefevre, Frank Grillo, Chuck Zito, Pruitt Taylor Vince, Austin Craig, Owen Harn.

 

Este é um filme de ação claro, puro e duro, sem desculpas.

 

Jason Statham é o bom da fita, personificando Phil Broker, um agente do DEA - Drug Enforcement Administration, que se retira para uma cidade pequena do interior sul da América de modo a criar a sua filha em paz e sossego.

 

Homefront A Última Defesa 2.jpg

 

Os maus da fita são James Franco (Morgan “Gator” Bodine) e Winona Ryder (Sheryl Marie Mott) que aqui são uns pequenos traficantes e consumidores de droga locais com aspirações a serem grandes.

 

Mas Broker não consegue, obviamente, os seus intentos, e o seu passado, incorporado no desejo cego de vingança de um grande traficante de droga Danny “T” Turrie (interpretado por Chuck Zito), que vai trilhando o seu caminho até aquela pequena e calma cidade, onde a pacatez vai ser muito perturbada.

 

Homefront A Última Defesa 3.jpg

 

O sentido de autodefesa de Phil Broker vai ter que se suplantar ao seu desejo de calma e sossego, num crescendo de ação que vai culminar na necessidade absoluta de proteção da sua filha Maddy Broker (Izabela Vidovic).

 

Este filme é uma muito boa experiência de ação, não só pela forma como a história é apresentada, mas também porque, desde cedo, nos vamos apercebendo de algo familiar no argumento.

 

Esta familiaridade é revelada nos créditos.

 

Homefront A Última Defesa 4.jpg

 

O argumento é da responsabilidade de Sylvester Stalone (sim, o Rambo e o Rocky que, para os mais desatentos, já foi nomeado para Óscares na capacidade de argumentista) que havia ficado na gaveta mais de 20 anos.

 

Homefront A Última Defesa 5.jpg

 

Escrito para ser um pedaço da história de John Rambo, nunca foi produzido e, só viu a luz do dia devido ao interesse demonstrado por Jason Stathan em protagonizar este filme de ação.

 

Em suma, este filme não tenta ser nada mais do que um bom filme de ação e, nesse campo cumpre todos os objetivos. O realce de interpretação vai para James Franco que é um traficante excelente e para a muito alterada Kate Bosworth.

 

Homefront A Última Defesa 6.jpg

 

No Sessão da Meia Noite também gostámos bastante da interpretação de Winona Ryder, onde se revela a curiosidade de, numa altura em que ela já se encontrava livre de drogas, interpretar uma viciada muito convincente.

 

 

 

 

Cegonhas

Hoje em dia, os filmes de animação sofreram uma generalização enorme com o reconhecimento do potencial de um público cada vez mais jovem, muito desperto para as novas plataformas de entretenimento.

 

Assim a única forma que o cinema pode ombrear com o imediatismo do acesso aos novos meios é através da qualidade. Hoje falamos de mais um bom exemplo neste campo.

 

cegonhas 1.jpg

Storks – Cegonhas, 2016, de Nicholas Stoller e Doug Sweetland, e com as vozes de Andy Sandberg, Katie Crown, Kelsey Grammer, Jennifer Aniston, Ty Burrell, Anton Starkman, Keegan-Michael Key, Jordan Peele, Danny Trejo.

 

Um argumento simples mas atual, que mistura o conceito popular de que as cegonhas entregam os bebés que vêm de Paris, com o conceito de compras pela internet, fazem deste filme um êxito quase imediato.

 

Então a história diz-nos que as cegonhas entregam bebés, por uma razão ou outra, mudaram de ramo, e agora entregam encomendas para o gigante Cornerstone.com. Contudo, a mudança de ramo (curioso o sentido da expressão) deixou alguns assuntos por resolver, nomeadamente Tulip.

 

cegonhas 2.jpg

 

Tulip é uma jovem que não chegou a ser entregue pelas cegonhas e foi crescendo pelo armazém, esperando a sua oportunidade de ser como uma cegonha e entregar uma encomenda.

 

Mas o nosso protagonista é Junior, uma cegonha que está à espera de uma grande promoção quando, por acidente, faz uma ação não autorizada.

 

O armazém ainda tem a Baby Making Machine, que é a “Máquina de Fazer Bebés” (não se esqueçam que se trata de um filme para crianças) e Junior, acidentalmente, liga a máquina e “faz” um bebé.

 

cegonhas 3.jpg

 

Na sua urgência de esconder esta ação do seu chefe, Junior e Tulip, embarcam numa viagem com o objetivo de entregar este bebé aos seus pais, e assim esconder a sua transgressão às regras estabelecidas.

 

Esta viagem vai-se revelar uma contenda maior do que os dois amigos esperavam, no entanto, eles irão ter uma recompensa maior do que a “simples” entrega de um bebé aos seus destinatários.

 

cegonhas 4.jpg

 

O filme é muito engraçado, sendo fácil de gostar dele pelo assunto que trata, pelo modo como a história é abordada, e pelo objetivo final atingido, nesta epopeia de uma cegonha e uma jovem em fazer o que é correto.

 

No final são 87 minutos de boa disposição sobre um tema que faz parte do imaginário de todos.

 

A versão portuguesa está muito bem dobrada e as vozes estão a cargo de Nuno Markl, Leonor Seixas, Manuel Marques, Tobias Monteiro, Lourenço Serrão, Ana Catarina, Bruno Ferreira, Eduardo Madeira, Quimbé e Felipe Duarte.

 

 

Sideways de Alexander Payne

Em 2004, Hollywood fez sair um filme de Alexander Payne, em que a historia gira à volta de um tema que tem pouco de americano – o gosto pelo vinho, e que nos leva a uma viagem muito fora do normal, pela mão de bons atores, mas também eles, muitas vezes, afastados dos papéis principais nos círculos de representação.

 

sideways 1.jpg

Sideways, 2004, de Alexander Payne, com Paul Giamati, Thomas Hayden Church, Virginia Madsen, Sandra Oh, Marylouise Bourke, Jessica Hecht, Missy Doty, M.C. Gainey.

 

O argumento é simples: uma semana antes do casamento do seu melhor amigo Jack (Thomas Hayden Church), o padrinho Miles (Paul Giamati) leva Jack numa viagem de despedida de solteiro pela zona vinícola da Califórnia, com o objetivo de descansarem, e apreciarem bons vinhos na zona onde eles são produzidos.

 

sideways 2.jpg

 

Apesar de relutante com esta oferta, Jack aceita-a, com o objetivo de ajudar Miles a sair de um estado algo depressivo em que se encontra desde a sua separação.

 

Embora a viagem vá correndo bem, e aparentemente sendo interessante para Miles (que é um grande apreciador de vinhos), Jack acaba por ficar um pouco aborrecido.

 

Durante a viagem vão conhecendo algumas mulheres com quem se vão divertindo, mais Jack do que Miles, até que encontram Maya (Virginia Madsen) e Stephanie (Sandra Oh), com quem se envolvem romanticamente.

 

sideways 5.jpg

  

Obviamente que esta situação tem desfechos diferentes para os dois amigos, sendo que Miles está descomprometido e Jack está prestes a casar mas, o desenrolar da história, introduz um pouco de comédia no drama romântico principal, aliviando a carga dramática e depressiva introduzida pela personagem de Miles.

 

As interpretações de Paul Giamati e Thomas Hayden Church são irrepreensíveis, num registo muito pouco usual de ver num filme americano.

 

No Sessão da Meia Noite também gostámos de ver uma das nossas atrizes favoritas: Virginia Madsen, assim como assistir a Sandra Oh num papel que a levou muito para longe de um hospital (a milhas da Anatomia de Grey).

 

sideways 4.jpg

 

Das cinco nomeações para os Óscares de 2005, venceu somente a categoria de melhor argumento adaptado, o que não lhe tira nenhum mérito, no ano de Million Dollar Baby e de Clint Eastwood.

 

Este é um daqueles filmes onde temos tempo para apreciar o desenvolvimento do argumento, e a qualidade das performances e das paisagens vinícolas, com pena de não ser possível provar os vinhos.

 

É um must see, sem dúvida.

 

 

Borning de Hallvard Braein

Nas listas de melhores filmes de carros aparece insistentemente um filme norueguês que nos aguçou a curiosidade. Foi laborioso de encontrar mas, no Sessão da Meia Noite conseguimos, e com legendas em português (caso contrário teria sido uma experiência de adivinhação).

 

borning 1.jpg

Børning, 2014, de Hallvard Bræin, com Anders Baasmo Christiansen, Ida Husøy, Sven Nordin, Otto Jespersen, Jenny Skavlan, Henrik Mestad, Trond Halbo, Oskar Sandven Lundevold, Camilla Frey, Marie Blokus, Anitra Eriksen.

 

Sem grandes expectativas entramos nesta experiência que nos revelou boas surpresas.

 

No melhor estilo dos filmes de “Gumball” e “Smokey and the Bandit”, este filme tem um argumento simples. Um mecânico – Roy (Anders Baasmo Christiansen), que também é adepto das corridas ilegais de carros, entra numa corrida de 2000 km entre Oslo e o Cabo Norte, acima do círculo polar ártico.

 

borning 2.jpg

 

Com o seu Ford Mustang amarelo de 1967 todo artilhado, Roy tenta vencer os seus adversários, especialmente TT (Trond Halbo) com a filha Nina (Ida Husøy) como seu “copiloto”, e os seus amigos a acompanhar.

 

Ao longo do percurso as peripécias sucedem-se, desde um ataque anafilático por alergia a nozes de Nina, a estradas bloqueadas pelo persistente polícia Philip Mørk (Henrik Mestad) e as jogadas pouco legais de TT e seus comparsas.

 

borning 3.jpg

 

O filme vive da adrenalina da velocidade da corrida cujos carros são filmados de um modo que nos transmite as sensações quase como se estivéssemos no lugar do piloto, engrandecidos pela edição de som que faz um conjunto muito coeso e bem construído.

 

A cinematografia aproveita para nos ir mostrando as fabulosas paisagens da Noruega e Finlândia, à medida que os carros vão avançando na sua contenda.

 

borning 4.jpg

 

Só para aguçar a curiosidade deixamos aqui alguns dos carros que podemos ver na corrida: Audi R8 de 2007, BMW M3 de 2007, Cadillac DeVille Convertible de 1965, Chevrolet Camaro de 1969, 1971 e 2012, Chevrolet Chavelle de 1966, Corvete C6 de 2005, Dodge Viper GTS de 1997, Ferrari 458 Itália de 2010, Ford GT de 2005, Ford Mustang de 1967 e 1969, Ford Shelby GT 500, Plymouth Barracuda de 1970, Pontiac Firebird Trans Am de 1986, Porsche 911 GT3 de 2007, entre muitos outros.

 

Este filme é muito divertido, especialmente para quem gosta de carros e não tem problemas com filmes falados numa língua que não percebemos mesmo nada. Aqui tivemos mesmo que ler as legendas.

 

Quem conseguir encontra o filme pode ver que não se vai arrepender.