Highwaymen
No Sessão da Meia Noite tentamos manter a mente aberta relativamente aos mais diversos tipos de filmes, de modo a construir uma base cada vez mais alargada e abrangente de suporte a estes posts.
Neste âmbito, um dos tipos de filmes pouco abordados até á data é o road-movie, que é um dos nossos favoritos. O exemplo que hoje comentamos foi uma feliz descoberta recente.
Highwaymen – Rápidos e Mortais, 2004, de Robert Harmon, com Jim Caviezel, Rhona Mitra, Frankie Faison, Colm Feore, Andrea Roth, Noam Jenkins, Guylaine St-Onge.
Um casal aparentemente feliz, vê a sua realidade destroçada com o assassinato da mulher (Olivia Cray interpretada por Guylaine St-Onge) num atropelamento intencional com fuga.
Cinco anos após esta tragédia, James ‘Rennie’ Cray (Jim Caviezel) persegue incessantemente o assassino da sua mulher, através das estradas do interior da América, num Plymouth Barracuda de 1968 (um muscle car clássico).
O assassino é Fargo (Colm Feore), um louco com uma mente perversa, que demonstra um gosto especial pela morte através de atropelamentos, ao volante do seu Cadillac Eldorado de 1972.
Fargo, ele mesmo vitima de diversos acidentes automóveis, está confinado a uma cadeira de rodas e muito limitado fisicamente mas, ultrapassou estas dificuldades alterando o interior do seu carro de um modo que este funciona perfeitamente como uma extensão do seu próprio corpo, como que uma arma na busca das suas insuspeitas vítimas.
Uma mulher – Molly Poole (Rhona Mitra), vem complementar o triângulo de violência entre James e Fargo, onde James quer vingança pela sua mulher ao mesmo tempo que se vê “forçado” a tentar salvar Molly, e Fargo tenta enriquecer a sua galeria de troféus.
O filme tem muito boas sequências de ação e perseguições automóveis a alta velocidade, num mundo de muscle cars robustos, com o inerente suspense de procurar saber qual o próximo passo de cada um dos antagonistas.
Este é um exercício muito interessante, que acaba por jogar muito bem com a personalidade misteriosa da Jim Caviezel, cuja postura nunca deixa transparecer muita coisa.
Aqui, os habituais atores secundários tem a possibilidade de brilhar, num filme onde o protagonista principal é a velocidade e a adrenalina, associada à vingança e à sociopatia.
É um filme para apreciadores de road-movies violentos, e não deverá agradar a todos.