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Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

The Good Fight - Temporada 1

O final de The Good Wife, com a sua elevada qualidade e aceitação do público, deixou em aberto a possibilidade do aparecimento de spin-offs.

 

Foi o que aconteceu e, a pedido da CBS, os produtores voltaram ao trabalho em conseguiram encontrar material para trabalhar uma nova história, pós The Good Wife, mas com claras ligações afetivas e não só.

 

O resultado deste trabalho foi The Good Fight e o Sessão da Meia Noite já viu a primeira temporada.

 

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The Good Fight - Temporada 1, 2017, de Michelle King e Robert King, com Christine Baranski, Rose Leslie, Erica Tazel, Cush Jumbo, Delroy Lindo, Paul Guilfoyle, Sarah Steele, Bernadette Peters, Justin Bartha, Nyambi Nyambi, Michael Boatman, Heléne York, Tom McGowan, Gary Cole, Mathew Perry, Carrie Preston, John Cameron Mitchell, John Benjamin Hickey, Ron Canada, Dylan Baker, Christine Lahti, Jerry Adler, Louis Gossett Jr., Frankie Faison, Robert Picardo, Jason Biggs, Zack Grenier, Jane Lynch.

 

Desde logo se percebe que esta série tem um feeling muito diferente de The Good Wife.

 

A história tem início um ano após o final de The Good Wife e assenta, inicialmente, em Diane Lockhart (Christine Baranski) que se vê envolvida num escândalo financeiro que a faz perder todas as suas poupanças.

 

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Numa altura em que Diane se estava a reformar, já tendo assinado o acordo de saída, vê-se forçada a voltar ao trabalho, desta vez numa nova firma, pois a firma que ela havia ajudado a fundar e que, nessa altura se chamava Lockhart, Deckler, Gussman, Lee, Lyman, Gilbert-Lurie, Kagan, Tannebaum & Associates, não a aceitou de volta.

 

Por sorte, consegue ser contratada como Junior Partner, na Reddick, Boseman & Kolstad, que é uma prestigiada firma de advogados, detida somente por negros e que se especializou em casos de brutalidade policial.

 

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Ao longo dos 10 episódios desta primeira temporada, vamos assistindo ao evoluir dos casos desta nova firma, com a questão racial sempre presente, ao mesmo tempo que se desenvolvem as investigações no caso de fraude financeira, que envolve Diane e uma jovem advogada que é sua afilhada - Maia Rindell (Rose Leslie), cuja família foi a principal responsável pela referida fraude.

 

Percebe-se que The Good Fight não é tão familiar como The Good Wife, uma vez que, ao contrário da sua antecessora, em The Good Fight os diálogos tem algum vernáculo popular.

 

Os argumentos dos episódios vão evoluindo da situação particular de Diane, para a exploração das implicações da fraude financeira, suas investigações e consequências, que constitui o plot transversal a toda a temporada, sempre misturadas com os casos diários de cada episódio - subplots, que nos vão tentando apresentar as diferenças entre as duas séries.

 

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Na realidade, uma observação mais cuidada, percebemos que as diferenças não são tão grandes quanto se poderia pensar. O cerne da diferença acaba por estar nos atores que são diferentes, uma vez que os criadores e produtores são os mesmos.

 

The Good Fight em si revela-se interessante e, após os primeiros episódios que são algo difíceis de assimilar após sete temporada de The Good Wife, vamos criando uma ligação afetiva com estas personagens e os seus destinos.

 

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No Sessão da Meia Noite a nossa personagem favorita é, sem dúvida, Lucca Quinn (Cush Jumbo) que transitou da temporada sete de The Good Wife, e mantém o seu estilo muito profissional e sem a necessidade (aparente) de ligações afetivas duradouras.

 

Para já, e pelo que foi apresentado até à data, damos o benefício da dúvida a The Good Fight e ficamos a aguardar a segunda temporada que está prevista para o início de 2018.

 

 

Highwaymen

No Sessão da Meia Noite tentamos manter a mente aberta relativamente aos mais diversos tipos de filmes, de modo a construir uma base cada vez mais alargada e abrangente de suporte a estes posts.

 

Neste âmbito, um dos tipos de filmes pouco abordados até á data é o road-movie, que é um dos nossos favoritos. O exemplo que hoje comentamos foi uma feliz descoberta recente.

 

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Highwaymen – Rápidos e Mortais, 2004, de Robert Harmon, com Jim Caviezel, Rhona Mitra, Frankie Faison, Colm Feore, Andrea Roth, Noam Jenkins, Guylaine St-Onge.

 

Um casal aparentemente feliz, vê a sua realidade destroçada com o assassinato da mulher (Olivia Cray interpretada por Guylaine St-Onge) num atropelamento intencional com fuga.

 

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Cinco anos após esta tragédia, James ‘Rennie’ Cray (Jim Caviezel) persegue incessantemente o assassino da sua mulher, através das estradas do interior da América, num Plymouth Barracuda de 1968 (um muscle car clássico).

 

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O assassino é Fargo (Colm Feore), um louco com uma mente perversa, que demonstra um gosto especial pela morte através de atropelamentos, ao volante do seu Cadillac Eldorado de 1972.

 

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Fargo, ele mesmo vitima de diversos acidentes automóveis, está confinado a uma cadeira de rodas e muito limitado fisicamente mas, ultrapassou estas dificuldades alterando o interior do seu carro de um modo que este funciona perfeitamente como uma extensão do seu próprio corpo, como que uma arma na busca das suas insuspeitas vítimas.

 

Uma mulher – Molly Poole (Rhona Mitra), vem complementar o triângulo de violência entre James e Fargo, onde James quer vingança pela sua mulher ao mesmo tempo que se vê “forçado” a tentar salvar Molly, e Fargo tenta enriquecer a sua galeria de troféus.

 

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O filme tem muito boas sequências de ação e perseguições automóveis a alta velocidade, num mundo de muscle cars robustos, com o inerente suspense de procurar saber qual o próximo passo de cada um dos antagonistas.

 

Este é um exercício muito interessante, que acaba por jogar muito bem com a personalidade misteriosa da Jim Caviezel, cuja postura nunca deixa transparecer muita coisa.

 

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Aqui, os habituais atores secundários tem a possibilidade de brilhar, num filme onde o protagonista principal é a velocidade e a adrenalina, associada à vingança e à sociopatia.

 

É um filme para apreciadores de road-movies violentos, e não deverá agradar a todos.

 

 

A Golpada de George Roy Hill (1973)

Hoje falamos de um clássico do cinema, abundantemente premiado, de uma excelente ano – 1973, que nos mostra em contracena dois dos melhores atores de sempre – Paul Newman e Robert Redford.

 

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The Sting – A Golpada, 1973, de George Roy Hill, com Paul Newman, Robert Redford, Robert Shaw, Charles Durning, Ray Walstom, Eileen Brennan, Harold Gould, Dana Elcar.

 

O argumento apresenta-nos o meio dos aventureiros trapaceiros – Con-artists, em 1936, com início numa pequena cidade do interior de Illinois – Jolliet, um pouco à semelhança do que já tínhamos visto em The Hustler (1961) de Robert Rossen, com Paul Newman, mas aqui num contexto mais criminoso.

 

No meio da máfia local, e de todos os abutres que giram à sua volta, estes aventureiros vão sobrevivendo por saberem em que não aplicar os seus golpes.

 

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Mas tudo se altera quando um amigo do nosso herói Johnny Hooker (Robert Redford), é apanhado nas teias do sindicato do crime e recebe a punição máxima.

 

Johnny é obrigado a fugir de Jolliet para Chicago, onde encontra Harry Gondorff (Paul Newman), um velho colega da mesma atividade, que se encontra fugido ao FBI.

 

Nas conversas trocadas descobre que o falecido era amigo comum, e vinga-lo aplicando um golpe de alto rendimento ao chefe da máfia Doyle Lonnegan (Robert Shaw), responsável máximo pelas atividades criminosas em Jolliet.

 

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Deste ponto em diante, toda a história se desenrola com o objetivo máximo em vista, com avanços e retrocessos, onde os dois amigos e os seus comparsas terão que recorrer às suas melhores qualidades de “dissimulação” para conseguir o seu propósito.

 

Numa altura em que poucos eram os efeitos visuais disponíveis, este tipo de filmes tinha sucesso devido às grandes interpretações e boa construção da narrativa que nos prende à tela a torcer pelo mais pequeno “underdog”, na sua luta contra Golias.

 

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A qualidade que aqui o Sessão da Meia Noite advoga, não é uma situação pontual, mas sim uma opinião generalizada, suportada pelos sete Óscares da Academia que o filme venceu em 1974 (das dez nomeações que tinha), incluindo melhor filme, melhor realizador e melhor argumento.

 

Além disso A Golpada está classificado com um dos melhores 100 filmes de sempre pelo IMDb e seus utilizadores.

 

Como curiosidades podemos revelar que Robert Redford só viu o filme em junho de 2004 e que o restaurante onde Hooker encontra Lonnegan pela primeira vez é o mesmo cenário que foi utilizado em Regresso ao Futuro (1985), quando Marty McFly encontra a seu pai (no passado) pela primeira vez.

 

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Também é uma oportunidade de ver dois dos melhores atores de sempre muito novinhos (especialmente Robert Redford).

 

Pelo Sessão da Meia Noite podemos dizer que são 2h9m muito bem passadas, a ver cinema de grande qualidade.

 

Vejam que não se vão arrepender!

 

 

The Good Wife - Temporada 7

E, mais rápido do que poderíamos ter antecipado, chegámos ao final da última temporada de The Good Wife , a sétima temporada desta aventura da advogada, mãe e esposa Alicia Florrick e companhia.

 

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The Good Wife – Temporada 7, 2015, de Michelle King e Robert King, com Julianna Margulies, Matt Czuchry, Makenzie Vega, Graham Phillips, Alan Cumming, Josh Charles, Christine Baranski, Chris Noth, Cush Jumbo, Zack Grenier, Jeffrey Dean Morgan, Margot Martindale, Jerry Adler, Christopher McDonald, Nicole Roderick, Michael J. Fox, Sarah Steele, Mary Bath Peil, Chris Butler, Will Patton, Vanessa Williams, Stockard Channing, Peter Gallagher, Gary Cole, Dallas Roberts, Carrie Preston, David Paymer, Mamie Gummer, John Benjamin Hickey, Denis O’Hare, Anna Camp, Zach Woods, Renée Goldsberry.

 

Esta última temporada tem um início algo conturbado (e confuso para a continuidade da história) para a personagem de Alicia (Julianna Margulies).

 

Já tendo assinado a sua saída da firma, e tendo concedido a eleição de procurador de Cook County para o seu adversário, Alicia vê-se, de novo, a reiniciar a sua vida profissional, desta vez no tribunal de fianças (Bond Court).

 

Entre novos amigos e inimigos, Alicia vai regenerando a sua imagem, com a ajuda da sua antiga firma, que agora se chama Lockhart, Agos & Lee, que lhe vai entregando pequenos casos, num adoçar de boca que a vai “impedindo” de se juntar à eterna Némesis de todos: Louis Canning (Michael J. Fox).

 

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A par desta nova aventura de Alicia, Peter (Chris Noth) continua a sua campanha para a Presidência dos Estados Unidos mas, apesar de todos os esforços (alguns a favor e outros contra), perde as primárias no Iowa e fica imediatamente arredado da corrida.

 

A partir deste ponto a história começa a caminhar rapidamente para o final, ganhando dinâmica e consistência que a primeira metade desta temporada não havia ainda demonstrado.

 

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Naquilo que será, mais uma vez, uma mistura pouco recomendável de política, influências e os tribunais, Peter vai ser novamente investigado e acusado de peculato e corrupção no desempenho das funções de procurador de Cook County.

 

Como neste caso quase todos tem o rabo preso, a sua defesa cairá nas mãos de Alicia e Diane (Christine Baranski), que terão que utilizar os seus melhores recursos para que Peter não retorne ao cárcere.

 

O grande final, dividido em dois episódios, traz-nos o desenrolar do julgamento de Peter, com o investigador Peter Crouse (Jeffrey Dean Morgan) a desempenhar um papel importante, colocando em xeque a sua relação “extra-conjugal” com Alicia.

 

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De igual modo, o marido de Diane – Kurt McVeigh (Gary Cole), na sua condição de perito de balística, também terá o seu papel no julgamento, numa situação delicada, que irá colocar Alicia Contra Diane, cujos interesses colidem na procura da melhor defesa para Peter.

 

Esta temporada, além de todos os grandes nomes que já vinham de outras temporadas, apresenta-nos uma jovem advogada Lucca Quinn (Cush Jumbo), que irá ocupar, pelo menos em parte, o lugar deixado vago por Kalinda, e assim assumir o papel de Grilo Falante entre Alicia e Jason.

 

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No final percebemos que a nossa história, com todos os plots e subplots, converge para o ponto inicial da primeira temporada, fechado um círculo onde a nossa personagem principal acaba em circunstâncias muito próximas do seu início.

 

Foram ao todo 156 episódios onde nos fomos deixando cativar pala vida profissional e pessoal de Alicia, cheia de imperfeições, que só assim possibilitaram manter a série interessante.

 

Juntando a este pote a peculiaridade das performances de Advogados e Juízes, temos um misto de drama e comédia, num cenário de tribunal, cativante até ao fim.

 

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Apesar disso, no Sessão da Meia Noite, não ficámos com vontade de saber mais sobre esta história, o que nos parece ser o efeito de um cair do pano criado com mestria e saber.

 

Como súmula final podemos referir que, mais uma vez, ficámos muito impressionados com esta série, pela sua qualidade geral, e pelo facto de não se ter perdido na tentação de continuar indefinidamente, perdendo-se em histórias marginais sem interesse.

 

No Sessão da Meia Noite pensamos esta é uma série com muita qualidade, bons atores e argumentos cativantes, das melhores que temos visto sobre tribunais nos últimos tempos, e que soube terminar exatamente na altura certa.

 

 

Gringo: The Dangerous Life of John McAfee

A maior parte dos génios informáticos da atualidade mantiveram-se ativos, de uma maneira ou outra, permanentemente ao longo das suas carreiras.

 

Este não foi o caso de John McAfee. O documentário que aqui apresentamos foca-se numa parte da vida deste génio informático, longe da tecnologia, mas cheio de mistério e comportamentos estranhos, nomeadamente a seu tempo de auto-exílio no Belize.

 

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Gringo: The Dangerous Life of John McAfee, 2016, de Nanette Burstein, com Allison Adonizio, Nanette Burstein, John McAfee.

 

Este documento surge das notícias controversas acerca de comportamentos estranhos e potencialmente criminosos de John McAfee durante a sua estadia na América Central.

 

Mas afinal quem é John McAfee?

 

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Qualquer utilizador informático de hoje em dia dificilmente não ouviu falar dele, ou então utilizou um software com o seu nome.

 

John McAfee foi o génio criador do primeiro software antivírus comercial do mercado. Para continuar a desenvolver e comercializar o seu produto, John criou em 1987 a McAfee Associates, que ele geriu até e 1997, altura em que foi forçado pelos restantes acionistas a vender as posições na empresa.

 

A partir deste ponto John parece ter-se desligado do mundo informático. O documentário não aprofunda estas questões mas refere que, nessa altura, John ter-se-á dedicado à meditação e ao ioga.

 

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Por alturas de 2009, John muda-se para o Belize, mais propriamente para a ilha de San Pedro, um local de águas límpidas e quentes, pacífico, calmo e muito aberto à instalações de expatriados ricos.

 

Deste ponto em diante, a informação que o documentário analisa é obtida através de testemunhas, uma vez que nos muitos e-mails trocados com John McAfee ele nunca aceitou ser um participante ativo.

 

Os relatos das testemunhas revelam uma personalidade excêntrica que, sob uma capa de humanitário, generoso e altruísta, esconde um manipulador exímio, perigoso, capaz de cometer crimes impunemente numa sociedade débil e algo depauperada que era o Belize.

 

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John McAfee foi ligado a dois homicídios sem que a polícia do Belize nunca o tivesse sequer interrogado.

 

Após este período duvidoso da sua vida, John tentou se reinventar, voltando para os Estados Unidos em 2013, sendo inclusivamente candidato à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Libertário (contudo perdeu nas primárias).

 

O documentário apresenta uma versão dos factos que não deixa John bem na fotografia, e que acaba por ser comprovada, até certo ponto, através dos e-mails trocados entre John e a produtora Nanette Burstein.

 

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Mostra-nos uma personalidade excêntrica, algo negra, que em tempos foi genial, e que levou as suas vontades sempre à frente das de todos os outros. Algo que não é refutado por John McAfee devido às suas recusas insistentes de participar, chegando até às ameaças.

 

Disponível entre nós na plataforma Netflix, este documentário vale a pena ver para se perceber que a genialidade também tem um lado negro e perigoso.

 

 

Pedro e Inês de António Ferreira

No presente mês de junho irão ter início as filmagens do mais recente filme do realizador conimbricense António Ferreira: “Pedro e Inês”.

 

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Nesta que será a sua terceira longa-metragem, o realizador responsável por outros títulos como “Esquece tudo o que te disse”, “Embargo” e “Respirar Debaixo de Água”, apresenta aqui uma adaptação da obra “A Trança de Inês” de Rosa Lobato Faria, numa colagem às histórias de amor entre D. Pedro I e D. Inês de Castro transposta para o mundo moderno.

 

O protagonista é Pedro, um indivíduo internado num hospital psiquiátrico por viajar de carro com o cadáver da sua amada Inês. O filme apresenta-se em três tempos distintos para o amor trágico entre “Pedro e Inês”.

 

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Esta divisão em três partes, desenrola-se na época medieval (à imagem da narrativa de Luís de Camões nos Lusíadas), na atualidade, e num futuro distópico onde as populações regressam aos campos vindas da cidade para viver em harmonia com a natureza.

 

Em todas as épocas Pedro e Inês conhece-se e apaixonam-se descontroladamente, enfrentando os tabus de cada época que teimam em separá-los.

 

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A rodagem decorrerá a partir de 20 de junho em Coimbra, Lousã, Cantanhede e Montemor-o-Velho, e os principais protagonistas são Diogo Amaral, Joana de Varona, Vera Kolodzig, João Lagarto, Custódia Gallego, Pero Coelho, Cristóvão Campos, entre outros.

 

Uma coprodução entre Portugal, França e Brasil, que esperamos ver em breve nas nossas salas de cinema.

 

John Wick: Chapter 2

Finalmente, no Sessão da Meia Noite, conseguimos ver uma dos filmes que gerou mais espectativa ao longo deste ano: o segundo capítulo da história da “reforma” do assassino profissional John Wick.

 

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John Wick: Chapter 2 – John Wick 2, 2017, de Chad Stahelski, com Keanu Reeves, Riccarso Scamarcio, Ian McShane, Ruby Rose, Common, Claudia Gerini, Lance Reddick, Laurence Fishburne, Tobias Segal, John Leguizamo, Bridget Moynahan, Thomas Sadoski, David Patrick Kelly, Franco Nero, Peter Serafinowicz, Luca Mosca, Chukwudi Iwuji, Peter Stormare.

 

O primeiro capítulo desta história já havia sido surpreendentemente espetacular, e o segundo não desiludiu.

 

A história pega no final de John Wick (2014), com John (Keanu Reeves) em busca do seu carro: um Ford Mustang de 1969, que havia sido roubado pelos irmãos Tarasov.

 

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Numa sequência de pré-créditos de grande adrenalina, ao melhor estilo de James Bond, comprovamos que o principal motivo para a sua busca não era o carro em si, mas algo que estava no porta-luvas.

 

Com o fecho deste plot do argumento, entramos na linha principal desta história, que começa com uma visita indesejada do passado do John – um “amigo”, a quem John havia pedido ajuda em obter a sua “reforma”.

 

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Neste mudo de organizações criminosas escusas e assassinos contratados com moedas de ouro, nada é simples e, lentamente, vamos sendo apresentados às regras que servem de balizadores à aparente normalidade desta sociedade escondida.

 

Mais uma missão suicida é imposta a John Wick, que terá que utilizar todos os seus recursos especiais e treino, para sair no final com vida(que por motivos de honra este não poderá declinar).

 

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Esta missão vai leva-lo a Roma e ao Hotel Continental local, cujo responsável (Julius) é um dos nossos atores favoritos de todos os tempos – Franco Nero, numa analogia a Winston (Ian McShane) do Continental de New York.

 

Mas, no fundo, John Wick, apesar de ter largado a vida do crime por amor, é uma pessoa vingativa, pelo que não descansará até puder exercer a sua vingança sobre o “amigo” que lhe impôs uma missão tão pouco glorificante.

 

 

O filme é uma montanha russa de emoções e adrenalina, onde os loopings parecem que não acabam, o que faz com que o espetador não consiga desligar, sob pena de perder um momento essencial de uma perseguição ou de uma luta.

 

O realizador Chad Stahelshi, que fez a sua carreia como duplo (Matrix, Wolverine, Sherlock Holmes: Jogo de Sombras, entre muitos outros), demonstra ser muito hábil na criação de cenários de luta fora do normal, onde as capacidades físicas e o treino intenso de Keanu Reeves desempenham um papel fulcral.

 

Como destaque, além do desempenho de Keanu Reeves, gostámos especialmente de Laurence Fishburne como Bowery King e Ruby Robe como a silenciosa Ares, numa iniciação muito interessante neste tipo de filmes muito exigente.

 

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Este filme foi ao encontro das espectativas do Sessão da Meia Noite, superando-as, numa continuação da história de um assassino que pensa que se quer reformar mas que, de repente, perde a sua principal motivação para tal.

 

É um excelente filme de ação com um final que nos deixa a salivar pelo terceiro capítulo, onde esperamos ver de novo Keanu Reeves, Ian McShane e companhia, a revelar um pouco mais das regras de honra desta sociedade secreta que vive entre nós (?!) sem levantar suspeita.

 

 

Anyone Can Quantum

Por vezes, navegando pela imensidão de vídeos colocados no éter para o desfrute das massas, entre gatinhos e proezas idiotas, descobrimos coisas interessantes. Quase como quando arrumamos um armário há muito esquecido.

 

Assim, no Sessão da Meia Noite, descobrimos um vídeo sobre xadrez quântico (?!) que nos despertou o interesse.

 

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Anyone Can Quantum, 2016, de Alex Winter, com Paul Rudd, Stephen Hawking, Keanu Reeves e Alex Winter.

 

Sob a realização de Alex Winter (o Bill de A Fantástica Aventura de Bill e Ted), e patrocinado pelo Institute for Quantum Informantion and Matter da Universidade Californiana Caltech, este vídeo foi criado para um evento onde se celebrou o passado, o presente e o futuro da ciência quântica.

 

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O vídeo em si apresenta-nos Paul Rudd (aproveitando o lançamento de Ant-Man) num embate de xadrez quântico com o Dr. Stephen Hawking.

 

Num registo cómico, narrado por Keanu Reeves (o Ted), os nossos interlocutores brincam com natureza não preditiva da mecânica quântica, materializada num jogo de xadrez original, com comentadores (no Tweeter) ao mais alto nível.

 

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No fundo, este vídeo é uma brincadeira interessante que serve para aligeirar um assunto que, por natureza, é muito técnico, denso e não muito intuitivo.

 

Foi uma descoberta divertida que aqui partilhamos.

 

 

Prémios Nico 2017

A Academia Portuguesa de Cinema atribuiu, pela primeira vez, os Prémios Nico, que têm como objetivo o reconhecimento de novos talentos na indústria cinematográfica nacional.

 

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Criados em homenagem ao legado de Nicolau Breyner, pretendem ser, ao mesmo tempo, uma homenagem ao grande ator falecido, e um incentivo à criatividade e qualidade das produções nacionais.

 

"Nicolau Breyner não era apenas uma grande ator, era alguém que encorajava e transmitia aos jovens a importância da capacidade de sonhar. Os Prémios Nico destinam-se a reconhecer talentos incontornáveis como foi o dele" referiu o Presidente da Academia, Paulo Trancoso.

 

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Os premiados de 2017 são:

- O realizador Nuno Rocha, pela obra "A Mãe é que Sabe";

- O designer Igor Ramos, autor do poster japonês de "O Ornitólogo", considerado um dos 10 melhores do ano a nível mundial;

- O ator Miguel Cunha, pela sua participação em "Zeus".

 

Os troféus serão entregues a 6 de julho, durante as comemorações do sexto aniversário da Academia Portuguesa de Cinema.

Velocidade Furiosa - Los Bandoleros

E estamos de volta à saga Velocidade Furiosa, numa clara antecipação para o muito esperado The Fate of the Furious, descobrimos mais um vídeo - oficial, de ligação entre os filmes.

 

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Los Bandoleros, 2009, de Vin Diesel, com Vin Diesel, Michelle Rodriguez, Sung Kang, Tejo Calderon, Don Omar, Valentino Morales, Mirtha Michelle, Juan Fernandes, Celines Taribio.

 

Quem acompanha esta saga sedenta de combustível, sabe perfeitamente que os quatro primeiros filmes são algo desligados uns dos outros em termos de argumento e cronologia.

 

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À semelhança do que aconteceu para a ligação entre Velocidade Furiosa (2001) e Velocidade + Furiosa (2003) - como se pode ler num post anterior deste blog, a Universal também lançou um curto vídeo de ligação e contextualização para o quarto filme da saga.

 

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Aqui encontramos Dominic Toretto (Vin Diesel) a viver na República Dominicana, reagrupando uma equipa com novos e velhos amigos, com o aparecimento de um dos nossos favoritos Han (Sung Kang) e uma inevitável reaproximação a Letty (Michelle Rodriguez).

 

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Quem, como nós no Sessão da Meia Noite, viu os filmes da saga pela sua ordem de lançamento (e se só tinha visto até à quarta longa metragem), continua a perguntar-se como é que Han ainda está vivo (isto depois do trágico final de Velocidade Furiosa - Ligação Tóquio de 2006).

 

Mas enfim! Os filmes seguintes trarão a resposta.

 

A história é simples mas resulta bem, completando o universo de Velocidade Furiosa, num exercício interessante sob a batuta de realização de Vin Diesel.

 

Com carros mas sem corridas, com pilotos mas sem velocidade, e onde o mais importante é a família, esta curta é um pouco mais da história dos loucos por adrenalina e velocidade da saga de Velocidade Furiosa, muito apreciada por nós no Sessão da Meia Noite.

 

 

The Good Wife - Temporada 6

Inicialmente, no Sessão da Meia Noite, não tínhamos a noção de que The Good Wife poderia criar tanto interesse como se veio a verificar.

 

Na verdade, estávamos enganados e, em poucas semanas, chegámos ao final da penúltima temporada.

 

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The Good Wife – Temporada 6, 2014, de Michelle King e Robert King, com Julianna Margulies, Matt Czuchry, Archie Panjabi, Makenzie Vega, Graham Phillips, Alan Cumming, Christine Baranski, Chris Noth, Matthew Goode, Zack Grenier, Sarah Steele, Steven Pasquale, Mike Colter, David Hyde Pierce, Michael J. Fox, Renée Goldsberry, Ben Rappaport, Jerry Adler, Connie Nielsen, Jill Flint, Taye Diggs, Oliver Platt, Mary Beth Peil, Dallas Roberts, Carrie Preston, Kyle Maclachlan, Gary Cole, Edward Asner, Denis O'Hare, Dylan Baker, Rita Wilson, Stockard Channing, Ron Rifkin.

 

Os primeiros episódios desta temporada estão focados em Carey Agos (Matt Czuchry), que se vê envolvido numa teia conspirativa por parte do State's Attorney de Cook County, para conseguir prender o traficante Lemond Bishop (Mike Colter).

 

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Alicia (Julianna Margulies) e Diane (Christine Baranski) tomam as rédeas da defesa de Carey em oposição a Finn Polmar (Matthew Goode) pelo State's Attorney.

 

Entre a prisão e o tribunal, Carey tem a sua situação muito complicada até ao ponto em que Kalinda (Archie Panjabi) se vê sem opções e toma uma atitude menos correta para salvar Carey.

 

Alicia avança com a sua campanha para State's Attorney de Cook County, empurrada pelas certezas de vitória de Eli Gold (Alan Cumming) que lhe consegue arranjar um diretor de campanha - Johnny Elfman (Steven Pasquale), com o qual terá que entrar em conflito por diversas vezes, essencialmente por conflitos de interesses entre Alicia e Peter (Chris Noth).

 

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Elfman vai desenvolver sentimentos pela sua candidata, o que inevitavelmente vai criar incómodos estranhos para ambos, mas não mais do que aqueles resultantes da relação pessoal (e amorosa) entre Alicia e Finn após o julgamento de Carey.

 

As ligações da Florrick Agos à firma LG não acabam nunca e, além dos diversos casos que vão opondo as duas firmas, Diane descobre que ainda é responsável pelo aluguer dos escritórios da LG, pelo que esta situação lhe vai dar vantagem em negociar o não despejo da LG.

 

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A campanha de Alicia avança com muitos interesses à sua volta, sendo um deles Lemond Bishop (Mike Coulter). Simultaneamente, por situações relacionadas com as acusações contra Bishop, vai haver uma aproximação profissional entre Bishop e Kalinda (ainda que contra a sua vontade).

 

Parece-nos que a personagem de Kalinda foi aqui um pouco "maltratada" e, estava claro que aqui era anunciada a sua saída da série no final da temporada.

 

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Alicia vence as eleições mas acaba por ter que conceder devido a um escândalo de votos ilegais que se torna público devido a um caso de hacking aos e-mails das firmas de advogados.

 

No meio desta confusão toda, Peter decide candidatar-se à Vice-presidência dos Estados Unidos, iniciando a campanha para as primárias Democráticas.

 

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Percebe-se facilmente que esta temporada é inferior à anterior. Os argumentos contínuos da temporada são um pouco confusos e com uma maior ênfase na politica do que na advocacia.

 

As trocas e baldrocas de advogados e firmas são constantes e a situação de Kalinda vs Bishop parece um pouco contra-natura.

 

Apesar do nível desta temporada ser inferior à anterior, consegue manter o interesse pelos destinos da família Florrick e seus amigos adversários advogados, até porque esta é a penúltima temporada de The Good Wife.