Cartas de Iwo Jima
No Sessão da Meia Noite somos muito apreciadores do trabalho de Clint Eastwood, seja como ator, ou na cadeira de realizador. Desta vez apresentamos um trabalho de 2006, em que Clint Eastwood tomou as rédeas do filme na pele de realizador.
Letters from Iwo Jima - As Cartas de Iwo Jima, 2006, de Clint Eastwood, com Ken Watanabe, Kazunari Ninomiya, Tsuyoshi Ihara, Ryo Kase, Shidô Nakamura, Hiroshi Watanabe, Yuki Matsuzaki, Takashi Yamagushi, Eijiro Ozaki, Nae, Lucas Elliot Ebert, Sonny Saito.
Clint Eastwood decidiu prestar homenagem a uma das mais relevantes batalhas americanas da Segunda Guerra Mundial, que os Americanos consideravam essencial para o esforço de guerra, uma vez que o arquipélago em questão se localiza a cerce 1.200 km de Tóquio.
Este filme teve por base o resultado de escavações arqueológicas em Iwo Jima e os seus resultados em 2005, nomeadamente cartas de oficiais e soldados japoneses às suas famílias aquando da tentativa de tomada da ilha pelos americanos.
Estes relatos trouxeram uma perspetiva diferente aos acontecimentos da batalha, uma vez que, não lhe eram conhecidos relatos japoneses na primeira pessoa, pois não houve quaisquer sobreviventes japoneses da batalha.
A dramatização construída por Clint Eastwood, num drama de guerra, mostra as agruras da guerra, de uma perspetiva sem saída, onde a derrota era eminente e a captura não era uma hipótese.
A escolha do elenco foi propositadamente constituída por atores japoneses pouco conhecidos no ocidente, com a única exceção de Ken Watanabe no papel do General Kuribayashi.
Este filme funciona como complemento do filme Flags of our Fathers - As Bandeiras dos nossos Pais (2006) também de Clint Eastwood, onde é apresentada a visão americana da batalha.
Curiosamente, o lançamento de Cartas de Iwo Jima foi antecipada pois As Bandeiras dos Nossos Pais teve pouco sucesso comercial e os estúdios decidiram aproveitar o momento e lançar logo o segundo filme.
A aposta foi ganha e, Cartas de Iwo Jima teve uma performance de bilheteira muito melhor que o seu antecessor, tendo sido aclamado por público e crítica como uma grande obra do cinema de guerra.
A escolha de um elenco maioritariamente desconhecido coloca o foco da história no argumento o que, muito inteligentemente, beneficia este filme que tinha tudo para não vencer no mercado americano uma vez que é quase todo falado em Japonês.
Apesar de não ser um estilo favorito no Sessão da Meia Noite, foi uma agradável experiência de um filme reconhecidamente de grande valor e qualidade.