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Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Precious By Lee Daniels

Uma das surpresas da época de prémios de 2010 foi Precious, um drama realizado por Lee Daniels, cuja qualidade o transformou num hino à opressão dos negros pelos negros, e à força de vontade necessária para mudar a nossa vida. É sobre este filme de o Sessão da Meia Noite vai falar hoje.

 

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Precious, 2009, de Lee Daniels, com Gabourey Sidibe, Mo’Nique, Paula Patton, Mariah Carey, Sherri Shepherd, Lenny Kravitz, Stephanie Andujar, Chyna Layne, Amina Robinson, Xosha Roquemore, Angelic Zambrana.

 

O filme é baseado na obra “Push” de Sapphire, e é um drama psicológico violento, que retrata a vida de uma jovem negra, obesa e iliterata - Clairecee Jones (Gabourey Sidibe), que todos tratam por Precious, presa a uma vida medíocre, cheia de abusos físicos e psicológicos, e que aparentemente não tem saída, muito por falta de educação.

 

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Precious vive com a sua mãe Mary (Mo’Nique), que só vê televisão, fuma e recebe “welfare” (algo equivalente ao nosso rendimento social de inserção) que não tenta sequer arranjar trabalho que lhe proporcionasse algo mais da vida.

 

Mary tenta forçar Precious a seguir a mesmo estilo de vida mas vê os seus intentos alterados por força das circunstâncias.

 

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Precious, grávida do seu segundo filho, ambos do seu pai biológico, é convidada a mudar de escola, para uma organização com preocupações diferentes das do ensino regular, e onde poderia melhorar o seu desenvolvimento.

 

O empenho da professora Ms. Rain – Paula Patton, alarga os horizontes de Precious, fazendo com que ela perceba que a sua vida atual não é a única saída, e que ela poderá alcançar muito mais.

 

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Até aqui, a única “fuga” de Precious eram os seus sonhos onde o seu papel era o de uma pessoal normal, com desejos e vontades, capacidades e objetivos.

 

Esta nova força junto de Precious consegue que ela tome consciência do bem e do mal relacionados com a sua vida, e que questione o que está errado, numa procura do melhor para a sua vida, e dos seus filhos.

 

Este é um filme de uma violência psicológica muito marcada e que, por vezes, consegue ser mais impressionante que muitos cenas clássicas dos filmes de ação. É uma obra completa, que reúne um bom argumento adaptado, boa realização e excelentes interpretações.

 

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Aqui, destaca-se claramente a protagonista Gabourey Sidibe e Mo’Nique, cujo trabalho como Mary (atriz secundária) lhe valeu um Óscar, um Globo de Ouro e um Bafta.

 

É impressionante a quantidade de nomeações e prémios que o filme granjeou obter, como seis nomeações para Óscares (com três galardões), três nomeações para Globos de Ouro (com uma vitória), quatro nomeações para Baftas (um prémio), entre muitos outros.

 

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Este filme produzido independentemente pela Lee Daniels Entertainment foi alvo de acérrima cobiça pelos direitos de distribuição, tendo sido a Lionsgate a levar a melhor sobre a The Weinstein Company.

 

De dizer que Precious já havia sido reconhecido em Sundance onde, desde logo despertou a curiosidade de Hollywood.

 

Como curiosidade podemos dizer que foi o primeiro filme realizado por um afro-americano a ser nomeado para o Óscar de Melhor Filme.

 

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Este é um filme muito bom, violento (onde não há sangue), sobre o reconhecimento de oportunidades, como uma saída da caverna da Platão para o exterior onde toda uma nova realidade se apresenta.

 

Vale bem a pena os 110 minutos de história bem contada, bem construída e bem realizada.