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Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

The Pirate Bay Away From Keyboard

No mundo muito rico, mas frequentemente esquecido, dos documentários, o Sessão da Meia Noite viu recentemente um trabalho muito interessante sobre a realidade atual da internet, e a pretensas liberdade de informação, ou de expressão, concretizado no maior site do mundo de partilhas peer-to-peer (P2P) - The Pirate Bay.

 

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TPB AFK - The Pirate Bay Away From Keyboard, 2013, de Simon Klose, com Gottfried Svartholm, Peter Sunde e Fredrik Neij.

 

Quando descobrimos este título no Sessão da Meia Noite ficámos imediatamente cheios de curiosidade, uma vez que o fenómeno de partilha de informação P2P é um assunto com muito interesse, extremamente atual, e levanta em si diversas questões de liberdade de divulgação de informação versus as atuais leis de proteção dos direitos de autor ou copyright.

 

Contudo, estávamos à espera de um documento técnico sobre o funcionamento da tecnologia e as implicação da sua utilização generalizada, o que não se verificou.

 

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TPB AFK é um documentário que pretende ser um registo mais ou menos histórico, acerca do julgamento dos três principais elementos fundadores do The Pirate Bay - Gottfried Svartholm, Peter Sunde e Fredrik Neij, contra Hollywood e as leis suecas de direitos de autor.

 

O documentário foca-se demasiado nas vidas dos três rapazes e na sua luta para uma internet livre de censura, com o argumento de que o The Pirate Bay é um site de natureza ideológica e sem fins lucrativos.

 

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Com desenrolar do julgamento, e avaliando os argumentos de parte a parte, verificamos que esta tese é difícil de advocar, uma vez que o site acaba por ser um negócio, produzindo receitas (através dos banners de publicidade) sem nunca se perceber os reais valores envolvidos.

 

Os réus defendiam que manter o site custava dinheiro e que as receitas serviam apenas para a sua (do site) autossustentabilidade.

 

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Percebemos que o The Pirate Bay nasceu como a maior parte das descobertas revolucionárias da idade da tecnologia, da curiosidade destes amigos que tiveram a ideia de criar o maior site do mundo de partilha de cultura.

 

Com muito sucesso neste campo, uma vez que o The Pirate Bay, antes do início dos bloqueios governamentais e apreensão de servidores em 2008, já era dez vezes maior (em volume de tráfego) que o americano Napster alguma vez havia sido.

 

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Apesar disso, os relatos estão focados nos autores do trabalho e nas suas idiossincrasias, por vezes algo estranhas, em vez da matéria de facto em si.

 

É aflorada uma leve teoria da conspiração que terá envolvido o julgamento e o recurso subsequente, uma vez que o juiz principal e os diversos advogados de acusação faziam parte da entidade sueca de controlo dos direitos de autor, o que poderia ter sido considerado como um conflito de interesses.

 

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No entanto, a justiça sueca negligenciou este facto e considerou todos os intervenientes neutros e as sentenças mantiveram-se.

 

Este documentário ajuda-nos a perceber a força das corporações numa sociedade europeia, e o poder de influência da industria cinematográfica quando se trata de manter o seu nível de receitas, sem ter que se adaptar às novas realidades.

 

No final ficámos com a sensação de que este documentário é demasiado pessoal, e poderia ter focado mais a parte ideológica e técnica desta tecnologia, assim como a "organização" The Pirate Bay, e as suas reais implicações na utilização e divulgação de informação via internet.

 

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É contudo um bom documentário, sem narrações, o que nos permite construir a nossa própria opinião sobre o assunto.

 

Vejam e julguem por vós próprios, pois na realidade, hoje em dia, quem nunca utilizou ou se serviu de informação transmitida via P2P ...

 

Aqui fica o documentário completo para os interessados.