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Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Central - O Poder das Facções no Maior Presídio do Brasil

No campo dos documentários estreou ontem, no Brasil, pela mão da produtora Panda Filmes, uma peça do puzzle que é o sistema penal brasileiro.

 

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Central - O Poder das Facções no Maior Presídio do Brasil, 2017, de Tatiana Sager e Renato Dornelles.

 

Os autores tentam neste documentário mostrar o dia-a-dia no Presídio Central de Porto Alegre, uma das maiores e mais violentas prisões da América do Sul, numa perspetiva independente, com registos na primeira pessoa sobre áreas no interior da prisão onde a polícia não se atreve a ir.

 

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Um local que, ideologicamente, deveria funcionar como recuperador de indivíduos para a sociedade, serve sim como universidade do crime, onde quem sai leva consigo todas as qualidades de um aprendiz dedicado.

 

Um registo que é concordante com as recentes notícias brasileiras sobre a greve dos polícias e as constantes rebeliões nas prisões, somos confrontados com a elevada organização das fações criminosas no interior da prisão e a sua sombra de influência no exterior.

 

A precariedade das prisões brasileiras e os constantes motins, são um assunto que periodicamente é focado pelos media brasileiros mas não só. Também no meio musical, já houve diversos alertas para estas situações.

 

 

Uma das mais conhecidas é a música "Manifest" do álbum de 1993 "Chaos A.D." da banda de heavy metal Sepultura, sobre o massacre do Carandirú em outubro de 1992, onde a polícia entrou no Complexo Prisional do Carandirú para travar uma rebelião e acabou por executar 111 prisioneiros.

 

Deixamos aqui o trailer de Central para que possam procurar e assistir quando este tiver disponível.

 

No Sessão da Meia Noite é isso que iremos fazer.

 

 

 

Perdidos de Sérgio Graciano

Já havíamos mencionado num post anterior no Sessão da Meia Noite o filme Perdidos de Sérgio Graciano.

 

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Agora já com estreia marcada para o próximo dia 18 de maio, Perdidos conta com a produção da Stopline Films, argumento adaptado de Tiago Santos e foi rodado durante três semanas na ilha de Porto Santo, no final de 2016.

 

Os protagonistas neste filme de suspense são Dânia Neto, Diogo Amaral, Dalila Carmo, Afonso Pimentel, Lourenço Ortigão e Catarina Gouveia.

 

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O argumento apresenta um grupo de amigos que partem num cruzeiro de fim de semana a bordo de um luxuoso veleiro e, em alto mar, esquecem-se de baixar as escadas antes de mergulhar.

 

O que poderia ser uma situação de simples resolução rapidamente ganha proporções trágicas, pois o pânico vai aumentando e o cansaço vai-se instalado no grupo que não consegue regressar ao barco, ficando à deriva longe da costa.

 

Assim, o que tinha começado com uma alegre reunião de amigos, rapidamente se torna numa luta pela sobrevivência.

 

 

 

  

O trailer cria muitas expectativas pela qualidade da filmografia, o que nos deixa muito curiosos por mais esta estreia. Aqui fica o trailer para decidirem.

Into The Badlands - Temporada 1

Numa altura em que, por força das circunstâncias, no Sessão da Meia Noite estamos mais virados, por uma questão de tempo disponível, para o consumo de séries do que filmes, terminámos recentemente a primeira temporada de uma série fora do normal.

 

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Into The Badlands - Temporada 1, 2015, de Alfred Gough e Miles Millar, com Daniel Wu, Orla Brady, Sarah Bolger, Aramis Knight, Emily Beecham, Oliver Stark, Madeleine Mantock, Ally Ioannides, Marton Csokas, Edi Gathegi, Lance E. Nichols, Lance Henriksen, Stephen Lang.

 

Esta é uma série com um nicho muito específico: os apreciadores de artes marciais. Ação, aventura e artes marciais são os pratos fortes de Into de Badlands, que nos apresenta um mundo pós apocalíptico, ao melhor estilo dos contos de fadas (mas algo distópicos).

 

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Assim, num tempo futuro, toda a civilização como a conhecemos foi aniquilada, mas numa zona chama de Badlands, emergiu uma organização feudalista, controlada por Barões que dividem as suas áreas de influência ao melhor estilo pré-renascentista.

 

Cada um domina a produção de um recurso especifico, seja petróleo ou ópio, e a paz entre eles é conseguida através das inter necessidades existentes e regulada através das trocas comerciais entre eles.

 

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Sunny 

 

Os baronatos em uma estrutura quase monárquica, onde o Barão controla tudo, essencialmente a produção e a defesa, numa estrutura social com escravos e soldados, chamados de Clippers, e onde o comandante militar máximo é o Regente. Abaixo dos Clippers há os aprendizes militares chamados de Colts.

 

O Barão mais poderoso é Quinn (Marton Csokas) com o seu Regente Sunny (Daniel Wu) que, no cumprimento da sua paranoia, vê ameaças por todo o lado e, tenta ganhar o controlo de outros baronatos para fortalecer ainda mais a sua posição.

 

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Quinn 

 

O seu primeiro e mais importante inimigo é The Widow (Emily Beecham) que, com o seu baronato estritamente feminino, tenta contrariar as intenções de Quinn, na descoberta de um Colt que tem poderes especiais, que ela tentará usar para o seu beneficio.

 

Esse Colt é M.K. (Aramis Knight) que Sunny toma como protegido e o tenta ajudar a controlar os seus poderes obscuros, numa tentativa de juntos escaparem das Badlands para um futuro longe de violência.

 

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M.K.

 

Mas os seus intentos não são bem sucedidos e Sunny não consegue escapar ao facto de ser o Regente mais bem sucedido de todos e com isso atrair invejas e medos de usurpação de poder.

 

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Nestas lutas para o controlo das Badlands vemos excelentes sequências de artes marciais, mortíferas e sangrentas, numa expressividade de ritmos conduzidos como se, de uma novela gráfica se tratasse.

 

A série cumpre totalmente os objetivos a que se propôs uma vez que, não tendo um argumento demasiado rebuscado, compensa tendo excelente ação e aventura num mundo em que quem tem os soldados mais fortes domina.

 

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The Widow 

 

Um dos pontos fortes do argumento é que, todo o apocalipse que envolveu a sociedade, acabou com as armas de fogo, o que faz com que a beleza das lutas corpo a corpo com facas e espadas  enriqueça todo o conjunto.

 

Não é uma série para todos os apreciadores mas os fãs de ação e aventura vão adorar.

 

Como é óbvio, no Sessão da Meia Noite vamos continuar para a segunda temporada que teve início no AMC na passada quinta-feira, seguindo a história de Sunny, M.K., e The Widow através das Badlands na procura de uma saída.

 

 

Prémios Nico

Na passada quarta-feira, no decurso da cerimónia de atribuição dos Prémios Sophia 2017, o presidente da Academia Portuguesa de Cinema Paulo Trancoso, anunciou a criação dos Prémios Nico, como um incentivo aos novos valores do cinema português, em homenagem ao ator Nicolau Breyner, recentemente falecido.

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Segundo Paulo Trancoso "Achámos que era altura de todos os anos incentivar, com prémios Revelação ou Promessa, os novos valores que despontam na atividade cinematográfica".

 

"Iremos chamar a esses prémios Nicos, homenageando o nosso saudoso Nicolau Breyner, pelo apoio exemplar que ele sempre deu aos mais jovens".

 

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"Estes prémios serão sempre entregues no aniversário da Academia, em julho de cada ano", acrescentou Paulo Trancoso.

 

Além desta nova criação de incentivo aos novos valores, a Academia Portuguesa de Cinema já entrega também os Prémios Sophia Estudante destinado a cineastas em formação.

Allied de Robert Zemeckis

Na senda dos Óscares deste ano, um romance de época ficou pelo caminho, ou melhor, não venceu qualquer galardão, sendo que só estava nomeado para Melhor Guarda-Roupa e esse prémio foi para outro outsider – Fantastic Beasts and Where to Find Them.

 

É de Allied que vamos falar hoje.

 

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Allied – Aliados, 2016, de Robert Zemeckis, com Brad Pitt, Marion Cotillard, Jared Harris, Camille Cottin, Michael McKell, Vincent Latorre, August Diehl, Anton Blake, Daniel Betts, Sally Messhem, Lizzy Caplan, Mathew Goode.

 

Realizado pelo mestre Robert Zemeckis, este drama romântico em tempo de guerra, vai buscar muita inspiração a Casablanca de Michael Curtis. Pelo menos na sua primeira parte.

 

Assim vejamos. Em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, Max Vatan (Brad Pitt) um especialista da Royal Canadian Air Force é enviado para Casablanca (que coincidência), numa missão de extrema importância para o futuro do conflito na região.

 

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Em Casablanca terá que se juntar a uma agente francesa Marianne Beauséjour (Marion Cotillard) que passará por sua esposa, numa ação infiltrada para iludir as forças ocupantes.

 

Numa encenação muito bem coreografada, os dois passam por um casal apaixonado até ao ponto em que a missão termina. Aí percebem que a função por eles desempenhada se transformou em sentimentos verdadeiros e decidem, no meio das adversidades da guerra, construir uma vida em conjunto.

 

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É aqui que o filme se distância de Casablanca, numa segunda parte, que parece ser as cenas dos próximos episódios nas vidas de Rick Blaine e Ilsa Lund.

 

Mas as nuvens de suspeição levantam-se sobre esta relação construída no meio de ataques aéreos e aviões abatidos.

 

Max continuou a sua atividade militar mas Marianne aparentemente não, sendo ela membro da resistência esta situação era-lhe facilitada.

 

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Contudo nem tudo o que parece é, e a relação aparentemente perfeita de ambos será marcada profunda e definitivamente por uma descoberta dos Serviços Secretos Britânicos acerca de Marianne.

 

Robert Zemeckis conseguiu aqui replicar um mundo de época numa construção majestosa de Casablanca e da Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial.

 

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Uma realização sem falhas e dois protagonistas excelentes fazem deste filme uma obra a ter em atenção no que diz respeito a romances em tempo de guerra, onde os espiões por vezes se tentam esconder até de si mesmos, numa ilusão que fatalmente é sempre fugaz.

 

Este é um excelente filme, da responsabilidade do homem que nos deu os Regressos ao Futuro e Quem Tramou Roger Rabbit?, com uma identidade muito própria, e que merece a tenção dos bons cinéfilos.

 

Este filme deixou um dos membros do Sessão da Meia Noite lavado em lágrimas.

 

 

Vencedores dos Prémios Sophia 2017

Teve lugar ontem no Centro Cultural de Belém a Quinta Edição da Cerimónia de entrega dos Prémios Sophia para produções ou coproduções do cinema português, lançados no mercado em 2016.

 

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Numa cerimónia onde os discursos foram críticos das políticas nacionais de apoio ao cinema, o grande vencedor acabou por ser “Cartas de Guerra” com sete vitórias em onze nomeações, conseguindo ultrapassar as catorze nomeações de “Cinzento e Negro”.

 

O filme “Cartas de Guerra” que retrata a guerra do ultramar foi recriado a partir da correspondência do escritor António Lobo Antunes e venceu Melhor Filme, Realizador, Argumento Adaptado, Fotografia, Som, Direção Artística, Guarda-Roupa e Maquilhagem em Cabelos.

 

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Cartas de Guerra de Ivo M. Ferreira

 

“Cinzento e Negro” das catorze nomeações, conseguiu vencer três galardões: Melhor Ator, Melhor Argumento Original e Melhor Banda Sonora.

 

O Sessão da Meia Noite ficou extremamente agradado com o prémio que “Refrigerantes e Canções de Amor” conseguiu para Melhor Canção Original, num reconhecimento da qualidade deste título.

 

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Cinzento e Negro de Luís Felipe Rocha 

 

A Academia Portuguesa de Cinema entregou também o prémio de Mérito e Excelência ao ator Ruy de Carvalho, assinalando os seus 90 anos de vida e os 75 anos de carreira.

 

Os prémios Sophia Carreira de Adelaide João e Elso Roque, assim como o Troféu Barbara Virgínia atribuído a Laura Soveral, serão entregues numa receção que ocorrerá a 27 de março pelo Presidente da República Prof. Marcelo Rebelo de Sousa (já referido num post anterior do Sessão da Meia Noite).

 

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Refrigerantes e Canções de Amor de Luís Galvão Teles 

 

Aqui fica a lista dos vencedores de 2017:

 

Melhor Filme

Cartas de Guerra, de Ivo M. Ferreira

 

Melhor Ator Principal

Miguel Borges - Cinzento e Negro

 

Melhor Atriz Principal

Ana Padrão - Jogo de Damas

 

Melhor Ator Secundário

Adriano Carvalho - A Mãe é que Sabe

 

Melhor Atriz Secundária

Manuela Maria - A Mãe é que Sabe

 

Melhor Argumento Original

Cinzento e Negro

 

Melhor Argumento Adaptado

Cartas de Guerra

 

Melhor Realizador

Cartas de Guerra - Ivo M. Ferreira

 

Melhor Direção de Fotografia

Cartas de Guerra

 

Melhor Direção Artística

Cartas de Guerra

 

Melhor Maquilhagem e Cabelos

Cartas de Guerra

 

Melhor Som

Cartas de Guerra

 

Melhor Guarda-Roupa

Cartas de Guerra

 

Melhor Montagem

Cartas de Guerra

 

Melhor Banda Sonora Original

Cinzento e Negro

 

Melhor Canção Original

Refrigerantes e Canções de Amor - Refrigerantes e Canções de Amor

 

Melhor Documentário em Longa-Metragem

Mudar de Vida, José Mário Branco, Vida e Obra

 

Prémio Sophia Estudante

A Instalação do Medo - Ricardo Leite

 

Melhor Curta-Metragem de Ficção

Menina, de Simão Cayatte

 

Melhor Curta-Metragem de Animação

Estilhaços, de José Miguel Ribeiro

 

Melhor Documentário em Curta-Metragem

Balada de um Batráquio, de Leonor Teles

The Good Wife - Temporada 1

No mundo das séries, há muito que não nos debruçávamos sobre o assunto de advogados e tribunais. Neste campo fomos recentemente cativados por uma série cuja protagonista é uma mulher muito inteligente, que redescobre a sua paixão pela advocacia devido a motivos familiares adversos.

 

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The Good Wife - Temporada 1, 2009, de Michelle King e Robert King, com Julianna Margulies, Matt Czuchry, Christine Baranski, Archie Panjabi, Alan Cumming, Josh Charles, Makenzie Vega, Chris Noth, Gary Cole, Carrie Preston, Joe Morton, Pedro Pascal.

 

Esta série apresenta-nos a vida de Alicia Florrick (Julianna Margulies), atualmente uma junior associate da empresa de advogados Stern, Lockhart & Gardner que, após se licenciar e trabalhar brevemente como litigante há muitos anos, decidiu dedicar-se à vida doméstica.

 

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No entanto, treze anos após ter desistido da advocacia, volta a trabalhar pela mão do seu antigo colega de faculdade Will Gardner (Josh Charles), devido a um escândalo sexual e de corrupção política que o seu marido Peter Florrick (Chris Noth) se vê envolvido.

 

Com o marido preso, as alterações são imensas na sua realidade familiar e alguém tem que prover o sustento da família Florrick.

 

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A série está muito bem construída com uma linha condutora muito presente em todos os episódios, e cujo desenvolvimento é permanente e paralelo com as historias individuais de cada um dos episódios da temporada.

 

Este fio condutor comum é, obviamente, a vida de Alicia e as suas relações com a sua profissão, os seus colegas de trabalho, a sua família, e as aspirações políticas do seu marido.

 

A adensar a história temos uma paixão antiga e algo e escondida entre Alicia e Will que, com as questões de infidelidade de Peter, se reacendem.

 

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Alicia é uma mulher muito reservada e inteligente, mas tem algumas dificuldades em resolver as suas questões maritais, ficando num limbo (Peter versus Will) que vai trazendo algum mistério à história.

 

Com produtores executivos principais Ridley Scott e Tony Scott, esta série tria forçosamente que ser muito boa.

 

Desde os intérpretes, passando pelo argumento e pelo modo como vai sendo moldada a dinâmica do escritório/tribunal, todos os pormenores foram estudados e o resultado é uma primeira temporada muito acima da média.

 

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No campo das interpretações, além da óbvia Julianna Margulies cuja interpretação é excelente, a favorita do Sessão da Meia Noite é a intrépida e incansável investigadora Kalinda (Archie Panjabi), que tem meios e conhecimentos para encontrar quase todo o tipo de informação necessária para vencer os casos.

 

Temos que confessar que esta série não era uma das nossas primeiras escolhas mas, num muito merecido mea culpa, ficámos agradavelmente surpreendidos.

 

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Este conjunto de 23 episódios, emitidos originalmente entre setembro de 2009 e maio de 2010 pela CBS, é digno de fazer parte das escolhas de qualquer apreciador de boas séries de televisão.

 

No Sessão da Meia Noite ficámos impressionados, pelo que vamos continuar para a segunda temporada.

 

 

 

Precious By Lee Daniels

Uma das surpresas da época de prémios de 2010 foi Precious, um drama realizado por Lee Daniels, cuja qualidade o transformou num hino à opressão dos negros pelos negros, e à força de vontade necessária para mudar a nossa vida. É sobre este filme de o Sessão da Meia Noite vai falar hoje.

 

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Precious, 2009, de Lee Daniels, com Gabourey Sidibe, Mo’Nique, Paula Patton, Mariah Carey, Sherri Shepherd, Lenny Kravitz, Stephanie Andujar, Chyna Layne, Amina Robinson, Xosha Roquemore, Angelic Zambrana.

 

O filme é baseado na obra “Push” de Sapphire, e é um drama psicológico violento, que retrata a vida de uma jovem negra, obesa e iliterata - Clairecee Jones (Gabourey Sidibe), que todos tratam por Precious, presa a uma vida medíocre, cheia de abusos físicos e psicológicos, e que aparentemente não tem saída, muito por falta de educação.

 

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Precious vive com a sua mãe Mary (Mo’Nique), que só vê televisão, fuma e recebe “welfare” (algo equivalente ao nosso rendimento social de inserção) que não tenta sequer arranjar trabalho que lhe proporcionasse algo mais da vida.

 

Mary tenta forçar Precious a seguir a mesmo estilo de vida mas vê os seus intentos alterados por força das circunstâncias.

 

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Precious, grávida do seu segundo filho, ambos do seu pai biológico, é convidada a mudar de escola, para uma organização com preocupações diferentes das do ensino regular, e onde poderia melhorar o seu desenvolvimento.

 

O empenho da professora Ms. Rain – Paula Patton, alarga os horizontes de Precious, fazendo com que ela perceba que a sua vida atual não é a única saída, e que ela poderá alcançar muito mais.

 

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Até aqui, a única “fuga” de Precious eram os seus sonhos onde o seu papel era o de uma pessoal normal, com desejos e vontades, capacidades e objetivos.

 

Esta nova força junto de Precious consegue que ela tome consciência do bem e do mal relacionados com a sua vida, e que questione o que está errado, numa procura do melhor para a sua vida, e dos seus filhos.

 

Este é um filme de uma violência psicológica muito marcada e que, por vezes, consegue ser mais impressionante que muitos cenas clássicas dos filmes de ação. É uma obra completa, que reúne um bom argumento adaptado, boa realização e excelentes interpretações.

 

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Aqui, destaca-se claramente a protagonista Gabourey Sidibe e Mo’Nique, cujo trabalho como Mary (atriz secundária) lhe valeu um Óscar, um Globo de Ouro e um Bafta.

 

É impressionante a quantidade de nomeações e prémios que o filme granjeou obter, como seis nomeações para Óscares (com três galardões), três nomeações para Globos de Ouro (com uma vitória), quatro nomeações para Baftas (um prémio), entre muitos outros.

 

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Este filme produzido independentemente pela Lee Daniels Entertainment foi alvo de acérrima cobiça pelos direitos de distribuição, tendo sido a Lionsgate a levar a melhor sobre a The Weinstein Company.

 

De dizer que Precious já havia sido reconhecido em Sundance onde, desde logo despertou a curiosidade de Hollywood.

 

Como curiosidade podemos dizer que foi o primeiro filme realizado por um afro-americano a ser nomeado para o Óscar de Melhor Filme.

 

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Este é um filme muito bom, violento (onde não há sangue), sobre o reconhecimento de oportunidades, como uma saída da caverna da Platão para o exterior onde toda uma nova realidade se apresenta.

 

Vale bem a pena os 110 minutos de história bem contada, bem construída e bem realizada.

 

 

 

The Fate of the Furious - Trailer 3

Chegou o terceiro trailer de The Fate of The Furious.

 

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Poucas palavras podemos dizer mais acerca deste filme, a não ser que estamos doidinhos para que chegue 13 de abril para que possamos ver este filme carregado de ação de altas octanas, com os heróis de sempre, numa celebração à memória de Paul Walker.

 

São nos apresentados mais umas sequências do filme onde podemos ver um tanque, um submarino e diversos carros de altissima gama em perseguições alucinantes.

 

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A história mostra mais um pouco da ligação algo artificial entre Dom (Vin Diesel) e Cipher (uma Charlize Theron recentemente chegada à série), suplantando a "família", onde inimigos terão que trabalhar juntos para decifrar este enigma.

 

Fica mais umas imagens deste ode cinematográfica à velocidade. 

 

 

The Pirate Bay Away From Keyboard

No mundo muito rico, mas frequentemente esquecido, dos documentários, o Sessão da Meia Noite viu recentemente um trabalho muito interessante sobre a realidade atual da internet, e a pretensas liberdade de informação, ou de expressão, concretizado no maior site do mundo de partilhas peer-to-peer (P2P) - The Pirate Bay.

 

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TPB AFK - The Pirate Bay Away From Keyboard, 2013, de Simon Klose, com Gottfried Svartholm, Peter Sunde e Fredrik Neij.

 

Quando descobrimos este título no Sessão da Meia Noite ficámos imediatamente cheios de curiosidade, uma vez que o fenómeno de partilha de informação P2P é um assunto com muito interesse, extremamente atual, e levanta em si diversas questões de liberdade de divulgação de informação versus as atuais leis de proteção dos direitos de autor ou copyright.

 

Contudo, estávamos à espera de um documento técnico sobre o funcionamento da tecnologia e as implicação da sua utilização generalizada, o que não se verificou.

 

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TPB AFK é um documentário que pretende ser um registo mais ou menos histórico, acerca do julgamento dos três principais elementos fundadores do The Pirate Bay - Gottfried Svartholm, Peter Sunde e Fredrik Neij, contra Hollywood e as leis suecas de direitos de autor.

 

O documentário foca-se demasiado nas vidas dos três rapazes e na sua luta para uma internet livre de censura, com o argumento de que o The Pirate Bay é um site de natureza ideológica e sem fins lucrativos.

 

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Com desenrolar do julgamento, e avaliando os argumentos de parte a parte, verificamos que esta tese é difícil de advocar, uma vez que o site acaba por ser um negócio, produzindo receitas (através dos banners de publicidade) sem nunca se perceber os reais valores envolvidos.

 

Os réus defendiam que manter o site custava dinheiro e que as receitas serviam apenas para a sua (do site) autossustentabilidade.

 

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Percebemos que o The Pirate Bay nasceu como a maior parte das descobertas revolucionárias da idade da tecnologia, da curiosidade destes amigos que tiveram a ideia de criar o maior site do mundo de partilha de cultura.

 

Com muito sucesso neste campo, uma vez que o The Pirate Bay, antes do início dos bloqueios governamentais e apreensão de servidores em 2008, já era dez vezes maior (em volume de tráfego) que o americano Napster alguma vez havia sido.

 

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Apesar disso, os relatos estão focados nos autores do trabalho e nas suas idiossincrasias, por vezes algo estranhas, em vez da matéria de facto em si.

 

É aflorada uma leve teoria da conspiração que terá envolvido o julgamento e o recurso subsequente, uma vez que o juiz principal e os diversos advogados de acusação faziam parte da entidade sueca de controlo dos direitos de autor, o que poderia ter sido considerado como um conflito de interesses.

 

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No entanto, a justiça sueca negligenciou este facto e considerou todos os intervenientes neutros e as sentenças mantiveram-se.

 

Este documentário ajuda-nos a perceber a força das corporações numa sociedade europeia, e o poder de influência da industria cinematográfica quando se trata de manter o seu nível de receitas, sem ter que se adaptar às novas realidades.

 

No final ficámos com a sensação de que este documentário é demasiado pessoal, e poderia ter focado mais a parte ideológica e técnica desta tecnologia, assim como a "organização" The Pirate Bay, e as suas reais implicações na utilização e divulgação de informação via internet.

 

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É contudo um bom documentário, sem narrações, o que nos permite construir a nossa própria opinião sobre o assunto.

 

Vejam e julguem por vós próprios, pois na realidade, hoje em dia, quem nunca utilizou ou se serviu de informação transmitida via P2P ...

 

Aqui fica o documentário completo para os interessados. 

 

 

Pirates of the Caribbean: Dead Man Tell no Tales

Com estreia nacional agendada para 27 de maio, surgiu recentemente um trailer do mais recente Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales, também conhecido por Salazar's Revenge.

 

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Este quinto filme da saga vê os retornos de Johnny Depp como Capitão Jack Sparrow, Kevin McNally como Joshamee Gibbs, Geoffrey Rush como Hector Barbossa e Orlando Bloom como Will Turner. A estes juntam-se o peso pesado Javier Bardem como Armando Salazar, Brenton Thwaites como Henry e Kaya Scodelario como Carina Smyth.

 

O argumento apresenta-nos Jack Sparrow a ser perseguido por um seu arqui-inimigo - Armando Salazar que, com o seu navio fantasma, escapou ao Devil's Triangle e está determinado em exterminar todos os piratas dos Sete Mares. Jack Sparrow procura o Trident of Poseidon para o ajudar a derrotar Salazar.

 

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Uma curiosidade deste filme é o facto de aparecer Jack Sparrow na sua juventude e, com ela, algumas explicações para a sua personagem.

 

Este filme é mais um blockbuster da máquina de fazer dinheiro da Disney, mas que é entretenimento e garantido.

 

Aqui fica o trailer.

 

 

Jason Bourne

Contrariamente à sabedoria popular, nós acabamos sempre por voltar onde fomos felizes. Assim, o Sessão da Meia Noite decidiu voltar à saga do operacional da CIA com uma amnésia constante mas decrescente - Jason Bourne.

 

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Jason Bourne, 2016, de Paul Greengrass, com Matt Damon, Tommy Lee Jones, Alicia Vikander, Vincent Cassel, Julia Stiles, Riz Ahmed, Ato Essandoh, Scott Shepherd, Bill Camp.

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O retorno de Paul Greengrass à história de Jason Bourne, permitiu o retorno de Matt Damon (que sempre afirmou só voltar à saga com o mesmo realizador original), o que, por si só, já representa uma melhoria significativa sobre o filme anterior - O Legado de Bourne, 2012, de Tony Gilroy.

 

Desta vez, Jason Bourne - Matt Damon, está "underground", fora do circuito da forças de inteligência e, com a sua memória recuperada - "I remember everything", quando é contactado por Nicky - Julia Stiles, que, num hack à informação sobre black opps da CIA, obtêm informação sensível sobre Jason Bourne, e sobre as origens e motivações do seu ingresso na CIA.

 

Nicky diz-lhe "Remember everything doesn't mean you know everything".

 

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Com a curiosidade despertada, Jason Bourne inicia uma nova cruzada para encontrar a informação recolhida por Nicky (guardada numa pen), verificar a veracidade da informação e as suas implicações para a sua memória.

 

Contudo, a jovem analista Heather Lee - Alicia Vikander, conseguiu detetar o hack e alertou os seus superiores, nomeadamente o Diretor Robert Dewey - Tommy Lee Jones, que, curiosamente, tinha sido responsável pelas black opps da CIA no período referente à informação recolhida.

 

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A partir deste ponto temos um retorno à ação desenfreada a alta velocidade, característica da trilogia original, onde Jason Bourne tenta mostrar, mais uma vez, que continua a ser um excelente operacional, na sua tentativa de chegar aos responsáveis por mais um engano criado na sua realidade.

 

Ao mesmo tempo terá que lidar com um agente (Asset) que o Diretor Robert Dewey ativou para eliminar Jason Bourne. Este Asset, protagonizado por Vincet Cassel, acaba por ser um dos melhores neste filme, juntamente com Alicia Vikander e Tommy Lee Jones.

 

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No Sessão da Meia Noite pensamos que o problema deste filme é não trazer nada de novo à Saga. Indiscutivelmente melhor que o filme de 2012, não supera, ou sequer iguala, a trilogia original, por falta de novidade e originalidade.

 

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A ação é muito bem coreografada com cenas espetaculares na Grécia e em Las Vegas (onde se destruíram cerca de  170 carros) mas o argumento pauta por mais do mesmo, e nem mesmo as grandes prestações de Alicia Vikander, Tommy Lee Jones e Vincent Cassel, conseguem fazer com que o nível deste filme de ação supere o médio-bom.

 

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No ponto em que a história ficou, este deverá ter sido o último sopro de vida de Jason Bourne no cinema, salvo algum rasgo de génio ou uma torrente de dinheiro chinês.

 

Em suma, trata-se de um bom filme de ação, com as personagens que nós já conhecemos, com muitas ligações ao passado, mas que não cumpriu todas as expectativas do Sessão da Meia Noite.

 

É um filme que ficará para os especialistas em ação, mas que certamente será descartado pelos restantes cinéfilos.

 

 

O nosso conselho é, como sempre, se tiverem interesse, não deixem que outros formem as vossas opiniões.

 

Vejam e decidam!

 

 

Trailer do Novo King Kong

Estreou esta semana a mais recente encarnação de King Kong.

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Kong Skull Island - Kong A Ilha da Caveira, tem a realização de Jordan Vogt-Roberts que também ja assumiu a responsabilidade de fazer o embate entre os maiores monstros do mundo cinematográfico: King Kong e Godzilla - previsto para 2020.

 

Este filme é um reboot da saga do gorila gigante que teve o seu início no filme de 1933 "King Kong" com Fay Wray e Robert Armstrong, e que, obviamente, teve diversos remakes sendo que os mais relevantes foram lançados em 1976 e 2005.

 

O elenco conta com Tom Hiddlestone, Samuel L. Jackson, John Goodman, Brie Larson, Jing Tian, Toby Kebbell, John Ortiz, Corey Hawkins, Jason Mitchell, Shea Whigham, Thomas Mann, Terry Notary e John C. Reilly.

 

O argumento apresenta-nos o Dr. Bill Randa que lidera uma expedição numa ilha descolhecida, onde os heróis terão que lutar com os terriveis skullcrawlers, com a ajuda do excêntrico Hank Marlow e o próprio Kong.

 

O filme tem tido muito boas criticas e, apesar de ainda não o termos visto, parece-nos uma boa experiência cinematográfica e um honroso re-começo para o gorila gigante favorito de todos.

 

Fica aqui o trailer para aguçar a curiosidade.