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Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Vencedores dos Óscares 2017

E passou mais uma Cerimónia de entrega dos Óscares. Numa festa cheia de glamour e estrelas de Hollywood, Jimmy Kimmel conduziu com mestria uma gala com uma forte componente de crítica política, disfarçada, ou não, de comédia.

 

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Uma cerimónia que teve bons momentos mas que ficou, obviamente, marcada pelo engano no anúncio do prémio maior, o Óscar para Melhor Filme.

 

Coube a Faye Dunaway e Warren Beatty o anúncio deste prémio que, tolhidos de surpresa pelo que dizia o envelope, não tiveram a rapidez de ação de perceber o que estava mal e anunciaram a vitória de "La La Land".

 

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Já decorriam os agradecimentos dos produtores de "La La Land" quando o burburinho no palco aumentou e se percebeu o erro, sendo uma dos produtores de "La La Land" que rapidamente anunciou o verdadeiro vencedor - "Moonlight".

 

O erro, atribuído à empresa de consultoria responsável por toda a logística das contagens e dos envelopes, foi confirmado pela mesma que já emitiu um pedido de desculpas.

 

Curiosamente, o caso do envelope errado não é inédito.

 

Em 1964, na 36º Cerimónia dos Óscares, foi entregue a Sammy Davis Jr. o envelope errado na categoria de Melhor Banda Sonora que, sem qualquer responsabilidade, anunciou o vencedor errado. Na altura o erro também foi rapidamente retificado.

 

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De resto, para a história dos prémios fica o primeiro Óscar para um ator muçulmano - Melhor Ator Secundário para Mahershala Ali, a consagração de "Hacksaw Ridge" de Mel Gibson e, o Óscar para "Suicide Squad" na categoria de Melhor Caracterização e, obviamente as vitórias de "Moonlight".

 

As catorze nomeações de "La La Land" resultaram em seis prémios, mas a noite foi de "Moonlight", sem qualquer sombra da dúvida.

 

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As preferências do Sessão da Meia Noite ficaram por isso mesmo não se tendo materializado em prémios, seja para Isabelle Huppert, "Rogue One" ou "Hell or High Water". Fica noção de que as  nomeações em si já são um reconhecimento de qualidade.

 

Aqui fica a lista completa dos felizes vencedores:

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Melhor Filme

“Moonlight”

 

Melhor Ator Principal

Casey Affleck – “Manchester by the Sea”

 

Melhor Atriz Principal

Emma Stone - "La La Land"

 

Melhor Realizador

Damien Chazelle – “La La Land”

 

Melhor Canção Original

“City of Stars” – “La La Land”

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Melhor Banda Sonora Original

Justin Hurwitz – “La La Land”

 

Melhor Filme Estrangeiro

“The Salesman” – Irão/França

 

Melhor Curta-Metragem

"Mindenki"

 

Melhor Documentário

"O.J.: Made in America"

 

Melhor Documentário Curta-Metragem

"The White Helmets"

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Melhor Ator Secundário

Mahershala Ali – “Moonlight”

 

Melhor Filme de Animação

“Zootopia”

 

Melhor Curta-Metragem de Animação

"Piper"

 

Melhores Efeitos Visuais

"The Jungle Book"

 

Melhor Mistura de Som

"Hacksaw Ridge"

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Melhor Edição de Som

"Arrival"

 

Melhor Edição

"Hacksaw Ridge"

 

Melhor Cinematografia

"La La Land"

 

Melhor Maquilhagem e Hairstyling

"Suicide Squad"

 

Melhor Design de Produção

"La La Land" 

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Melhor Guarda-Roupa

"Fantastic Beasts and Where to Find Them"

 

Melhor Atriz Secundária

Viola Davis – “Fences”

 

Melhor Argumento Adaptado

"Moonlight"

 

Melhor Argumento Original

 “Manchester by the Sea”

Prémios César 2017

Antes dos Óscares tomarem conta das atenções, o mundo dos filmes voltou a sua atenção para França e para a 42ª Gala de entrega dos Prémios César. Atribuídos pela Académie des Arts et Techniques Du Cinéma, os nomeados deste ano representaram uma mistura dos favoritos internacionais com os protagonistas dos festivais e, claro, os êxitos franceses do ano.

 

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"Elle" de Paul Verhoeven liderou as nomeações com onze indicações, incluindo Melhor Realizador, Melhor Atriz, Melhor Argumento Adaptado, só para mencionar algumas.

 

O vencedores que saíram da Salle Pleyel em Paris no passado dia 24 de fevereiro, não desiludiram e "Elle" venceu Melhor Filme e Isabelle Huppert a Melhor Atriz. Melhor Realizador foi para Xavier Dolan para "It's Only the End of The World" e Gaspard Ulliel venceu Melhor Ator no mesmo filme.

 

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O filme de estreia de Houda Benyamina "Divines" foi também um dos grandes vencedores da noite arrecadando os prémios de Melhor Filme de Estreia, Melhor Nova Atriz e Melhor Atriz Secundária.  

 

O Melhor Filme Estrangeiro foi para "I, Daniel Blake" de Ken Loach, numa vitória do filme do Reino Unido sobre "Aquarius" do Brasil, "Graduation" da Roménia, "The Unknown Girl" da Bélgica, "Manchester by the Sea" dos Estados Unidos da América e "Toni Erdmann" da Alemanha.

 

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Aguardamos assim pelos Óscares desta noite e verificar se os prémios Americanos confirmam as tendências internacionais.

Razzies 2017

E estamos na véspera dos Óscares. Na noite de amanhã serão conhecidos os vencedores dos galardões mais badalados da temporada de prémios cinematográficos.

 

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Isto significa que hoje foram anunciados os prémios para os piores do ano. Por outras palavras, foram revelados os "vencedores" dos Razzies 2017, onde John A. Wilson e seus seguidores, nomeiam as piores homenagens ao bom cinema que foram lançadas no ano de 2016.

 

À cabeça dos favoritos estavam "Batman v Superman O Despertar da Justiça" e "Zoolander 2" mas, curiosamente, o galardão máximo - Pior Filme, além de três outros dos mais importantes, foram arrecadados por outro título: "Hillary's America: The Secret Story of the Democratic Party " que é um documentário político acerca da candidata presidencial Hillary Clinton.

 

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No entanto, a organização dos Razzies considerou que o ano de 2016 foi tão mau, que alargou os nomeados em cada uma das nove principais categoria para seis títulos (ao invés de cinco títulos nos anos anteriores).

 

Confira aqui fica a lista dos vencedores do ano:

 

Pior Filme: "Hillary's America: The Secret Story of the Democratic Party"

Pior Realizador: Dinesh D'Souza e Bruce Schooley para "Hillary's America: The Secret Story of the Democratic Party"

Pior Ator: Dinesh D'Souza e Bruce Schooley em "Hillary's America: The Secret Story of the Democratic Party"

Pior Atriz: Rebekah Turner em "Hillary's America: The Secret Story of the Democratic Party"

Pior Ator Secundário: Jesse Eisenberg em "Batman v Superman: O Despertar da Justiça"

Pior Atriz Secundária: Kristen Wiig em Zoolander 2

Pior Combinação em Cena: Ben Affleck e Henry Cavill em "Batman v Superman: O Despertar da Justiça"

Pior Prequela, Remake ou Sequela: “Batman v Superman: O Despertar da Justiça”

Pior Argumento: “Batman v Superman: O Despertar da Justiça”

Prémio Redenção: Mel Gibson para "Hacksaw Ridge"

Prémio Barry L. Bunstead: "Misconduct"

 

O prémio Barry L. Bumstead é atribuído a um filme cuja falhanço financeiro é de tal modo grande, que é mais notório que qualquer outra característica do filme.

 

Este ano o vencedor nesta categoria foi "Misconduct - Jogos Perigosos" de Shintaro Shimosawa com Al Pacino, Anthony Hopkins e Josh Duhamel, com um orçamento estimado em 11.000.000 dólares e uma receita de somente cerca de 15.000 dólares.

 

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Notamos com agrado o prémio redenção para Mel Gibson cujo filme "Hacksaw Ridge" recolheu muito boas críticas.

 

Estes prémios acabam por trazer um pouco de comédia, misturado com algumas verdades sobre o cinema, à temporada de prémios cinematográficos, com a grande diferença de, normalmente, nenhum dos "vencedores" recolher o seu galardão.

 

 

É mais um momento do folclore cinematográfico de Hollywood no seu melhor!

 

Nomeados aos Prémios Sophia - 2017

Foram hoje anunciados os nomeados aos Prémios Sophia 2017 pela Academia Portuguesa de Cinema.

 

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Numa emissão transmitida em livestream, a Academia, em conjunto com Soraia Chaves e Albano Jerónimo, anunciou os nomeados às vinte categorias cujos prémios serão entregues numa cerimónia que terá lugar no Centro Cultural de Belém a 22 de março.

 

Além dos prémios das categorias regulares, a Academia entendeu entregar três distinções de carreira ao ator Ruy de Carvalho, à atriz Adelaide João e ao diretor de fotografia Elso Roque.

 

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Os prémios Sophia de Carreira de Adelaide João e Elso Roque, assim como o Troféu Barbara Virgínia atribuído a Laura Soveral (e anunciado em dezembro último), serão entregues numa receção que ocorrerá a 27 de março no Palácio da Citadela em Cascais, oferecida pela Presidência da República e por sua Excelência o Presidente da República Prof. Marcelo Rebelo de Sousa que, obviamente, estará presente.

 

Aqui ficam os nomeados de 2017:

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Melhor Filme

Cartas de Guerra, de Ivo M. Ferreira

Cinzento e Negro, de Luís Filipe Rocha

A Mãe é que Sabe, de Nuno Rocha

Estive em Lisboa e Lembrei de Você, de José Barahona

 

Melhor Ator Principal

Miguel Borges - Cinzento e Negro

Filipe Duarte - Cinzento e Negro

Miguel Nunes - Cartas de Guerra

Albano Jerónimo - Gelo

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Melhor Atriz Principal

Joana Bárcia - Cinzento e Negro

Margarida Vila-Nova - Cartas de Guerra

Ivana Baquero - Gelo

Ana Padrão - Jogo de Damas

 

Melhor Ator Secundário

Carlos Santos - A Mãe é que Sabe

Adriano Carvalho - A Mãe é que Sabe

Adriano Luz - John From

Ivo Canelas - Gelo

 

Melhor Atriz Secundária

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Inês Castel-Branco - Gelo

Camila Amado - Cinzento e Negro

Manuela Maria - A Mãe é que Sabe

Dalila Carmo - A Mãe é que Sabe

 

Melhor Argumento Original

Cizento e Negro

Gelo

Axilas

A Mãe é que Sabe

 

Melhor Argumento Adaptado

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Cartas de Guerra

Posto Avançado do Progresso

Estive em Lisboa e Lembrei de Você

Até Nunca

 

Melhor Realizador

Axilas - José Fonseca e Costa

Cinzento e Negro - Luís Filipe Rocha

Cartas de Guerra - Ivo M. Ferreira

A Mãe é que Sabe - Nuno Rocha

 

Melhor Direção de Fotografia

Cinzento e Negro

A Mãe é que Sabe

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Cartas de Guerra

O Ornitólogo

 

Melhor Maquilhagem e Cabelos

Axilas

Cinzento e Negro

Cartas de Guerra

Gelo

 

Melhor Som

Cartas de Guerra

Cinzento e Negro

Gelo

A Mãe é que Sabe

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Melhor Guarda-Roupa

Cartas de Guerra

Cinzento e Negro

Gelo

A Mãe é que Sabe

 

Melhor Montagem

Cartas de Guerra

Cinzento e Negro

Gelo

A Mãe é que Sabe

 

Melhor Banda Sonora Original

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Cinzento e Negro

Refrigerantes e Canções de Amor

Aqui em Lisboa - Episódios da Vida de uma Cidade

Canção de Lisboa

 

Melhor Canção Original

Canção de Lisboa - Será Amor

Refrigerantes e Canções de Amor - Refrigerantes e Canções de Amor

Refrigerantes e Canções de Amor - Balada para uma Dinossaura

Refrigerantes e Canções de Amor - Sobe o Calor

 

Melhor Documentário em Longa-Metragem

Mudar de Vida, José Mário Branco, Vida e Obra

O Cinema, Manoel de Oliveira e Eu

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A Toca do Lobo

Rio Corgo

 

Prémio Sophia Estudante

 

Marvin's Island - António Vieira, Filipa Burmester, Pedro Oliveira

A Instalação do Medo - Ricardo Leite

Post-Mortem - Belmiro Ribeiro

Pronto, Era Assim - Joana Nogueira e Patrícia Rodrigues

 

Melhor Curta-Metragem de Ficção

Menina, de Simão Cayatte

Bastien, de Welket Bungué

A Brief history of Princess X, de Gabriel Abrantes

Campo de Víboras, de Cristèle Alves Meira

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Melhor Curta-Metragem de Animação

Estilhaços, de José Miguel Ribeiro

Fim de Linha, de Paulo D'Alva

Última Chamada, de Sara Barbas

A Casa Ou Máquina de Habitar, de Catarino Romano

 

Melhor Documentário em Curta-Metragem

A Vossa Terra, de João Mário Grilo

Balada de um Batráquio, de Leonor Teles

António, Lindo António, de Ana Maria Gomes

Portugueses do Soho, de Ana Ventura Miranda

Animais Noturnos

Hoje apresentamos as nossas considerações acerca de mais um dos nomeados para os Óscares, neste caso, um dos grandes esquecidos com, somente uma nomeação para a categoria de Melhor Ator Secundário para Michael Shannon.

 

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Nocturnal Animals - Animais Noturnos, 2016, de Tom Ford, com Amy Adams, Jake Gyllenhaal, Michael Shannon, Aaron Taylor-Johnson, Isla Fisher, Ellie Bamber, Armie Hammer, Karl Glusman, Robert Aramayo, Laura Linney, Andrea Riseborough, Michael Sheen.

 

Este filme é um thriller dramático com uma presença estética enorme, ou não fosse Tom Ford um estilista de renome.

 

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Durante 1h56m, somos confrontados com duas histórias paralelas, com pontos de interceção, onde o elemento principal é Susan Morrow (Amy Adams) uma galerista de arte, rica, fria e algo distante, e o seu passado, mormente o seu ex-marido Tony Hastings (Jake Gyllenhaal).

 

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Numa perspetiva completamente diferente do habitual ex-marido psicopata, Susan é contactada por Tony, que é um escritor, para esta ler e lhe dar a sua opinião sobre o seu mais recente manuscrito.

 

Susan, que se encontra acomodada à sua vida fria e distante, e numa relação que já não funciona com Hutton Morrow (Armie Hammer), aceita este desafio num misto de curiosidade e expectativa, uma vez que ela nunca havia verdadeiramente acreditado no talento de Tony.

 

A partir deste ponto tem início a segunda história da filme, onde Susan personifica o protagonista pela sua visão de Tony e de uma sua imaginária família. A história é trágica e muito violenta, física e psicologicamente. Neste ponto Susan começa a descobrir um Tony que nunca acreditou que existisse e que, como consequência, a volta a atrair.

 

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O argumento, apesar da sua violência frontal, agarra os cinéfilos de um modo que todos ficamos a gritar por vingança.

 

As performances de Amy Adams e Jake Gyllenhaal são enormes e incompreensivelmente esquecidas pelos membros da Academia. A nomeação de Michael Shannon (o detetive doente Bobby Andes) é totalmente merecida mas sabe a pouco.

 

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O filme deve ser um dos melhores que vimos no Sessão da Meia Noite nos últimos tempos, obviamente pelas interpretações brilhantes, pelo argumento de uma enorme envolvência, pela estética muito cuidada e pelo grande trabalho na cinematografia.

 

Este filme é, indiscutivelmente, uma das grandes obras de 2016. Estamos com alguma expectativa para o óbvio "La La Land", por toda a publicidade e todos os prémios arrecadados, assim como "Fences" e "Lion".

 

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Seria interessante ver Nocturnal Animals arrecadar o único Óscar para que está nomeado mas, a Academia não é conhecida por este tipo de comportamentos.

 

No próximo domingo ficaremos a saber.

 

 

Elle de Paul Verhoven

Um filme de 2016 que nos surpreendeu bastante, está agora também nomeado para os Óscares, e o Sessão da Meia Noite não pôde deixar de apresentar os sues comentários.

 

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Elle - Ela, 2016, de Paul Verhoven, com Isabelle Hupert, Laurent Lafitte, Anne Consigny, Charles Berling, Virginie Efira, Judith Magre, Christian Berkel, Jonas Bloquet, Alice Isaaz, Vimala Pons. 

 

Esta é mais uma grande obra do holandês Paul Verhoeven, onde a protagonista Isabelle Hupert consegue "roubar" as atenções todas do filme.

 

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Este thriller dramático, com ligeiros laivos de comédia, mostra-nos uma mulher forte, uma empresária de sucesso que é apanhada num jogo do gato e do rato com um homem, originalmente desconhecido, que é um violador disfarçado de vizinho preocupado.

 

Michéle Leblanc (Isabelle Hupert) controla todos os aspetos da sua vida profissional e pessoal, e irá controlar também a violação, que sofre logo no início do filme, de um modo completamente inesperado para todos, numa demonstração de força e poder sobre todas as situações da sua vida. 

 

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O seu comportamento é muitas vezes incompreensível, e difícil de aceitar, para os seus familiares, mas Michele não se demove, e continua sempre a levar a sua avante.

 

A performance da progonista é irrepreensível e, muito justamente está nomeada para o Óscar de Melhor Atriz (no Sessão da Meia Noite estamos a torcer para que vença). A conjugação do talento de Isabelle com a mestria na realização de Paul Verhoven fazem deste filme uma das obras essenciais de 2016.

 

Este filme foi o primeiro filme deste realizador falado em francês, e esteve quase para não ser feito.

 

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Quando a ideia foi apresentada a produtoras americanas teve boa aceitação, mas verificaram-se muitas dificuldades em encontrar uma protagonista (cuja língua mãe fosse o inglês), que aceitasse o papel. Todas as atrizes contatadas ou recusaram logo após lerem o argumento, ou tinham conflitos de calendário.

 

Esta situação fez com que Paul Verhoeven virasse a sua agulha para a Europa e para Isabelle Hupert. Na nossa opinião com muito mérito.

 

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É uma clara demonstração que o cinema europeu tem muita qualidade, que frequentemente é negligenciada pelos distribuidores e consequentemente pelo público.

 

Mas não se deixem iludir e vão ver. Verão que não sairão do cinema desiludidos.

 

 

 

Manchester by the Sea

Na saga inevitável dos comentários dos grandes nomeados nesta temporada de prémios, e com os Óscares à porta, o Sessão da Meia Noite apresenta as suas opiniões acerca do último filme de Kenneth Lonergan.

 

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Manchester by the Sea, 2016, de Kenneth Lonergan, com Casey Affleck, Michelle Williams, Kyle Chandler, Lucas Hedges, Susan Pourfar, Ruibo Qian, Gretchen Mol, Tom Kemp, Tate Donovan, Josh Hamilton, Anna Barysnikov, Heather Burns, Matthew Broderick.

 

No Sessão da Meia Noite tínhamos uma grande expectativa sobre este filme, uma vez que é uma obra fora dos grandes estúdios, com um orçamento relativamente baixo e que, aparentemente, nos apresenta uma história de pessoas reais, baseada em sentimentos e vivências mundanas.

 

Podemos dizer que este é um filme "lento", ou seja, que ao longo das suas 2h17m vamos descobrindo, a pouco e pouco, a razão de ser de toda a história e o pathos de cada personagem.

 

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Lee Chandler - Casey Affleck, é um homem fechado em si mesmo, com um trabalho de porteiro/zelador de quatro prédios próximos de Boston, pouco simpático e com óbvias dificuldades de relacionamento com os outros. Desde logo parece carregar o mundo às suas costas.

 

Esta sua rotina medíocre é interrompida com o falecimento inesperado do seu irmão Joe Chandler (Kyle Chandler) e o facto de Lee ser nomeado o tutor do sobrinho. Esta situação que, aparente seria de união familiar, vem por a tona os fantasmas de Lee e a razão do seu comportamento.

 

Uma tragédia familiar com responsabilidades graves do lado de Lee fizeram com que ele saísse da terra onde sempre havia vivido - Manchester-by-the-Sea, mudasse por completo as suas rotinas e se fechasse para o mundo, pois nunca foi capaz de se perdoar pelo que havia acontecido.

 

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Com grandes interpretações de Casey Affleck, Lucas Hedges e Michelle Willimas, este filme vive dessas performances muito acima da média, sendo que o argumento, ainda que trágico, não é tão cativante como estávamos à espera.

 

O filme acabou por não corresponder as nossas expectativas em grande parte devido ao  personagem principal não sofrer grandes desenvolvimentos ao longo do filme. Contudo, é de realçar a boa realização e a excelente cinematografia.

 

O argumento parece que funciona num círculo fechado e que acaba onde começou, o que torna as duas horas de filme  um pouco pesadas.

 

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Pelas interpretações e pela boa tragédia dramática vale a pena ver este filme, no entanto, não caiam no mesmo erro que nós no Sessão da  Meia Noite em elevar demasiado as expectativas pois, o mais certo, é saírem da sala de cinema um pouco desiludidos.

 

Das seis nomeações para Óscares pensamos que merece vencer o de Melhor Ator. Os restantes não. Há outros que nos parecem mais merecedores dos galardões. No dia 26 de fevereiro logo ficaremos a saber se a Academia partilha das nossas opiniões.

 

 

Vencedores dos BAFTA 2017

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A British Academy of Film and Television Arts realizou ontem a 70ª cerimónia da entrega dos prémios para cinema, no Royal Albert Hall, sob a batuta de Stephen Fry.

 

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O favoritismo de "La La Land" confirmou-se, tendo o musical de Damien Chazelle vencido em cinco da onze categorias em que estava nomeado. Emma Stone ("La La Land") venceu a categoria de melhor atriz e Casey Affleck ganhou Melhor Ator com a sua performance em "Manchester by the Sea".

 

Dev Patel ("Lion") venceu o Melhor Ator Secundário e o BAFTA para melhor filme britânico foi para "I, Daniel Blake" sobre as agruras de um homem que tenta manter a sua família unida ao mesmo tempo que navega pela burocracia da segurança social britânica para conseguir receber o sustento para a sua família.

 

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Amy Adams não venceu em nenhuma das suas duas nomeações e dos filmes onde participa, só "Arrival" venceu Melhor Som. Os grandes esquecidos da noite foram mesmo "Arrival", "Moonlight" e "Nocturnal Animals" que, no caso deste último, foi uma grande injustiça.

 

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Os preferidos do Sessão da Meia Noite ficaram pela caminho, tendo sido preteridos por escolhas mais populares. Resta-nos a vitória de Dev Patel que nos pareceu bastante merecida e, obviamente, o prémio carreira para o génio Mel Brooks.

 

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Agora só faltam os Óscares para confirmarem, ou não, o vencedores desta temporada de prémios.

 

Aqui fica a lista dos vencedores:

 

Melhor Filme

"La La Land"

 

Melhor Filme Britânico

"I, Daniel Blake"

 

Melhor Ator

Casey Affleck - "Manchester by the Sea"

 

Melhor Atriz

Emma Stone - "La La Land"

 

Melhor Ator Secundário

Dev Patel - "Lion"

 

Melhor Atriz Secundária

Viola Davis - "Fences"

 

Prémio David Lean para Melhor Realização

Damien Chazelle - "La La Land"

 

Melhor Argumento Original

"Manchester by the Sea" - Kenneth Lonergan

 

Melhor Argumento Adaptado

"Lion" - Luke Davies

 

Melhor Cinematografia

"La La Land"

 

Melhor Edição

"Hacksaw Ridge"

 

Melhor Produção

"Fantastic Beasts and Where to Find Them"

 

Melhor Guarda-Roupa

"Jackie"

 

Melhor Música Original

"La La Land"

 

Melhor Maquilhagem e Cabeleireiro

"Florence Foster Jenkins"

 

Melhor Som

"Arrival"

 

Melhores Efeitos Visuais

"The Jungle Book"

 

Melhor Filme de Língua Não Inglesa

"Son of Saul"

 

Melhor Filme de Animação

"Kubo and the Two Strings"

 

Melhor Documentário

"13th"

 

Prémio Estrela em Ascensão

Tom Holland

 

Melhor Estreia de um Escritor, Realizador ou Produtor Britânico

"Under the Shadow"

 

Melhor Curta-Metragem de Animação

"A Love Story"

 

Melhor Curta-Metragem

"Home"

O Prisioneiro de Alcatraz

Por vezes, quando andamos à procura de um título em particular, descobrimos outros que se traduzem em agradáveis surpresas. Foi o caso deste filme de 1962 com Burt Lancaster no principal papel.

 

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Birdman of Alcatraz - O Prisioneiro de Alcatraz, 1962, de John Frankenheimer e Charles Crichton (não creditado), com Burt Lancaster, Karl Malden, Thelma Ritter, Neville Brand, Betty Field, Telly Savalas, Edmonton O'Brien, Hugh Marlowe, Whit Bissell, Craham Denton, James Westerfield.

 

O filme conta-nos a história de Robert Stroud (Burt Lancaster), um prisioneiro do sistema penal americano Robert Stroud no início do século XX, que se tornou possivelmente um dos prisioneiros mais "famosos" que passaram por Alcatraz.

 

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Este drama prisional apresenta-nos a vida de Robert Stroud, baseado em factos verídicos, desde a sua pena em Leavenworth, a sua transferência e estadia em Alcatraz.

 

Burt Lancaster tem uma representação memorável de um homem de comportamento difícil e solitário, que por um acaso do destino, descobre que gosta de cuidar de aves e se torna um dos maiores estudiosos de ornitologia da altura, tendo escrito e publicado dois livros técnicos sobre o assunto.

 

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Este facto é ainda mais notório pois Stroud era completamente amador e autodidata, trabalhava no interior de uma cela solitária, e tinha que lidar com todos os anticorpos do sistema prisional fossem eles prisioneiros, guardas ou o próprio diretor da cadeia.

 

É incrível perceber como um prisioneiro condenado a uma cela solitária, consegue comover-se com um pássaro ferido e, a partir daí, descobrir uma paixão de vida e assim desenvolver o conhecimento técnico num campo onde se sabia muito pouco.

 

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O filme, a preto e branco, é uma obra-prima de interpretação, onde a dicotomia entre Burt Lancaster e Karl Malden se constrói numa simbiose perfeita entre prisioneiro e diretor, onde a simpatia passa a ódio muito rapidamente, sem grande respeito pela condição humana.

 

Especialistas da área criminal referem que Robert Stroud deveria ser chamado "Birdman of Leavenworth" pois em Alcatraz não lhe foi permitido ter qualquer ave na sua cela, e toda a investigação ornitológica foi desenvolvida em Leavenworth.

 

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O verdadeiro Robert Stroud.

 

De qualquer modo, Stroud utilizou o seu tempo em Alcatraz para escrever a sua história de vida essencialmente passada sob o jugo do sistema penal americano e as suas condições algo deficitárias.

 

Os seus escritos acabam por ser publicados em livro que também serviu de base a este filme.    

 

No Sessão da Meia Noite ficámos agradavelmente surpreendidos por este filme, pela excelência das interpretações e pela grandiosa cinematografia a preto e branco.

 

É uma daqueles filmes em que podemos dizer que "é muita bom, mesmo"!!

 

Quem puder veja que não se vai arrepender!

 

 

Who Killed the Electric Car

Um assunto muito atual são os carros elétricos e as suas vantagens sobre os de combustão convencional. No entanto, para a indústria automóvel este assunto já tem barbas e, em 2006 foi abordado por um documentário muito interessante e instrutivo acerca do poder da indústria do petróleo na eliminação de concorrentes.

 

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Who Killed The Electric Car - Quem Matou o Carro Eléctrico, 2006, de Chris Paine, com Martin Sheen, Tom Hanks, Mel Gibson, Alexandra Paul, Chelsea Sexton, entre outros.

 

Este documentário, que não teve estreia nacional, conta-nos a história de um carro com potencial para ser revolucionário na América, o GM EV-1 (General Motors Electrical Vehical 1), desde a sua criação em meados dos anos 90 até ao seu fim definitivo no início da década de 2000.

 

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Este carro foi desenvolvido pela General Motors e lançado na Califórnia do Sul como teste para ver a aceitação do público americano de um produto diferente. A sua aceitação foi grande pois muitas das figuras proeminentes do Estado (essencialmente atores e estrelas de televisão) perceberam as vantagens do carro e rapidamente aderiram.

 

Mas, com este tipo de  publicidade, este era um produto destinado ao sucesso, ou não?

 

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Uma iniciativa da própria General Motors (GM), começou a ser sabotada pela mesma GM. O argumento original da sua criação tinha sido os crescentes preços do petróleo. No entanto, a GM começou a ter receio que este modelo fizesse concorrência aos seus outros modelos convencionais e deixou de investir no projeto.

 

De igual modo, os carros que eram cedidos aos utilizadores num sistema de aluguer de longa duração, começaram a ser retomados devido à não renovação dos contratos de aluguer.

 

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Este documentário pega em testemunhos de utilizadores, políticos da altura e antigos dirigentes da GM, para desconstruir a linha de interesses que levaram ao fim do GM EV-1, um fim de tal modo radical, que retirou todos os exemplares de circulação.

 

Os principais motivos avançados para esta situação foram o receio das industrias petrolíferas em perder o monopólio dos combustíveis, o receio do aumento dos custos de curto prazo na indústria automóvel (relacionada com desenvolvimento e investigação) assim como a perda de receitas com uma diminuição das  manutenções.

 

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Trata-se de um documentário muito interessante e atual, sobre as forças resistentes a uma mudança imposta pelos monopólios instalados que, como vemos hoje em dia, era fútil, desproporcionada, e inútil.

 

No final, só atrasou o inevitável e acabou por prejudicar os mesmos de sempre: os consumidores.

 

Apesar de já ser antigo, este documentário é muito atual e merece ser visto, mais não seja, para se perceber que, como a natureza, não se pode impedir a evolução da história.

 

 

Pais e Filhos em O Pai da Noiva

Os responsáveis do Sessão da Meia Noite iniciaram uma experiência de vida nova, e muito absorvente - a parentalidade, pelo que os posts futuros poderão ter uma periodicidade algo irregular.

 

No entanto, contextualizando, o nosso filme favorito sobre o tema de pais e filhos é uma comédia, de 1991, com Steve Martin e Diane Keaton.

 

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Father of the Bride - O Pai da Noiva, 1991, de Charles Shyer, com Steve Martin, Diane Keaton, Kimberly Williams-Paisley, Kieran Culkin, George Newbern, Martin Short, BD Wong, Peter Michael Goetz, Kate McGregor-Stewart, Carmen Hayward, Gibby Brand, Richard Portnow.

 

Nesta comédia deliciosa, Steve Martin é George Banks , o pai de uma família numerosa - a mãe Nina Banks é Diane Keaton - cuja filha mais velha decide casar. O casamento propriamente dito e a consequente saída de casa de Annie Banks (protagonizada por Kimberly Williams-Paisley) provocam um conjunto alterações à dinâmica familiar estabelecida que serão difíceis de aceitar especialmente por George.

 

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George vai tentando lidar com o orçamento galopante do casamento, com o trabalho na sua empresa, com os futuros compadres, e com os seus filhos, todas estas situações juntas, vão originando equívocos e mal entendidos que, ainda que preocupantes no papel de pai, são muito divertidos para nós que estamos de fora.

 

Esta comédia é um hino à qualidade cómica de Steve Martin que, fazendo dupla com Diane Keaton, faz deste filme uma lição às dificuldades de relacionamento entre pais e filhos, especialmente na altura de os "deixar sair do ninho".

 

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Este é um daqueles filmes em que não há um ator que se destaca pois todas as performances são extraordinárias.

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Como curiosidade fica o facto deste filme ser um remake de uma obra de 1950 - Father of the Bride, de Vincent Minnelli, com Spencer Tracy, Joan Bennett e Elizabeth Taylor que, na altura, foi nomeado para três Óscares.

 

Apesar da pesada herança, o filme de 1991, o melhor que conseguiu foi nomeações para os MTV Movie Awards e os Chicago Film Critics Association Awards.

 

Mesmo assim, é um daqueles filmes que conseguimos sempre voltar, e que nos dão sempre novas gargalhadas em 1h45m, carregada de boa disposição e uma feel good vibe.   

 

 

Promo Transformers The Last Knight

Com o aproximar de um dos eventos desportivos mais importantes para o americanos - o Super Bowl LI, começam a aparecer os trailers promocionais - promos, para alguns filmes cujo trailer completo será lançado durante o Super Bowl, e assim beneficiar dos milhões de espetadores vidrados embate entre os New England Patriots e os Atlanta Falcons.

 

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Esse é o caso de Transformers The Last Knight  que tem estreia nacional agendada para 22 de junho próximo.

 

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Com Michael Bay de volta à cadeira da realização, e estrelas como Mark Wahlberg, Anthony Hopkins, John Goodman, Stanley Tucci, John Turturro, Josh Duhamel, Tyrese Gibson e Ken Watanabe no elenco, este será um típico blockbuster de verão que tem tudo para ter sucesso.

 

Aqui fica o mais recente promo para aguçar o apetite por explosões e robots.

 

 

Trailer de Ghost in a Shell

Chegou ao éter o primeiro trailer de Ghost in a Shell.

 

O filme de Rupert Sanders, com Scarlett Johansson no principal papel, é a mais recente adaptação da Manga Japonesa hormónica, originalmente criada por Masamune Shirow.

 

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Em poucas palavras, este é um filme de ficção cientifica, ao melhor estilo cyberpunk, onde o cyborg The Major - a personagem de Scarlett Johansson, está à frente de uma unidade de cyber-terrorismo - Section 9, onde persegue cyber-criminosos e hackers.

 

Contudo, agora terá que lidar com um inimigo novo e inesperado, que tentará a todo o custo sabotar uma tecnologia de inteligência artificial da corporação Hanka Robotics.

 

Este filme é a primeira adaptação por estúdios ocidentais desta Manga, com muito sucesso no Japão, o que tem gerado uma enorme expectativa à sua volta, ao que o Sessão da Meia Noite não ficou indiferente.

 

Aqui fica o mais recente trailer oficial do filme. Apreciem bem, pois a estreia está agendada para 30 de Março.