O Mascarilha - The Lone Ranger
O Sessão da Meia Noite fez recentemente uma viagem pelos filmes de heróis da banda desenhada que vimos nos anos 80, e desta vez falamos de O Mascarilha.
A origem da história do Mascarilha não tem mudado muito ao longo dos anos nas diversas adaptações realizadas.
O Mascarilha é Dan Reid, o último sobrevivente de um grupo de seis Rangers do Texas, apanhados numa emboscada preparada pelo bando de Butch Cavendish, vítimas da traição de um "amigo" - o pisteiro Collins (que afinal pertencia ao bando de Cavendish).
A primeira aparição do Mascarilha foi numa série de um programa da rádio WXYZ (que era ouvida na área de Detroit, Michigan, USA) em 1933, onde eram relatadas as suas aventuras, com o brilho característico da radiofonia de antigamente.
A série teve 2.956 episódios radiofónicos (foi cancelada em 1954) e, devido ao seu sucesso, da WXYZ, passou para a Mutual Broadcasting System e, mais tarde, para a Blue Network (propriedade da NBC), que mais tarde viria a ser a ABC.
Com esta base, foi criada uma série de banda desenhada que teve 26 episódios, que estreou nos Estados Unidos em 1966 e foi exibida até 1969.
Ora foram estes desenhos animados, que nós vimos nos anos 80, nos blocos de animação da RTP, e foi aí que o Mascarilha e o seu fiel amigo Tonto deixaram a sua marca.
A testemunhar a sua popularidade, o Mascarilha já teve seis adaptações ao cinema e aqui falamos da mais recente experiência.
The Lone Ranger - O Mascarilha, 2013, de Gore Verbinski, com Johnny Depp, Armie Hammer, William Fichtner, Tom Wilkinson, Ruth Wilson, Helena Bonham Carter, James Badge Dale, Barry Pepper.
O argumento do filme apresenta a origem do Mascarilha a partir de um advogado/Ranger do Texas (Armie Hammer), cheio de princípios que, alvo de uma emboscada, é salvo por um índio estranho, conhecido como Tonto (Johnny Depp), e a sua busca por justiça pela morte dos seus companheiros.
O filme, que foi muito mal amado pela crítica, perde-se um pouco com efeitos especiais e não consegue tirar vantagem do carisma criado, ao longo dos anos, pelos heróis do Oeste Selvagem.
A Walt Disney Pictures e a Jerry Bruckheimer Films, apesar de terem trabalhado com um orçamento de cerca de 225 milhões de dólares, foram muito criticados pela excessiva grandiosidade dos efeitos e cenários, não seguindo da tradição da simplicidade criada na primeira metade do século XX.
Apesar dos comentários menos positivos da crítica, e dos excessos característicos de Jerry Bruckheimer, o filme acaba por não ser uma má experiência. É divertido e está bem construído, assente na qualidade da interpretação de Johnny Depp, Armie Hammer e David Fichtner, excelentemente secundados por Tom Wilkinson e Ruth Wilson (a grande Alice Morgan de Luther).
A dicotomia Mascarilha - Tonto foi criada com laivos de comédia, desdramatizando todo o peso da história que, no fundo, é triste e pesada moralmente.
Temos assim um western cómico, cheio de efeitos visuais, que vale pelas interpretações e não é tão mau como os "especialistas" apregoam. A provar esta nossa opinião estão as duas nomeações para Óscares em 2014, além de muitas outras referências em prémios importantes.
Vejam, e não deixem que outros influenciem a vossa opinião. Hi-Yo Silver!