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Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Curiosidades #5 William Hurt

No filme Uma História de Violência, 2005, de David Cronenberg, William Hurt foi nomeado para um Óscar para melhor ator secundário, apesar de só aparecer numa cena, que dura menos de 10 minutos.

 

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Apesar da forte componente de violência psicológica do seu Richie Cusack, este seu papel foi completamente gravado em apenas cinco dias.

 

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Este ator consagrado já conta no seu curriculum com um total de três nomeações para Óscares, a somar a um galardão que venceu na categoria de Melhor Ator, no filme de 1985 - O Beijo da Mulher Aranha de Hector Babenco, onde contracenava com Raoul Julia e Sónia Braga, no papel de um homossexual - Luís Molina, que se encontrava encarcerado numa prisão brasileira por ter tido relações sexuais com um menor.

 

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Uma História de Violência

No Sessão da Meia Noite sempre tivemos um especial carinho pelo trabalho do realizador canadiano David Cronenberg, especialmente pela sua habilidade em contar histórias bizarras e fora do usual, como aquela cujo comentário apresentamos de seguida.

 

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A History of Violence - Uma História de Violência, 2005, de David Cronenberg, com Viggo Mortensen, Maria Bello, Ed Harris, William Hurt, Ashton Holmes, Heidi Hayes, Peter McNeill, Stephen McHattie.

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Esta história é baseada numa novela gráfica de John Wagner e Vince Locke, e apresenta-nos um pai de família pacato - Tom Stall (Viggo Mortensen), que vive com a sua família numa pequena cidade fictícia do interior da América - Millbrook, Indiana, onde todos se conhecem.

 

Tom trabalha num café na cidade, do qual também é dono, é casado com Edie Stall (Maria Bello) que é a advogada da terra, e têm dois filhos.

 

A vida de Tom corria normalmente, sem sobressaltos ou surpresas, até à altura em que chegam à cidade dois forasteiros que tentam assaltar o café de Tom.

 

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Pressentindo que a situação poderia descambar em algo muito grave, Tom confronta os assaltantes e consegue supera-los, com aparente facilidade, sem que nenhum dos seus clientes ficasse magoado, mas matando os dois assaltantes.

 

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Imediatamente a realidade de Tom é alterada por pressão dos media, pois torna-se num herói instantâneo, com todas as cadeias de televisão local e regional, assim como os jornais, a louvarem o mais recente herói americano.

 

Contudo, estas alterações todas, trazem consigo alguns problemas que ninguém esperava. Percebemos então que Tom não foi sempre Tom, em tempos teria sido Joey Cusack, e que o seu passado poderá ter uma vertente bastante negra.

 

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A partir deste ponto, Tom terá que debelar as reações da sua família que desconhecia toda esta realidade, com os fantasmas do seu passado que teimam em tentar agarra-lo para um ajuste de contas pendente à muito tempo.

 

David Cronenberg consegue magistralmente jogar com as duas realidades de Tom, que tenta a todo o custo manter a integridade da sua família atual, ao mesmo tempo que se vai apercebendo que, inevitavelmente, o seu passado chegará até ele.

 

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O realizador teve ao seu dispor um leque de grandes atores que fazem deste filme, que na realidade é muito violento, uma excelente obra de ficção.

 

Viggo Mortensen, Maria Bello, Ed Harris e William Hurt compõem os principais personagens com grande mestria, demonstrando mais uma vez que quem sabe nunca esquece, e que é com os personagens desafiantes que os verdadeiros atores aparecem.

 

Se mais fosse preciso, a qualidade deste filme ficou demonstrada pelas nomeações para dois Óscares (melhor ator secundário e melhor argumento adaptado), para dois Globos de Ouro (melhor filme dramático e melhor atriz) e para um Bafta (melhor argumento), além de muitos outros.

 

 

Assim, apesar da dimensão da violência física e psicológica ser apreciável, o filme é muito bom, merecendo uma atenção especial dos apreciadores de histórias sobre a máfia irlandesa de Filadélfia, com um twist original.