Apanha-me Se Puderes
Deambulando pelos realizadores clássicos, o Sessão da Meia Noite visionou um filme de Steven Spielberg que, curiosamente, ainda não tínhamos visto do princípio até ao fim.
Catch Me If You Can – Apanha-me Se Puderes, 2002, de Steven Spielberg, com Leonardo DiCaprio, Tom Hanks, Christopher Walken, Martin Sheen, Amy Adams, Natalie Baye, James Brolin, Jennifer Garner.
Esta é uma obra biográfica que retrata a vida do burlão Frank Abagnale Jr., um aldrabão em bom português (con-artist) que antes dos seus 20 anos já tinha cometido fraudes superiores em 4 milhões de dólares.
Frank – Leonardo DiCaprio, é um daqueles tipos que, pela sua conversa, ninguém o leva preso. A sua rapidez de raciocínio consegue sempre colmatar as falhas mais absurdas nos seus esquemas.
Muito jovem, Frank vê o descalabro financeiro da sua família, e a consequente humilhação do seu pai com investigações sucessivas do IRS, o que acaba por impulsionar Frank na sua senda de burlão, primeiro para juntar dinheiro e devolver a estabilidade à sua família e, mais tarde, por ganância.
Frank deixa a escola e vai para New York, onde consegue fazer-se passar por um piloto de aviação da Pan Am, descontando cheques falsos regularmente, numa altura sem computadores, internet, redes de comunicações ou cruzamento de dados.
Os tempos propiciavam a ocorrência deste tipo de situações irregulares, onde o status (ainda que aparente) e a palavra de uma pessoa eram respeitados.
As suas façanhas começam a levantar suspeitas e Frank começa a ser investigado pelo FBI, na pessoa do agente Carl Hanratty – Tom Hanks.
No meio deste jogo de gato e rato, eles vão criando uma forte ligação, comprovada pelo facto de todos os Natais, Frank ligar a Carl para conversar, aligeirando a sua solidão.
Numa pausa na sua carreira como piloto, Frank passa-se por médico e, mais tarde, por advogado. Nas poucas vezes em que é confrontado com a realidade, Frank acaba por dizer a verdade (ainda que parcialmente), mas ninguém acredita nele.
Assim se podia ver a credibilidade e astúcia que o falsificador inspirava.
Este filme é uma homenagem às grandes performances dos filmes antigos, onde podemos observar uns excelentes e desconcertantes Leonardo DiCaprio e Tom Hanks, abraçando as suas personagens de um modo muito cativante e realista.
O filme acaba por nos apresentar uma visão, ainda que charmosa, muito realista e sem subterfúgios cinematográficos.
É uma obra obrigatória de Steven Spielberg, longe dos contos de fadas e das histórias espetaculares, deliciosamente genial e espetacular.