Before We Go - Romance em NY
Todos os dias somos influenciados pelas pessoas à nossa volta. Por vezes, essas influências proporcionam-nos interessantes descobertas, neste caso, em filmes de géneros que naturalmente não seriam tão aprofundadas.
Before We Go, 2014, de Chris Evans, com Chris Evans, Alice Eve, Emma Fitzpatrick, John Cullum.
Este filme representa a estreia na cadeira da realização do conhecido ator Chris Evans, numa experiência para comprovar os seus créditos longe do universo dos super-heróis (Steve Rodgers/Capitão América e Johnny Storm/Tocha Humana).
Aqui Chris Evans apresenta-nos uma comédia romântica, independente, protagonizado por ele e por Alice Eve, numa dupla de desconhecidos que se vão conhecendo e criando ligações ao longo de uma noite fria de New York.
Chris é Nick Vaughan, um músico aspirante que está em New York para uma audição numa importante banda de jazz. Na noite antes da audição estava a tocar trompete na Grand Central Station, quando conhece Brooke Dalton (Alice Eve) que acabara de perder o último de comboio de volta a casa.
Com o telemóvel estragado e sem mala (a sua havia sido roubada num bar), Brooke, que misteriosamente tinha que chegar a casa antes do marido, entra em desespero por falta de opções.
Nick é um tipo simpático e prestável que tenta acalmar Brooke e promete ajudar-la a encontrar uma alternativa, não muito preocupado com os seus próprios planos para essa noite.
Ele tinha planeado passar a noite na festa de noivado de um amigo, contudo, a hipótese mais que provável de voltar a ver a sua ex-namorada faz com que Nick evite essa opção a todo o custo.
Ao longo da noite vamos percebendo os sentimentos que movem o desespero de Brooke e o desinteresse aparente de Nick.
Das conversas trocadas, também vai aparecendo uma ponta de atração que se desenvolve à medida que a partilha de histórias os vais tornando mais próximos.
Este exercício pode ser visto à luz do sucesso de 1995 de Richard Linklater “Antes do Amanhecer”, sendo fácil encontrar paralelismos nos argumentos.
No entanto, passando por cima das semelhanças, o filme é muito interessante, com boa realização e uma excelente cinematografia. Como habitualmente, New York é um cenário excelente para histórias de amor noturnas.
As interpretações dos dois protagonistas são muito boas, só deixando um pouco a desejar a relação em cena entre o casal, que por vezes é demasiado distante e fria para aquilo que se pretende demonstrar.
Como favoritos do Sessão da Meia Noite fica a sessão noturna com o vidente Harry (John Cullum) que parece adivinhar os problemas dos dois, e a referência ao filme “Sexo e a Cidade 2” onde Alice Eve era Erin a inocente e voluptuosa ama irlandesa.
Com estreia nacional agendada para 29 de setembro de 2016, este filme demonstra uma realização muito interessante para uma primeira experiência, e deixa-nos a esperar por futuros trabalhos onde estas capacidades poderão ser mais desenvolvidas.