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Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Curiosidades #1 Lea Thompson

O aniversário de Lea Katherine Thompson, atriz e produtora americana, natural de Rochester no Minnesota é hoje a 31 de maio.

 

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O nome pode dificultar a identificação da atriz mas, se dissermos que se trata da atriz que fez de Lorraine Baines, a mãe de Marty McFly já quase todos os aficionados de cinema de aventuras dos anos 80 do século XX a terão identificado.

 

Estrela maior da saga de filmes Regresso ao Futuro de Robert Zemeckis, Lea Thompson construiu a sua carreira no pós Regresso ao Futuro essencialmente na televisão, entre filmes e participações em séries, sem contudo voltar ao sucesso e notoriedade dos três filmes da saga.

 

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Antes da representação, Lea Thompson era bailarina, tendo inclusivamente ganho diversas bolsas de estudo na School of American Ballet e American Ballet Theatre.

 

O seu sonho maior sonho era dançar com Mikhail Baryshnikov. No entanto, apesar de o ter conhecido, esse sonho nunca se concretizou. Mikhail Baryshnikov chegou a mencionar que ela era uma bela bailarina mas demasiado pesada. Pouco tempo após esta situação abandonou o ballet por completo.

 

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Voltando ao Regresso ao Futuro, a sua personagem sofreu diversas alterações ao longo da escrita do argumento. Inicialmente, a mãe de Marty chamava-se Mary Ellen, mais tarde passou a Eileen, antes de ter ficado definitivamente em Lorraine.

 

Em Regresso ao Futuro 2 (1989), onde Lea Thompson e Crispin Glover eram os pais de Marty, numa meia-idade um pouco descuidada, a caracterização necessária aos personagens demorava quatro horas a colocar.

 

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Lea Thompson já havia participado num outro êxito de bilheteira, Jaws 3 (1983) na personagem de Kelly Ann Bukowski, uma esquiadora artística/acrobática num espetáculo aquático. Contudo, era somente uma atriz muito secundária.

 

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Este foi o primeiro papel cinematográfico de Lea Thompson, sendo que, na altura que foi escolhida no casting, ela não sabia esquiar nem sequer nadar.

 

No geral, Lea Thompson já participou em mais de 30 filmes para cinema, 25 filmes para televisão, 3 séries televisivas, mais de 45 bailados, mas o seu maior sucesso continua a ser a Lorraine Baines de Regresso ao Futuro.

 

 

Iverson by Zatella Beatty

Uma das figuras mais proeminentes da NBA dos anos 90 e início dos anos 2000 foi Allen Iverson. Jogador controverso e rebelde que, apesar pelas suas origens e das suas atitudes, conseguiu com o seu talento ser um dos maiores nomes da NBA logo a seguir a Michael Jordan.

 

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Iverson, 2014, de Zatella Beatty, com Allen Iverson, Larry Brown, Tom Brokaw.

 

Iverson é um documentário contado essencialmente na primeira pessoa, abordando as questões mais complicadas e polémicas da carreira desportiva de Allen Ezail Iverson, com a sua prisão ainda como adolescente, as suas ligações ao movimento Hip-Hop e as tatuagens.

 

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Apesar deste documentário, por vezes, poder ser visto como um pouco intrusivo na vida pessoal de Allen Iverson, acaba por funcionar como um lembrete das tensões culturais que periodicamente envolvem os atletas da NBA.

 

O script deste documentário tem início na infância muito pobre de Allen Iverson, crescendo sem pai, mas com uma juventude com excelentes resultados desportivos no futebol americano e no basquetebol, vislumbrando-se um futuro brilhante.

 

Contudo, a sua história tem uma grande percalço quando Allen Iverson e alguns amigos são presos por uma briga num salão de bowling, e o sistema judicial decide fazer de Allen um exemplo devido à sua notoriedade.

 

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Allen acaba por ser condenado a 15 anos de prisão efetiva. Contudo, a sua pena acaba por ser comutada, no entanto, as propostas das universidades que andavam a tentar contratá-lo desapareceram.

 

Allen acaba por ser contratado pela universidade de Georgetown sob a responsabilidade do treinador John Thompson.

 

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Allen não desilude e as suas performances fizeram-no a primeira escolha do draft da NBA de 1996 e, consequentemente um jogado com estatuto de All-Star.

 

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No entanto, o seu comportamento fora da establisment desagradava aos responsáveis da liga (David Stern) e aos treinadores que o acusavam de ter comportamentos de gangster.

 

Todas estas questões tiveram o seu penso na carreira de Allen, que acabou por ser dispensado de algumas equipas da NBA, tendo terminado a sua carreira a jogar pelo Besiktas na Turquia em 2011.

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Ao longo da sua carreira profissional com jogador de basquetebol Allen Iverson passou pelos Philladelphia 76ers, Denver Nuggets, Detroit Pistons, Menphis Grizzlies e Besiktas.

 

Iverson é um documentário que parece querer reabilitar a imagem de Allen junto da opinião pública, apresentado uma perspetiva simpática sobre as suas escolhas e o seu estilo de vida.

 

É no fundo um registo histórico com muitos relatos de colegas e treinadores, sobre o génio complicado de um jogador com 1,83m de altura, que chegou ao patamar de poder ser comparado a Michael Jordan.

 

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Mostra também um pouco do grande conservadorismo das regras da NBA e seus representantes, e as dificuldades em aceitar comportamentos diferentes ou alternativos.

 

A dificuldade de Allen Iverson em lidar com essas regras acabou por determinar as trocas de equipas e, consequentemente, o seu desencanto em jogar basquetebol.

 

É um exercício muito interessante sobre a cultura da NBA, que vale a pena ver, com a devida distância e discernimento, de modo a cada um apreciar por si a tentativa de branqueamento de alguns comportamentos.

 

Para os fãs da NBA este documentário é um pedaço essencial de história contemporânea.

Multi-Facial by Vin Diesel

Passando pelo universo das curtas-metragens, o Sessão da Meia Noite descobriu recentemente um trabalho da início a carreira do ator de ação Vin Diesel.

 

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 Multi-Facial, 1995, de Vin Diesel, com Vin Diesel, Lewis Steidl, Lara Gafeen.

 

Esta curta-metragens de 20 minutos foi o primeiro trabalho de Vin Diesel. Neste primeiro exercício Diesel escreveu, atuou, realizou e até foi responsável pela escolha da banda sonora. “Jack of all trades” ou, em bom Português, um pau para toda a obra.

 

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Estava no início da sua carreira, a milhas de distância de Riddick ou de Dominic Toretto, e Diesel encontrou este meio para demonstrar a dificuldade dos jovens atores no mundo dos castings.

 

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Este trabalho acaba por ser semiautobiográfico, incorporando material recolhido dos seus próprios castings, documentando a frustração de um jovem ator de aspeto multiétnico, a tentar obter trabalho.

 

Vin Diesel, nascido Mark Sinclair, em 1967, tem ascendência inglesa, germânica, escocesa e irlandesa por parte da mãe e o seu pai adotivo era negro. Vin nunca menciona muito o seu pai biológico, mas vai dizendo que deveria ser “definitivamente uma pessoa de cor”.

 

Ficando assim facilmente justificada a multietnicidade.

 

Este trabalho foi realizado em New York, numa altura em que Vin Diesel tinha retornado de Hollywood desiludido com a indústria do entretenimento.

 

Multi-Facial, juntamente coma longa-metragem Strays – Instinto Assassino de 1997 (também escrito por Diesel), foram os primeiros trabalhos que deram visibilidade a Vin Diesel, catapultando-o mais tarde para outros tipos de papéis.

 

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Mas a história de Strays fica para outra altura.

Zootopia

No domínio dos filmes de animação, comentamos hoje um dos mais recentes exercícios da Walt Disney Animation Studios.

 

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Zootopia – Zootrópolis, 2016, de Byron Howard, Rich Moore e Jared Bush, com as vozes de Ginnifer Goodwin, Jason Bateman, Idris Elba, Jenny Slate , Nate Torrance, J.K. Simmons, Octavia Spencer, Alan Turdyk, Shakira.

 

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Zootrópolis, ou como nós preferimos no Sessão da Meia Noite o original Zootopia, é uma fábula animal que nos leva a um universo de animais humanizados, vivendo numa sociedade organizada por habitats e com presas e predadores em harmonia.

 

Zootopia descreve perfeitamente a ideia preponderante no filme, uma sociedade utópica com animais.

 

Aparentemente, o último estágio da evolução animal aproximou-os do Homem de hoje em dia (que não existe em Zootopia), vivendo uma aparente harmonia. No entanto, à semelhança das realidades que podemos observar na nossa sociedade, também Zootopia tem crime, injustiça, descriminação e, sobretudo, sede de poder.

 

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O argumento foca-se em Judy Hopps, uma coelha muito fofinha (Ginnifer Goodwin) que quer ser polícia na cidade, e vai fazer tudo para cumprir o seu sonho.

 

No entanto, o fato de Judy conseguir ser polícia, não significa tudo aquilo que ele sonhou. Judy é colocada de parte pelos seus colegas e chefia, o chefe Bogo (Idris Elba).

 

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Uma presa no meio de predadores, que vai ter que lutar muito para provar o seu valor no meio dos animais grandes.

 

Um do foco principal do filme acaba por ser a dicotomia entre animais grandes e animais pequenos.

 

A história contudo faz-se a ultrapassar estereótipos, começando pelo parceiro “detetive” de Judy que acaba por ser a raposa Nick Wilde (Jason Bateman). Esta dupla de “detetives” acaba por resolver uma onda de desaparecimentos de mamíferos que, antes de desaparecerem, apresentaram comportamentos selvagens.

 

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Pelo meio percebemos como é organizada a cidade por diferentes dimensões de animais, numa relação harmónica entre grandes e pequenos.

 

Conhecidos como Easter Eggs, ou Ovos da Páscoa, existem diversas referências da cultura pop e cinematográfica, adaptadas à dimensão de Zootopia, como:

- Os DVD’s piratas onde podemos ver o filme Wreck It Rino;

- Na cidade dos pequeninos temos o Lemmings Brothers Bank;

- Há um mafioso poderoso, Mr. Big, numa clara referência ao Padrinho de Copolla, que é um musaranho do ártico, cujos capangas são ursos polares (obviamente);

- Os mamíferos raptados estão presos em celas ao melhor estilo do Silêncio dos inocentes, entre muitos outros.

 

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No fundo é um filme engraçado, muito bem feito, com uma história bem construída, indicado para pequenos e graúdos, num exercício de esperança e crença na possibilidade de atingir objetivos, numa altura em que, por vezes, é mais fácil desistir.

 

 

É, no fundo, um filme positivo que vale a pena ver.

James Bond - Notícias #2

Parece que o folclore à volta do próximo James Bond está a crescer muito fora de tempo. Nota-se que há muita gente na internet com demasiado tempo livre.

 

Assim, o Sessão da Meia Noite foi hoje confrontado com a “notícia” da possibilidade de Gillian Anderson – a Dana Scully de Ficheiros Secretos, ser a próxima James Bond, ou melhor, Jane Bond.

 

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 Obviamente que se trata somente de uma onda internetiana sem qualquer suporte.

 

De qualquer modo, Gillian Anderson deu a entender na sua conta do Twitter que a ideia lhe agradaria. Foi inclusivamente publicada um montagem de um possível poster publicitário com o hastag #NextJamesBond.

 

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Sobre o assunto de uma agente secreta, o antigo James Bond Pierce Brosnan já havia comentado que não lhe parecia muito provável. Disse ainda que, na sua opinião, tudo era possível mas que o próximo James Bond seria um homem e branco.

 

No entanto, também mencionou que há muitos bons atores negros mais do que capazes de agarrar o papel.

 

Daniel Craig tem uma opinião diferente, ele já havia comentado à revista Bustle que seria uma grande ideia, se funcionasse junto do público.

 

Um facto muito importante sobre estes filmes é que está tudo no reino da imaginação, logo tudo poderia acontecer, referiu ainda Daniel Craig.

 

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Apesar da circulação destas opiniões, o Sessão da Meia Noite considera que se trata de publicidade gratuita à saga, resultante da imensa legião de fãs do agente secreto, que estão sempre ávidos de notícias frescas.

 

Pensamos ser muito reduzida à possibilidade efetiva de uma Jane Bond entrar no próximo filme em vez de Bond Girls.

 

Bond 25 - Notícias #1

Começam a aparecer cada vez com mais frequência notícias sobre quem será o próximo James Bond.

 

O Sessão da Meia Noite, como é óbvio, tem vindo a acompanhar esta questão e apresenta aqui os últimos desenvolvimentos relevantes.

 

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Logo após o final das gravações de Spectre, Daniel Craig fez uma declaração explosiva onde refere que, naquela altura, a última coisa que lhe passava pela cabeça era pensar em fazer outro James Bond.

 

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Esta reação a quente foi tomada pelos tabloides como certa e iniciou-se a época de caça ao novo James Bond.

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Na altura, por prováveis pressões dos estudos e dos produtores, as notícias foram acalmando, com alguns comentadores a porem água na fervura, argumentando que a carga de trabalho num filme deste tipo é imensa, e que o ator, nessa altura, só pensava em descansar da personagem.

 

Tudo se manteve calmo até à passada semana quando o Daily Mail publicou um artigo onde refere que o próprio Daniel Craig teria mencionado que não entraria mais em outro filme de James Bond.

“I’m done playing James Bond. Done, done, done.”

 

Refere ainda que Daniel Craig teria recusado um contrato oferecido pela MGM para mais dois filmes no valor de 68 milhões de libras.

 

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Contudo, a BBC afirma que tem outras fontes que referem que é improvável que alguma decisão seja tomada em breve por Daniel Craig, contradizendo o artigo do tabloide britânico.

 

Aquando do lançamento de Spectre, a revista oficial da saga – MI6 Confidential, já mencionava o cansaço de Daniel Craig sobre a enorme carga de trabalho que o filme implicou, mas sem qualquer menção clara e definitiva acerca da sua continuidade.

 

Nesta altura parece-nos que toda a especulação é precoce e é uma notícia empolada pelos tabloides, uma vez que a produção do Bond 25 só deverá começar em 2017, e o seu lançamento não deverá acontecer antes de 2018.

 

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No entanto, isto não impede que circulem diversos nomes como potenciais James Bond do futuro, tais como: Idris Elba, Damian Lewis, James Norton, Aiden Turner, Tom Hardy, Henry Cavill, Tom Hiddleston, Jason Statham ou Michael Fassbender.

 

Como é normal em terras de Sua Majestade, as casas de apostas apontam as probabilidades dos atores serem seguidores de Daniel Craig. Nesta altura os melhores classificados são: Tom Hiddleston (71%), Aiden Turner (33%), Idris Elba (10%), Tom Hardy (10%), Damian Lewis (7%) ou Henry Cavill (5%).

 

É provável que Daniel Craig não continue como James Bond, mas essa decisão ainda está longe de acontecer, e a escolha do próximo nome também.

 

Apesar de tudo, o preferido do Sessão da Meia Noite para suceder a Daniel Craig é Idris Elba pelo seu excelente trabalho como John Luther, o detetive atormentado pelo amor/ódio a Alice Morgan, e pelos métodos não convencionais no combate ao crime em Londres.

 

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Aguardemos por desenvolvimentos futuros.

 

Bachelorette - Quatro Amigas e Um Casamento

De tempos a tempos os estúdios de cinema gostam de explorar a vertente dos filmes relacionados com os reencontros dos amigos de escola.

 

O Sessão da Meia Noite vai hoje falar de um exemplo recente deste tema.

 

Bachelorette – Quatro Amigas e um Casamento, 2012, de Leslye Headland, com Kurten Dunst, Isla Fisher, Lizzie Caplan, Rebel Wilson, James Marsden, Adam Scott.

 

Este filme segue a história de três amigas da escola secundária que são convidadas para serem damas de honor no casamento de uma outra amiga, que elas ridicularizavam na escola.

 

 

Obviamente, elas ficaram muito surpreendidas com o convite, até porque ela se iria casar antes de qualquer uma das três, mas decidem aceitar na perspetiva de divertimento garantido.

 

Nas vésperas do casamento decidem-se por uma despedida de solteira a respeitar os melhores tempos do secundário.

 

 

Esta diversão desenfreada acaba por causar diversas confusões e mal entendidos, no meio de muitas situações cómicas, que acabam por resultar num grave e inusitado ato de “vandalismo” para com o vestido da noiva.

 

Com os espíritos muito toldados por grandes quantidades de álcool e outras substâncias não tão legais, Regan, Gema e Katie decidem que o único caminho é resolverem todos os problemas até à hora do casamento.

 

 

Todas estas peripécias levam as três amigas a tomarem a real consciência dos quês e porquês das suas vidas e a questionarem as suas escolhas de vida, uma vez que a amiga noiva, que não era das mais populares, vai casar com um dos solteirões mais desejados de New York.

 

A realizadora Leslye Headland, que tem bastante experiência como escritora deste tipo de argumentos, consegue atrair os espetadores com uma conjugação de nomes sonantes, realização eficaz e boas sequências de humor.

 

 

O Sessão da Meia Noite ficou surpreendido com a baixa classificação atribuída a este filme pelo IMDb, assim como na maioria das criticas consultadas.

 

O filme, apesar de por vezes se poder parecer com uma mistura entre The Hangover – A Ressaca e Bridesmaids – A Melhor Despedida de Solteira, acaba por ser divertido e, apesar de não ser uma obra-prima da comédia, está acima da média dos filmes de comédia que o Sessão da Meia Noite viu recentemente.

 

Serve perfeitamente para desanuviar as ideias e passar um bom bocado à frente de uma tela especialmente se for com uma boa companhia.

 

 

Love Finds You in Valentine

Alguns atores portugueses continuam a trilhar com sucesso o seu caminho no cinema e televisão fora de portas. É o caso de Diogo Morgado por terras do Tio Sam.

 

Love Finds You in Valentine – A Descoberta do Amor, 2016, de Terry Cunningham, com Michaela McManus, Diogo Morgado, Hunter Cross, Ed Asner.

 

Desta vez trata-se de um romance entre um encarregado de rancho e a nova dona da propriedade.

 

 

Michaela McManus é Kennedy Blaine, uma californiana de gema a finalizar os estudos na faculdade que recebe como herança um rancho no Nebrasca, na pequena cidade de Valentine (a conveniência do nome é logo denunciadora).

 

A herança vem contudo com uma condição. Kennedy poderá fazer o que quiser com o rancho, inclusive vende-lo, desde que, primeiro, o conheça in loco.

 

Decidida pela venda, Kennedy vai até Valentine para cumprir as condições do testamento. Chegando ao rancho, toma consciência de parte da sua história familiar, assim como as condições da sua propriedade.

 

 

Lá conhece o encarregado Derek Sterling (Diogo Morgado). Entre ambos gera-se um atrito normal neste tipo de filmes, de modo a preparar o desenvolvimento do argumento para o inevitável romance.

 

Este filme não teve lançamento nas salas de cinema, sendo inclusivamente classificado como TV Movie nos E.U.A.. Aborda o romance clássico do cinema, entre dois extremos que, de alguma maneira conseguem arranjar pontos comuns que os irão aproximar.

 

Neste caso, o mecanismo de aproximação vai ser a preservação do rancho e evitar que ganâncias antigas tomem a propriedade.

 

 

Juntamente com a linha principal do argumento há sub-plots que servem de suporte e adensamento dramático da simples história de amor, atribuindo-lhe uma outra dimensão e a sua real identidade.

 

Assim, todas as manobras de venda do rancho vão sendo acompanhados pelo surgimento de fantasmas do passado de Derek que tentam atrai-lo, à força, para uma vida que ele prefere esquecer.

 

Ao mesmo tempo, Kennedy terá aprender a lidar com o seu avô rabugento e prepotente (o excelente Ed Asner), que havia renegado a mãe de Kennedy por discordar das suas escolhas, e perceber se os ódios antigos ainda fazem sentido, ou se são possíveis de sanar.

 

 

Michaela McManus é uma atriz clássica dos TV Movies e tem uma prestação muito boa, na condução deste argumento, brilhando e fazendo brilhar. Diogo Morgado não deixa os seus créditos por mãos alheias, demonstrando competência e qualidade, ombreando com qualquer dos seus co-protagonistas.

 

Trata-se de um filme muito competente, que cumpre o papel de filme cor-de-rosa, com uma fotografia muito boa e uma participação especial de um grande ator sénior.

 

Dentro do género é uma boa opção fora dos suspeitos do costume como Julia Roberts, Julie Delphy, Rachel McAdams,  Richard Gere, Ethan Hawke ou Domnhall Gleason.

 

 

Mad Max - Notícias

Todos os rumores que correm na internet, seguidos pelo Sessão da Meia Noite, sobre o reboot da saga Mad Max, parecem indicar a certeza da execução de uma sequela ao filme de 2015.

 

De acordo com comentários do próprio George Miller, os atrasos na produção de Mad Max Fury Road, permitiram o desenvolvimento de um novo argumento, assim como as histórias de background, laterais, de suporte à linha principal de Max.

 

 

O título de trabalho para o novo filme é Mad Max: The Wasteland, numa ligeira alteração às primeiras ideias que ocorreram na net, de que a história do novo filme seria à volta da protagonista feminina Furiosa, protagonizada por Charlize Theron e o seu título seria Mad Max: Furiosa.

 

Tom Hardy assinou contrato para mais três filmes da saga, num voto de confiança para a efetiva continuação desta saga. A juntar, claro, ao enorme sucesso comercial de bilheteira e de prémios que Fury Road teve.

 

 

Esperamos só que o gap entre os próximos filmes seja menor que entre os anteriores.

The Shallows - Preview

Nós no Sessão da Meia Noite não somos muito apreciadores de filmes de terror. Já o havíamos afirmado antes e, quem tem acompanhado os posts pode verificar este facto.

 

Contudo, em todas as regras há sempre uma exceção e, um tema muito apreciado por aqui são os tubarões e as reações que estas belezas da natureza causam no Homem.

 

O maior medo do homem vem sempre daquilo que não consegue compreender, pelo que os tubarões, e o grande tubarão branco em especial, exercem um grande fascínio que, obviamente, transparece para a tela do cinema.

 

 

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Desde os fantásticos Jaws de Steven Spielberg, passando por algumas obras mais recentes como Deep Blue Sea, têm existido muitos filmes de qualidade duvidosa que, só pelo nome nos deixam apreensivos.

 

Exemplos destes temos: Sand Shark, Mega Shark vs Octopus, Swamp Shark, Snow Shark, Mega Shark vs Crocosaurus, além dos mais recentes tubarões “voadores” de Sharknado.

 

No meio desta histeria confusa repleta de má qualidade, aparece-nos um trailer de um filme sobre tubarões intitulado The Shallows – Águas Perigosas, de Jaume Collet-Serra, cuja estreia nacional está agendada para 11 de agosto e que tem potencial para ser um grande filme de suspense e terror.

 

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Fica aqui o trailer e a referência de que aguardamos com muita espectativa esta estreia devido à qualidade do trailer (que esperamos não seja melhor que o filme) às provas já dadas pelo realizador em Run All Night, Unknown e Non-Stop.

 

 

We can’t wait!!!

Globos de Ouro 2016 - Cinema

Anualmente, a SIC e a revista Caras atribuem os Globos de Ouro aos "melhores" representantes da cultura portuguesa, este ano dividos em seis categorias: cinema, desporto, moda, música, revelação, teatro.

 

Além destas categorias existe também um prémio para uma carreira.

 

 

Na categoria de cinema, os prémios são atribuidos ao Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Atriz.

 

Numa cerimónia que utiliza um formato um pouco gasto, os promotores esforçam-se por criar um espetáculo de entretenimento com muito brilho, cor e boa música portuguesa.

 

Utilizando os personagens/cromos das novelas e programas da SIC, o humor é utilizado como combustível para fazer avançar a cerimónia com ligeireza

 

Como resultado da votação do público, os vencedores nas categorias de cinema foram:

 

  • Melhor Filme:

         As Mil e Uma Noites de Miguel Gomes, com produtor Luís Urbano 

 

  • Melhor Ator:

        José Mata em "Amor Impossível"

 

  • Melhor Atriz:

         Victória Guerra em "Amor Impossível"

 

 

À semelhança dos Prémios Sophia, vemos a consagração do mais decente trabalho de António-Pedro Vasconcelos, "Amor Impossível" sobre um relato de tragédia e amor envolvendo violência numa relação amorosa, levado ao entremo.

 

Com surpresa, "As Mil e Uma Noites" de Miguel Gomes, venceu sobre o favorito "Amor Impossível" de António-Pedro Vasconvelos. O globo foi recebido pela diretora artistica que pediu a presença dos atores no palco para com eles partilhar o prémio num gesto muito bonito. 

Survivor - Sobrevivente

Estreou no passado dia 5 de maio um filme de 2015, que integra no seu elenco um ator cujo trabalho é acompanhado de perto pelo Sessão da Meia Noite, pelos laços criados aquando da sua passagem pela personagem do espião mais famoso de todos os tempos. Falamos obviamente de Pierce Brosnan e James Bond.

 

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Survivor – Sobrevivente, 2015, de James McTeigue, com Milla Jovovich, Pierce Brosnan, Angela Bassett, Dylan McDermott, Roger Rees.

 

Neste filme, o protagonismo da história é partilhado entre Pierce Brosnan e Milla Jovovich.

 

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Milla Jovovich é uma consultora de segurança – Kate Abbott, a trabalhar em Londres na embaixada dos Estados Unidos da América, na análise de situações potencialmente perigosas na atribuição de vistos de entrada.

 

Para dar substância à história, os seus alarmes são acionados quando analisa um pedido de visto de um médico Dr. Emil Balan (o último papel em cinema do grande ator britânico Roger Rees), que tenta entrar nos Estados unidos sob o pretexto de negócios.

 

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As reticências de Kate em aprovar o pedido, resultam em algumas pressões oficiais, denunciando o poderio diplomático dos amigos de Dr. Emil e talvez alertando para as suas reais intensões.

 

Suspeitando que essas intensões desconhecidas pudessem ser descobertas, é contratado um assassino conhecido somente como The Watchmaker – o Relojoeiro, protagonizado por Pierce Brosnan, para eliminar o problema.

 

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Desse ponto em diante vamos observando um jogo do gato e do rato entre o Relojoeiro e Kate, numa sucessão de ataques falhados, alguns até de grande dimensão como a explosão de um restaurante que mata quase todos os colegas de trabalho de Kate.

 

Inicialmente Kate não consegue perceber o que esta a passar, chegando mesmo a pensar que se tratam de coincidências não relacionadas (será que nunca viu filmes de espionagem ?????).

 

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Ao tomar consciência da realidade em mãos, apercebe-se que, além de tudo, está a ser incriminada pelos atentados devido a problemas do seu passado. Decide então que a melhor maneira de se ilibar é apanhando o verdadeiro culpado pelos atos de violência, invertendo assim os papéis de presa e caçador.

 

Este filme é interessante mas tem algumas falhas sendo a mais clamorosa a total ignorância de que Londres é uma das cidades mais vigiadas do mundo por sistemas de CCTV em zonas públicas. Esta situação poderia desmontar os argumentos do relojoeiro em três tempos, mas não era a mesma coisa.

 

Apesar desta situação, e de outras semelhantes, James McTeigue consegue fazer um filme de ação e espionagem decente, com uma queda para o exagero nos atentados, mas que entretêm e acaba por divertir.

 

 

Pierce Brosnan apresenta-nos um assassino muito sóbrio, um pouco excessivo mas meticuloso na caça à sua presa. Milla Jovovich mostra-nos uma operacional muito realista, sem pretensiosismos ou atitudes de super-herói.

 

Ambas as prestações são o melhor que o filme tem.

 

Em suma, este filme acaba por não desiludir nas sequências de ação com personagens construídos de modo mais ou menos realista, que nos proporcionam alguns bons momentos de diversão.

 

Não ficará contudo para memória futura.

Prémios Sophia 2016 - Vencedores

Foram entregues no passado dia 13 de maio os Prémios Sophia 2016. A cerimónia foi apresentada por Ana Bola e prestou homenagem ao amor ao cinema, recheada de muito humor.

 

 

Os vencedores da noite foram “Amor Impossível” de António-Pedro Vasconcelos com quatro prémios e “Capitão Falcão” com seis. António-Pedro Vasconcelos, se alguma dúvida houvesse, confirmou-se como um nome maior do cinema nacional, uma vez que já em 2015 tinha vencido nove prémios com “Os Gatos Não Têm Vertigens”.

 

 

Os Prémios Sophia Carreira foram atribuídos à atriz Carmen Dolores e a Fernando Costa.

 

A lista completa dos vencedores é a seguinte:

 

  • Melhor Filme
    Amor Impossível de António-Pedro Vasconcelos, MGN FILMES
  • Melhor Atriz Principal
    Vitória Guerra - Amor Impossível
  • Melhor Ator Principal
    José Mata - Amor Impossível
  • Melhor Argumento Original
    João Leitão e Nuria Leon Bernardo - Capitão Falcão
  • Melhor Fotografia
    Acácio de Almeida - Se eu Fosse Ladrão, Roubava
  • Melhor Direção Artística
    Nuno Tomaz, Mário Melo Costa e João Leitão - Capitão Falcão
  • Melhor Documentário em Longa-Metragem
    Pára-me de Repente o Pensamento de Jorge Pelicano
  • Melhor Documentário em Curta-Metragem
    Fora da Vida de Filipa Reis e João Miller Guerra
  • Melhor Maquilhagem e Cabelos
    Helena Gonçalves e Raquel Laranjo - Capitão Falcão
  • Curta-Metragem de Animação
    Amélia & Duarte de Alice Guimarães e Mónica Santos
  • Melhor Atriz Secundária
    Carla Chambel - Se eu Fosse Ladrão, Roubava
  • Melhor Ator Secundário
    José Pinto - Capitão Falcão
  • Melhor Realizador
    Margarida Cardoso - Yvone Kane
  • Melhor Som
    Vasco Pedroso, Branko Neskov e Elsa Ferreira - Amor Impossível
  • Melhor Guarda Roupa
    Isabel Quadros - Capitão Falcão
  • Melhor Montagem
    Edgar Feldman e João Salaviza - Montanha
  • Melhor Banda Sonora Original
    Pedro Marques - Capitão Falcão
  • Prémio Sophia Estudante
    Terra Mãe de Ricardo Couto
  • Melhor Curta-Metragem de Ficção
    Rampa de Margarida Lucas 

Castle - Cancelamento da Série

O Sessão da Meia Noite ficou hoje a saber que uma das suas séries favoritas vai foi cancelada.

 

É verdade! A ABC cancelou a série Castle. Nathan Fillion, Stana Katic e companhia só vão estar connosco até ao final da temporada 8.

 

 

A série de comédia, crime e drama, criada por Andrew W. Marlowe começou a ser emitida em 2009 pela ABC e terá o seu último episódio emitido a 16 de maio próximo, terminando uma saga de 173 episódios.

 

Castle teve alguns altos e baixos ao longo das oito temporadas, e chega ao fim numa altura em que Stana Katic já havia anunciado que abandonaria a séria no final da oitava temporada. Oficialmente diz-se que a saída estaria relacionada com questões salariais.

 

 

No entanto, fontes não oficiais referem que a relação entre os protagonistas era muito tensa, e terá sido originada pelo alegado desagrado de Nathan Fillion pelo crescente protagonismo de Stana Katic ao longo das temporadas 6, 7 e 8.

 

Curioso como estas coisas acontecem pois, originalmente, Stana Katic foi escolhida como Kate Beckett num casting em que demonstrou uma enorme empatia e facilidade de relacionamento com Nathan Fillion, tendo este feito pressão para a sua escolha.

 

 

Apesar destas aparentes divergências crescentes, nada se refletia na tela sendo impercetível qualquer mal-estar entre os protagonistas. Aliás, oficialmente, a relação entre ambos é a melhor possível.

 

Castle é, ou foi, um série com uma ideia original, um escritor de romances policiais que acompanha uma detetive de polícia em New York de modo a recolher material para o seu novo livro, com um humor muito particular, impulsionada pelo postura descontraída, quase juvenil e inconsciente de Richard Castle, um escritor rico e inconsequente, que usa a sua rede de contatos para conseguir sair do bloqueio de escritor a que tinha chegado após ter matado o seu último protagonista.

 

 

É uma série ligeira, muito bem construída, com bons atores numa harmonia muito completa, proporcionando bons momentos de divertimento na resolução de casos de homicídio, alguns deles muito estranhos.

 

Mas a vida é assim. Esperamos que a nova fornada de séries traga algo igualmente satisfatório.

 

Branca de Neve, os Caçadores e as Rainhas Más

Em 2012, a Universal Pictures lançou um filme que, uma vez mais, pega no universo da Branca de Neve de Walt Disney, e lhe dá novo ponto de vista numa nova leitura do clássico.

 

Como o filme foi um sucesso de bilheteira, algo inesperado até para a Universal, foi decidido avançar com um novo filme da saga, numa prequela/sequela, que retorna aos mesmos personagens e alarga o seu universo.

 

É destes dois filmes que o Sessão da Meia Noite vai hoje falar.

 

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Snow White and the Huntsman – Branca de Neve e o Caçador, 2012, de Rupert Sanders, com Kirsten Stewart, Chris Hemsworth, Charlize Theron.

The Huntsman. Winter’s War – O Caçador e a Rainha do Gelo, 2016, Cedric Nicolas-Troyan, com Chris Hemsworth, Jessica Chastain, Charlize Theron, Emily Blunt.

 

O filme de 2012 é uma adaptação mais ou menos próxima da história da Branca de Neve e da Bruxa Má.

 

A Branca de Neve, protagonizada por Kirsten Stewart, foge da morte certa às mãos da rainha (bruxa) má Ravenna – Charlize Theron, que toma conta do seu reino após ter casado com o seu pai, o Rei, que sofre uma morte inesperada.

 

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Numa busca incessante pela beleza máxima, a rainha Ravenna procura a destruição de todas as suas concorrentes belas, com a ajuda da magia do espelho mágico.

 

“Mirror mirror on the wall, who’s the fairest one of all?”

 

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Como a magia não consegue chegar a todo o reino, especialmente à floresta negra, a Rainha contrata os serviços de um caçador – The Hunstman (Chris Hemsworth), para encontrar a Branca de Neve, e assim os soldados da rainha, liderados pelo seu irmão Finn (Sam Spruell), matarem a Branca de Neve.

 

O caçador é encontrado completamente destroçado e num estado deplorável, em sofrimento pela morte de sua mulher mas, persuadido pela Rainha Má e seus poderes (ao melhor estilo de do or die), embarca na busca da Branca de Neve através dos caminhos perigosos da floresta negra.

 

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No decurso da sua epopeia, o caçador vai tomando consciência das reais intensões da Rainha para com a Branca de Neve e, questionando os seus motivos, vê-se dividido nas suas próprias motivações e acaba por mudar de perspetiva e tornar-se o protetor de Branca de Neve.

 

Esta demanda acaba por ter um final feliz, como não podia deixar de ser, com a Branca de Neve a ser coroada Rainha e Ravenna “morta” (ou talvez não). A única variante dos contos de fadas é que o caçador volta à sua vida simples, fora do castelo, não ficando com a “princesa”.

 

 

As diferenças impostas pelo argumento à história original foram bem construídas pelo realizador, num exercício cinematográfico cheio de efeitos visuais, mas sempre com uma identidade própria, não desvirtuando o original e sem se tornar ridícula.

 

Boas interpretações e beleza quanto baste espalhada pela tela fazem desta obra um bom filme, cheio de motivos que facilmente explicam o seu sucesso comercial.

 

Estas motivações acabaram por originar, quatro anos mais tarde, outro tomo desta história, desta vez focada na origem e vida dos caçadores.

 

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A cronologia do argumento do filme de 2016 divide-se em duas partes distintas sendo que a primeira parte passa-se antes do filme de 2012, e a segunda após o primeiro filme, justificando assim a classificação pouco usual de prequela/sequela.

 

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O filme de 2016 permite-nos conhecer a origem traumática dos caçadores e o seu objetivo máximo, sob as ordens da Rainha do Gelo – Feyna (Emily Blunt na melhor atuação de todas nesta película, de longe), assim como a génese da própria Rainha do Gelo.

 

Numa história de amor proibido entre caçadores, percebemos como Eric (o caçador) perceciona a morte de sua mulher (Sara) e como esta situação o destrói, numa ligação cronológica com o primeiro filme.

 

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Contudo, depois desta situação traumática, o filme dá um salto de sete anos, para uma altura em que Branca de Neve já é rainha, e o seu consorte William procura Eric para lhe pedir ajuda a encontrar o espelho mágico, entretanto roubado do castelo da Branca de Neve, e evitar que este caia nas mãos da Rainha do Gelo.

 

Eric embarca em mais essa procura e, pelo caminho, juntam-se-lhe quatro anões e uma outra figura inesperada: a caçadora Sara, que se julgava morta.

 

Percebemos então que Feyna havia manipulado com magia a morte de Sara, fazendo ambos crer que os laços entre eles se haviam quebrado para sempre.

 

Tomando perceção do engano, ainda que a muito custo, embarcam na descoberta do espelho, que conseguem com sucesso, somente para o verem ser tomado de suas mãos por Feyna, numa aparente traição de Sara.

 

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Feyna ao experimentar a magia do espelho, descobre que sua irmã Ravenna, ainda que morta, tinha-se preservado no espelho e, libertada por Feyna, quer voltar a reinar sobre os domínios da Branca de Neve.

 

Nessa altura percebemos que a natureza das duas irmãs é completamente diferente, e Feyna apercebe-se da maldade inata de Ravenna e da sua sede de poder, e tenta impedi-la nos seus propósitos.

 

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Num filme em que não entra a Branca de Neve (a personagem é contudo referida várias vezes), o realizador Cedric Nicolas-Troyan luta com um argumento muito longo, que não deixa o filme respirar por entre a história de amor e a luta do em contra o mal.

 

Esta situação também resulta dos problemas existentes na escolha dos realizadores.

 

Originalmente, o realizador do primeiro filme deveria continuar o seu trabalho no segundo mas, o calendário imposto pelos estúdios impossibilitou essa opção por Rupert Sanders estar a trabalhar em “Ghost in a Shell”.

 

Foi assim substituído por Frank Darabont, na figura de realizador e argumentista, mas também este deixou o cargo devido a “diferenças criativas”.

 

Foi então escolhido Cedric Nicolas-Troyan que havia sido o supervisor de efeitos especiais em “Snow White and the Huntsman” e o diretor da segunda unidade em “Malificent”.

 

Independentemente da qualidade do realizador que acabou por ser responsável pelo filme, todas estas trocas e baldrocas, acabam sempre por se refletir na tela.

 

No geral, esta segunda aventura acaba por ser interessante de ver, com mais efeitos especiais que o primeiro filme (talvez demasiados), onde se percebe que alguns atores talvez não tenha dado o seu melhor, sendo Charlize Theron o melhor exemplo disso.

 

Pessoalmente, no Sessão da Meia Noite somos fãs de contos de fadas e de histórias com finais felizes, e nesse campo os filmes cumprem os objetivos. As realizações são competentes, e as atuações também (apesar das notas anteriores), mas no filme de 2016 Emily Blunt “rouba” o ecrã aos restantes atores.

 

Temos aqui uma visão dos contos de fadas mais negra, mais carregada, numa interessante aventura de ação.

 

 

Estes dois filmes são quase como os blockbusters de Verão, em que os nomes e os efeitos são usados para atrair os espetadores das noites nas esplanadas em direção aos cinemas.

 

Ambos os filmes poderiam ter sido melhor trabalhados, especialmente o segundo, o que certamente resultaria numa maior satisfação do público espetador assíduo das salas de cinema.

Han Solo: A Star Wars Story - Alden Ehrenreich

Agora que a Disney “encontrou/comprou” uma nova máquina de fazer dinheiro não a tem poupado.

 

 

Assim, foi agora divulgado o ator que irá fazer de Han Solo em mais um spinoff da saga Star Wars.

 

 

Trata-se do ilustre quasi desconhecido Alden Ehrenreich, de 27 anos, que irá tentar acompanhar o génio do seu alter-ego mais velho – Harrison Ford. O papel de maior importância interpretado por Alden foi o de Hobie Doyle no filme Hail! Cesar (2016) dos irmãos Coen.

 

 

O filme que se deverá chamar Han Solo: A Star Wars Story será dirigido por Phil Lord e Christopher Miller, os responsáveis pelo Lego The Movie, e tem data de lançamento prevista para 25 de maio de 2018, claro está, após Rogue One.

 

Depois de tantos anos à espera sem saber se chegaria uma nova epopeia da saga Star Wars, não correremos o risco de overdose? Uma coisa é certa, enquanto der dinheiro, a Disney não irá parar.

 

Se tudo correr bem, o Sessão da Meia Noite cá estará para ir comentado acerca da qualidade das obras e verificar se este futurismo se concretizará.

Festa do Cinema 2016

Realiza-se nos próximos dias 16, 17 e 18 de maio mais uma edição da Festa do Cinema.

 

 

Numa iniciativa da APEC - Associação Portuguesa de Empresas Cinematográficas, com os apoios do ICA - Instituto do Cinema e do Audiovisual, da IGAC – Inspeção-geral de Atividades Culturais, da FEVIP – Associação para a Defesa das Obras Audiovisuais e da GEDIPE – Associação para a Gestão de Direitos de Autor, Produtores e Editores, tem assim lugar a segunda edição desta iniciativa.

 

Com bilhetes a 2,50€ (valor não acumulável com outras promoções em vigor) em todas as salas de cinema portuguesas, cinematecas e auditórios (segundo a organização), espera-se a repetição do sucesso do ano passado onde mais de 200.000 espetadores aderiram, tornando o cinema numa arte verdadeiramente democrática e generalizada.

 

 

Esta iniciativa visa aumentar o número de espetadores nas salas de cinema, proporcionado a experiência do cinema a quem está mais habituado aos novos suportes de disponibilização de informação, tentando assim demonstrar as diferenças entre cinema e streaming.

Joyride - Não Brinques com Estranhos

Por vezes o Sessão da Meia Noite procura alguns filmes específicos, na busca de trabalhos de um realizador ou ator em particular.

 

Assim, procurando por trabalhos menos conhecidos do ator Paul Walker de Fast & Furious encontrámos o quase desconhecido “Não Brinques com Estranhos”.

 

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Joyride – Não Brinques com Estranhos, 2001, de John Dahl, com Steve Zahn, Paul Walker, Leelee Sobieski, Jessica Bowman, Matthew Kimbrough.

 

Este filme é uma pérola desconhecida do público em geral. Essencialmente é um roadmovie, onde Lewis – Paul Walker, viaja de carro através da América, Chrisler Newport de 1971, desde Boulder, California, até ao este dos Estados Unidos, para passar as férias em casa da mãe.

 

 

No caminho planeia passar por Salt Lake City para dar boleira à sua amiga Venna – Leelee Sobieski, que ele espera que venha a ser mais do que só amiga.

 

Contudo, antes de chegar a Salt Lake City, Lewis tem uma paragem imprevista. A sua consciência força-o a fazer uma paragem inesperada para ir buscar o seu irmão mais velho, Fuller – Steve Zahn, à cadeia.

 

 

No caminho Fuller convence Lewis a comprar um rádio CB “Citizen Band Radio” (uma forma pré-histórica de internet) e com ele ambos vão-se divertindo com os camionistas na estrada.

 

No entanto, vamos percebendo que Fuller é um íman de problemas e pensa que consegue sempre safar-se das situações ileso, despreocupadamente, sacudindo sempre as suas responsabilidades.

 

No meio destas brincadeiras, os irmãos acabam por marcar um encontro com um camionista – Rusty Nail, num quarto de motel, fazendo-se passar por uma mulher – Candy Cane. Mas como o encontro era fictício, quando Rusty chega ao local e lá encontra um homem que não sabia de nada da história.

 

 

Percebemos assim que Rusty, um solitário lobo da estrada com falta de sensibilidade e à procura de amor, não gosta de brincadeiras e, após um desfecho bastante traumático no quarto de motel, inicia uma procura desenfreada pelos causadores da brincadeira.

 

Num exercício muito bom de thriller e suspense, vemo-nos a temer pela vida dos irmãos e, mais tarde de Venna, que também se vê arrastada para a vingança de Rusty.

 

O suspense é tanto maior porque o realizador nunca nos deixa ver a cara de Rusty, somente conhecemos a sua imponente figura, a sua voz assustadora e o seu enorme camião.

 

 

O filme é assim baseado em diferentes cenas de ação de alta tensão, onde Rusty persegue os irmãos através das estradas secundárias da América rural.

 

A realização de John Dahl é bastante competente, com um argumento bem construído, composto de personagens credíveis, numa história tipicamente americana de adolescência inconsequente e imatura.

 

Joyride acaba por ser um thriller puro, de primeira classe, e uma agradável surpresa um exercício de visionamento que começou com expectativas baixas. É um filme onde podemos ser assustados (algumas publicações classificam-no como sendo de terror) e ao mesmo tempo desfrutar de um humor bem construído sem que toda a história descambe para o ridículo.

 

A ver com toda a certeza!!!!!

 

 

 

Viver e Morrer em Los Angeles

Numa viagem nostálgica pelo cinema de ação, o Sessão da Meia Noite vai hoje comentar um filme da melhor década do século XX – os fabulosos anos 80.

 

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To Live and Die in L.A. – Viver e Morrer em Los Angeles, 1985, de William Friedkin, com William L. Petersen, Willem Dafoe, John Pankow, Debra Feuer, Dean Stockwell.

 

Este filme é um bom exemplo de um tema que foi muito explorado na década de 80 do século XX pelos grandes estúdios de Hollywood e com bastante sucesso: crime e ação.

 

Baseado num romance de Gerald Petievich, adaptado para o cinema pelo realizador William Friedkin, o argumento remete-nos para o universo policial de Los Angeles. Neste submundo violento uma equipa de detetives do Serviço Secreto persegue um criminoso notório Eric Masters (Willem Dafoe), pelos crimes de produção e tráfico de dinheiro falso e, mais tarde, assassínio.

 

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Como é normal neste tipo de filmes, um dos detetives da equipa de investigação – Richard Chance (interpretado por William L. Petersen) tem um rancor antigo para com Masters, uma vez que este assassinou o seu antigo parceiro.

 

O argumento navega pelos procedimentos policiais dos Serviços Secretos e atravessa o atropelo pelas regras de conduta em nome da justiça (ou será mais qualquer coisa…), num filme carregado de muito boas sequências de ação, perseguições a alta velocidade e interpretações dignas de referência.

 

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William L. Petersen, agora popularizado pelo papel de Gil Grissom em C.S.I., desenvolve a sua personagem muito livremente tendo como resultado um detetive que procura emoções fortes, por vezes até radicais, muito versátil fisicamente, destemido e algo irresponsável, com o sentido de justiça toldado pela vingança.

 

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O tema Crime e Ação tem sido muito explorado pelas empresas de produção, e alguns exemplos disso são a saga de “O Caça-Polícias” com Eddie Murphy e “Os Reis da Rua” com Keanu Reeves, já comentado aqui no Sessão da Meia Noite.

 

Este é um filme que merece o tempo despendido pelas interpretações e pelas cenas de ação, fortalecido pelo facto de William Friedkin ter já provas dadas da sua qualidade, pela realização do muito bom (e até oscarizado) filme “Os Incorruptíveis Contra a Droga” de 1971 com Gene Hackman.

 

 

 

The Gold Rush - A Quimera do Ouro

Numa volta pelos clássicos dos primórdios do cinema, o Sessão da Meia Noite comenta hoje “A Quimera do Ouro” de Charlie Chaplin.

 

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The Gold Rush – A Quimera do Ouro, 1925, de Charlie Chaplin, com Charlie Chaplin, Mack Swain, Tom Murray, Georgia Hale.

 

Este clássico faz parte da lista dos 250 filmes com pontuação mais elevada no IMDb, demonstrando assim a sua intemporal qualidade.

 

O mestre do humor do cinema mudo Charlie Chaplin, escreve e realiza esta obra de humor sobre a febre do ouro no Klondike, Alasca, nos Estados Unidos da América na primeira metade do século XX.

 

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Chaplin faz aqui o papel de um prospetor de ouro solitário que, na sua demanda pelo vil metal, se vê envolvido com diversas personagens de natureza e moral duvidosas, também elas tentando encontrar ouro e enriquecer.

 

Pelo caminho apaixona-se pela bela Georgina – interpretada por Georgina Hale, que a todo o custo tenta conquistar.

 

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Esta aventura no meio do Alasca gelado é mais uma demonstração do génio cómico de Chaplin que, através do ridículo e do improvável faz com que os espetadores, 91 anos após o lançamento original do filme, ainda se riam com vontade e satisfação, confirmando a verdadeira genialidade sem data de Charlie Chaplin.

 

Já na altura a sua qualidade foi reconhecida com a nomeação de A Quimera do Ouro para dois Óscares para melhor som e melhor música.

 

Quando achar que está farto de tudo o que o cinema de hoje tem para oferecer, entre tiros, naves, efeitos especiais, pancadaria e argumentos sem história, esta é uma excelente opção para relembrar a qualidade que o cinema pode e deve ter.

 

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