Serenity & Firefly
Hoje o Sessão da Meia Noite vai comentar um filme que, peculiarmente, é o último capítulo de uma série de televisão.
Serenity, 2005, de Joss Whedon, com Nathan Fillion, Gina Torres, Chiwetel Ejiofor, Ajan Turdyk, Morena Bacarin, Adam Baldwin, Summer Glau, Jewel Staite.
Para falar do filme Serenity, temos de primeiro abordar a série Firefly.
Firefly é uma série de televisão da cadeia FOX Broadcasting Company, criada por Joss Whedon que também foi criador ou argumentista das séries Buffy A Caçadora de Vampiros, Angel e dos filmes Toy Story Os Rivais (1995) e Alien O Regresso (1997).
Estreada nos E.U.A. a 20 de setembro de 2002 (e somente com 11 episódios), Firefly é uma série que, à falta de melhor descrição, mistura ficção científica com western.
Numa realidade a 500 anos no futuro, seguimos a história da tripulação renegada de uma pequena nave da classe firefly chamada Serenity, e as suas tentativas de sobreviver à margem da lei estabelecida (a Aliança), viajando de e para diferentes partes da galáxia, tentado a sua sorte nos negócios disponíveis.
Esta série teve muito boa aceitação pela crítica, tendo vencido um Emmy para melhores efeitos visuais numa série, além de diversas nomeações noutras categorias. Contudo, não vingou por falta de apoio através da cadeia de distribuição que a “sabotou” com horários impossíveis e episódios fora de sequência.
O Sessão da Meia Noite descobriu estes dois títulos quando procurava por trabalhos de Nathan Fillion que, para os mais desatentos, é o protagonista da série da ABC Castle (muito apreciada no Sessão da Meia Noite).
Serenity é uma longa-metragem que, na prática, funciona como o último episódio da saga Firefly.
O cancelamento precoce da série pelos executivos da FOX, que nem sequer exibiu os 3 últimos episódios, levou os produtores à decisão de fazer uma longa-metragem a concluir a história do Capitão Malcolm 'Mal' Reynolds (Nathan Fillion) e da tripulação da Serenity, com o material disponível e não exibido.
Tanto a série como o filme são obras de culto para o seu público-alvo, não muito grande (especialmente em Portugal), dos apreciadores de ficção cientifica e westerns. Tanto mais porque ambos os trabalhos não tiveram distribuição comercial em Portugal.
De qualquer modo, temos uma série de ficção cientifica diferente, onde o focus do argumento não está só nas naves, nos tiros e nos efeitos especiais, mas nas diferentes realidades de cada um dos territórios visitados, com os seus problemas políticos, bem como a complexidade moral das personagens, que não são apenas pilotos fantoche.
Diga-se que o futuro retratado é um pouco diferente das realidades da Guerra da Estrelas ou do Caminho das Estrelas. Aqui o acesso à evolução tecnológica tem custos muito elevados, e só está disponível para alguns.
Assim vemos uma tripulação de renegados, a tentar sobreviver à custa de contrabando espacial, sempre com um sentido de entreajuda e de “do the right thing”, lutando contra as injustiças e os ditadores (será demasiado cliché !!??).
Apesar de serem de 2002/2003, ambos os títulos continuam atuais, com efeitos especiais muito bons e grandes atuações. Nathan Fillion não desilude no seu humor e boa disposição, muito próximo do que vemos em Castle.
É uma obra de ficção cientifica obrigatória para os fãs hardcore, elaborada com muito humor e boas interpretações, onde um conjunto de bons atores, alguns desconhecidos, mostra como se pode fazer um excelente trabalho, sem nomes sonantes ou orçamentos bilionários.