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Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Star Wars Rogue One - Mads Mikkelsen

O Sessão da Meia Noite continua a acompanhar a pré-produção do próximo filme do universo Star Wars. Star Wars Rogue One tem estreia mundial marcada para 15 de dezembro de 2016.

 

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Soube-se esta semana mais um pormenor sobre um dos atores mais marcantes da equipa de Rogue One – o ator holandês Mads Mikkelsen.

 

A sua postura intensa e carismática leva-o a fazer papéis de vilões, com uma presença psicológica muito forte e determinada, como foi possível observar no filme da saga James Bond de 2006 – Casino Royale no vilão Le Chiffre, ou na séria da NBC Hannibal como Hannibal Lecter.

 

No entanto, ao contrário do que se pensava, Mikkelsen em Rogue One será o pai de Jyn Erso – a protagonista Felicity Jones, um dos “bons” ao que parece.

 

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Jyn Erso é uma mulher forte que lidera um grupo de guerreiros na busca pelos planos da Estrela da Morte (Death Star), essenciais para os avanços da resistência na sua luta contra o Império (como vimos em Star Wars de 1977).

 

Cronologicamente, a história de Star Wars Rogue One está entre Star Wars III – A Vingança dos Sith e Star Wars IV – Uma Nova Esperança.

 

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Serenity & Firefly

Hoje o Sessão da Meia Noite vai comentar um filme que, peculiarmente, é o último capítulo de uma série de televisão.

 

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Serenity, 2005, de Joss Whedon, com Nathan Fillion, Gina Torres, Chiwetel Ejiofor, Ajan Turdyk, Morena Bacarin, Adam Baldwin, Summer Glau, Jewel Staite.

 

Para falar do filme Serenity, temos de primeiro abordar a série Firefly.

 

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Firefly é uma série de televisão da cadeia FOX Broadcasting Company, criada por Joss Whedon que também foi criador ou argumentista das séries Buffy A Caçadora de Vampiros, Angel e dos filmes Toy Story Os Rivais (1995) e Alien O Regresso (1997).

 

Estreada nos E.U.A. a 20 de setembro de 2002 (e somente com 11 episódios), Firefly é uma série que, à falta de melhor descrição, mistura ficção científica com western.

 

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Numa realidade a 500 anos no futuro, seguimos a história da tripulação renegada de uma pequena nave da classe firefly chamada Serenity, e as suas tentativas de sobreviver à margem da lei estabelecida (a Aliança), viajando de e para diferentes partes da galáxia, tentado a sua sorte nos negócios disponíveis.

 

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Esta série teve muito boa aceitação pela crítica, tendo vencido um Emmy para melhores efeitos visuais numa série, além de diversas nomeações noutras categorias. Contudo, não vingou por falta de apoio através da cadeia de distribuição que a “sabotou” com horários impossíveis e episódios fora de sequência.

 

O Sessão da Meia Noite descobriu estes dois títulos quando procurava por trabalhos de Nathan Fillion que, para os mais desatentos, é o protagonista da série da ABC Castle (muito apreciada no Sessão da Meia Noite).

 

Serenity é uma longa-metragem que, na prática, funciona como o último episódio da saga Firefly.

 

O cancelamento precoce da série pelos executivos da FOX, que nem sequer exibiu os 3 últimos episódios, levou os produtores à decisão de fazer uma longa-metragem a concluir a história do Capitão Malcolm 'Mal' Reynolds (Nathan Fillion) e da tripulação da Serenity, com o material disponível e não exibido.

 

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Tanto a série como o filme são obras de culto para o seu público-alvo, não muito grande (especialmente em Portugal), dos apreciadores de ficção cientifica e westerns. Tanto mais porque ambos os trabalhos não tiveram distribuição comercial em Portugal.

 

De qualquer modo, temos uma série de ficção cientifica diferente, onde o focus do argumento não está só nas naves, nos tiros e nos efeitos especiais, mas nas diferentes realidades de cada um dos territórios visitados, com os seus problemas políticos, bem como a complexidade moral das personagens, que não são apenas pilotos fantoche.

 

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Diga-se que o futuro retratado é um pouco diferente das realidades da Guerra da Estrelas ou do Caminho das Estrelas. Aqui o acesso à evolução tecnológica tem custos muito elevados, e só está disponível para alguns.

 

Assim vemos uma tripulação de renegados, a tentar sobreviver à custa de contrabando espacial, sempre com um sentido de entreajuda e de “do the right thing”, lutando contra as injustiças e os ditadores (será demasiado cliché !!??).

 

Apesar de serem de 2002/2003, ambos os títulos continuam atuais, com efeitos especiais muito bons e grandes atuações. Nathan Fillion não desilude no seu humor e boa disposição, muito próximo do que vemos em Castle.

 

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É uma obra de ficção cientifica obrigatória para os fãs hardcore, elaborada com muito humor e boas interpretações, onde um conjunto de bons atores, alguns desconhecidos, mostra como se pode fazer um excelente trabalho, sem nomes sonantes ou orçamentos bilionários.

 

 

The Lady in the Van - A Senhora da Furgoneta

Com estreia nacional a 17 de março, hoje o Sessão da Meia Noite fala de “A Senhora da Furgoneta”.

 

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The Lady in The Van – A Senhora da Furgoneta, 2015, de Nicholas Hytner, com Maggie Smith, Alex Jennings, Jim Broadbent.

 

“A Senhora da Furgoneta” conta a história, baseada em fatos reais, da amizade entre Alan Bennett (Alex Jennings) e Miss Mary Shepherd (Maggie Smith), uma excêntrica sem-abrigo que vivia na sua furgoneta e que circulava e estacionava nas ruas de um bairro de classe média alta de Londres – Camden, nos anos 1970s.

 

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Esta amizade teve origem num sentimento de consciência social e ajuda aos mais necessitados de Alan, que os seus vizinhos não partilhavam. Esta relação algo especial faz com que Miss Mary acabe por estacionar a sua furgoneta no acesso da garagem de Alan, e aí ficar por 15 anos, usando e abusando da paciência e instalações sanitárias da casa de Alan.

 

Alan é um argumentista de peças de teatro, medianamente famoso, que os seus vizinhos pseudocultos e snobes tentam sempre menosprezar. Interpretado por Alex Jennings, desemprenha o papel de duas personagens diferentes, sendo uma o argumentista e outra o homem que gere todos os restantes aspetos da sua vida.

 

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É interessante ver as cenas em que Alex faz os dois papéis, como se de um casal se tratasse, em conversas com dois pontos de vista diferentes.

 

Com o desenvolvimento da história percebemos que Miss Mary é na realidade Margaret Fairchild, uma antiga aluna sobredotada do pianista Alfred Contot. Apreendemos que ela viveu uma vida cheia de acontecimentos mas que acaba por sofrer por causa da sua maneira diferente de ver a vida.

 

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Internada numa instalação psiquiátrica pelo irmão, Miss Mary acaba por fugir, numa furgoneta e, no decorrer da fuga, teve um acidente com uma mota que ela sempre pensou ser de sua responsabilidade.

 

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Por este “pecado” ela frequentemente se “confessa”ao padre, interpretado por Jim Broadbent, numa tentativa de amenizar a sua culpa, mas sempre com os seus sarcasmos, característicos de quem não acredita muito na igreja.

 

Enfim, trata-se de um filme com grandes interpretações de Dame Maggie Smith (nomeada para um globo de ouro) e Alex Jennings, com um excelente ator secundário a suportar a historia – Jim Broadbent, num drama sobre os problemas da terceira idade e o fenómeno dos sem-abrigo.

 

Não é um filme generalista que agrade a todos os públicos mas o Sessão da Meia Noite saiu da sessão satisfeito pelas interpretações e pela competente realização de uma história real, dramática, mas ao mesmo tempo enternecedora, que nos leva a acreditar que as boas almas ainda existem e que vale a pena sempre ajudar quem precisa.

Exposed (Daughter of God) - Anjos e Sombras

Vai estrear a 5 de Maio mais um título com Keanu Reeves que o Sessão da Meia Noite já viu.

 

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Exposed (Daughter of God) – Anjos e Sombras, 2016, de Declan Gale, com Ana de Armas, Keanu Reeves, Christopher McDonald, Mira Sorvino.

 

Este filme foi classificado como um mistério dramático e desenvolve a história do detetive de polícia Galban (Keanu Reeves) que encontra o seu parceiro e amigo de longa data assassinado no metro.

 

Com este ponto de partida, o detetive passa a dedicar os seus esforços em desvendar o crime e encontrar os culpados, num vislumbre de vingança.

 

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No entanto, e como era de esperar, este caminho vai leva-lo a ter que lidar com os seus demónios passados, através do mundo da corrupção policial.

 

Com os caminhos a serem barrados, a sua única pista é uma mulher, Isabel (protagonizada por Ana de Armas), que poderá ter assistido à ocorrência.

 

Contudo, Isabel começa a ter episódios de visões “divinas” que não sabe interpretar mas que o futuro mostrará que também são demónios do seu passado.

 

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Este filme tinha tudo para ser uma dramatização muito boa sobre a violência infantil e corrupção policial mas, as alterações a que foi sujeito em produção removeram-lhe a identidade criada pelo realizador e tornaram-no numa simples colagem de momentos na vida das personagens, sem continuidade ou consistência ao longo da história.

 

Originalmente, o argumento tinha a pretensão de ser um drama bilingue, focado no abuso infantil, violência contra mulheres e violência policial com motivações raciais.

 

No entanto, o filme foi vendido à distribuidora Lionsgate Premiere como um thriller policial protagonizado por Keanu Reeves.

 

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Como a obra não era exatamente aquilo que o estúdio pretendia, esta foi editada consecutivamente mudando o focus da história para a personagem de Keanu Reeves.

 

Devido a todas estas mudanças, o realizado do filme – Gee Malik Linton, requereu judicialmente que o seu nome fosse retirado do filme, sendo este apresentado com o realizador Declan Gale – um pseudónimo.

 

Até o nome original do filme “Daughter of God” foi alterado para “Exposed”.

 

Todas estas alterações, executadas à revelia do realizador, resultaram numa obra de qualidade duvidosa, mas que tinha muito potencial como thriller psicológico.

 

Era um filme em que o Sessão da Meia Noite tinha muitas expectativas e que ficou um pouco aquém das suas expectativas devidos aos problemas de pós-produção.

 

Há uma expressão em inglês que é normalmente utilizada para os filmes violentos mas que aqui também se pode aplicar “Viewer Discretion is Advised”.

 

 

Point Break - Caçadores de Sonhos

Por norma, uma coisa que não apreciamos muito no Sessão da Meia Noite são remakes, especialmente de filmes cuja versão original foi muito apreciada.

 

Parece que os grandes estúdios não têm ideias novas e isso verifica-se nos negócios de distribuição que são feitos nos principais festivais independentes, mas isso é outra conversa …

 

Com as devidas reticências, e no campo dos remakes, analisamos hoje Point Break (2015).

 

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Point Break – Caçadores de Sonhos, 2015, de Ericson Core, com Edgar Ramirez, Luke Bracey, Ray Winstone.

 

Este filme é um remake de um filme de culto Point Break – Ruptura Explosiva, 1991, de Kathryn Bigelow, com Patrick Swayze e Keanu Reeves nos principais papéis, e pega nas mesmas personagens e no mesmo tema central – os desportos radicais, mas desenvolve toda uma nova narrativa na perspetiva dos eco-guerreiros que adotam posturas antissistema.

 

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Ericson Core foca a sua história nos feitos extraordinários de uma equipa de atletas radicais (extreme sports athletes), protagonizados por Edgar Ramirez no papel de Bodhi e Luke Bracey como Jonhny Utah, que as autoridades acreditam ser responsáveis por diversos crimes de elevada notoriedade e com alto impacto na economia global.

 

Jonhny Utah é, ou era, um atleta radical, que vira agente do FBI e que, com a sua maneira de pensar “out of the box” na análise das circunstâncias dos diversos crimes, descobre as ligações e semelhanças entre as ocorrências aparentemente sem qualquer ponto em comum.

 

Este filme, ainda que dedicado a um público-alvo específico e algo restrito, consegue criar uma identidade própria, independente do filme original, de tal modo que não envergonha a sua matriz.

 

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Onde o filme de 1991 vivia da ligação carismática entre Patrick Swayze e Keanu Reeves, aqui os desportos radicais e as sensações extremas que estes provocam são o focus principal que dá fluidez ao argumento.

 

As cenas de ação são muito absorventes e cativantes, transportando o espetador para o meio das ondas gigantes do Tahiti, para os céus do Tirol na Áustria ou para a Gruta das Andorinhas na selva Mexicana.

 

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Este filme é completamente independente do filme de 1991, revelando uma identidade diferente onde só os personagens são os mesmos. Curiosamente, alguns dos atores que faziam parte do gang dos presidentes no filme original, fizeram pequenos papéis neste filme, numa homenagem merecida.

 

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A forma como o filme está construído, assim como os assuntos focados, fazem dele, à semelhança do original, uma obra com baixo reconhecimento nas bilheteiras, mas com potencial para se tornar um filme de culto no meio cinéfilo aficionado dos desportos radicais e das sensações extremas.

 

Trata-se de um filme muito competente e bem executado, em que a narrativa faz sentido, não deixando pontas soltas, que vale a pena ver pelas personagens, pelos desportos radicais e pelas paisagens lindíssimas.

 

Tem a pontuação de 5,4 no IMDb, que nos parece demasiado baixa, e que certamente irá prejudicar a performance de Point Break no setor doméstico.

 

 

O Diário de uma Adolescente

Estreou no dia 24 de março de 2016 o filme O Diário de Uma Rapariga Adolescente, um filme de 2015, e que o Sessão da Meia Noite já viu.

 

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The Diary of a Teenage Girl – O Diário de Uma Rapariga Adolescente, 2015, de Marielle Heller, com Bel Powley, Alexander Skarsgard, Kristen Wiig.

 

Este filme é sobre a vida de uma adolescente Minnie Goatze (Bel Powley), uma aspirante a cartoonista, no São Francisco de 1975, no meio do movimento Flower Power, acompanhando a sua iniciação sexual, de um modo por vezes demasiado provocador e frontal, pouco transversal para todas as audiências.

 

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O cerne das experiências de Minnie é a relação física que esta cria com Monroe (Alexander Skarsgard), o namorado de sua mãe, que se aproveita da onda experimentalista de Minnie para se divertir um pouco, à margem da mãe de Minnie, sem grandes regras.

 

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Numa boa performance de Kristen Wiig como Charlotte Goatze – a mãe ausente e festivaleira, que tem uma postura de amiga em vez de mãe, sem estabelecer regras, o que leva Minnie numa descoberta ao seu livre arbítrio.

 

Bel Powley faz a construção da sua personagem de um modo muito semelhante à patine da época, ajudada por uma boa fotografia e pelas escolhas de realização, essencialmente no modo como os cartoons servem para potenciar os avanços na história.

 

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A protagonista britânica está muito bem no papel de uma jovem americana de 15 anos, à descoberta da vida, sem restrições, preocupada somente com o desenvolvimento das suas bases criativas, incluindo para tal a utilização de drogas.

 

Minnie acaba por usar Monroe com se também ele fosse uma droga, com o objetivo de testar novas sensações, novas experiências.

 

Aliás, aqui podemos observar uma inversão dos papéis de dominador e dominado na relação física entre ambos, uma vez que Minnie assume a iniciativa, com a determinação de adolescente aventureira, de um modo que quase chaga ao abuso.

 

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A construção e desenvolvimento do argumento não fazem qualquer julgamento de valor acerca dos comportamentos dos personagens, deixando essa liberdade aos espetadores, num exercício curioso sobre a juventude de São Francisco nos anos 70.

 

É um filme sem grandes preconceitos, com uma narrativa fora do normal, muito frontal, quase gráfica, num exercício que não é fácil de compreender, o que prejudica o seu desempenho comercial no mainstream, reduzindo assim a sua aceitação pelo público.

 

 

Street Kings - Os Reis da Rua

Há alguns protagonistas no meio cinéfilo que nós no Sessão da Meia Noite apreciamos e cujo trabalho tentamos seguir ao máximo. Um ator que cai nessa categoria é Keanu Reeves e o filme que o Sessão da Meia Noite viu recentemente chama-se Street Kings.

 

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Street Kings – Os Reis da Rua, 2008, de David Ayer, com Keanu Reeves, Forest Whitaker, Hugh Laurie, Naomie Harris.

 

Neste filme policial de ação, Keanu Reeves é o detetive Tom Ludlow, um polícia com reputação de métodos questionáveis, que tem por hábito contornar as regras de modo a obter os resultados pretendidos.

 

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Com uma vertente de vigilante muito evidenciada, os métodos de Tom Ludlow levam-no a desconfiar de algumas coincidências de casos em aberto, o que o leva a aprofundar as suas investigações, ignorando os conselhos dos colegas e as ordens do seu superior, personificado em Jack Wander – Forest Whitaker, atual capitão de polícia e antigo parceiro de Tom.

 

A causa justiceira de Tom Ludlow é seguida de perto por Capitão James Biggs – Hugh Laurie (aqui não tão caustico como em Dr. House), das investigações internas “Internal Affairs”, sempre tentando obter provas para o apanhar em falso.

 

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Num encontro “fortuito” entre Tom e o detetive Terrence Washington numa loja de conveniência, estes sofrem um atentado e Terrence é assassinado.

 

A partir deste ponto Tom começa a procurar intensamente os responsáveis pelo atentado. Esta busca vai leva-lo aos meandros da corrupção policial patrocinada por um amigo e colega polícia, levantando diversas questões morais a Tom sobre que atitude tomar.

 

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Este filme é mais um opus do cinema policial do realizador David Ayer e dos argumentistas James Ellroy e Kurt Wimmer, também responsáveis pelo excelente filme Dia de Treino “Training Day” de 2001.

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Neste caso o argumento não está ao mesmo nível, pois há diversas pontas da história que parecem importantes mas revelam-se inconsequentes sem explicação. Contudo, estamos perante um filme muito bom, onde Keanu Reeves e Forest Whitaker brilham como usualmente, e onde também podemos ver um pouco do génio britânico de Naomie Harris, no papel da viúva de Terrence.

 

Estreado em Portugal a 5 de junho de 2008, teve uma carreira fugaz nas salas de cinemas, tendo obtido algum êxito essencialmente em home-cinema e mais tarde em streaming.

 

Quem gostou de Training Day vai certamente querer ver Street Kings.

 

 

Prémios Sophia 2016 - Nomeados

Seria uma enorme falha do Sessão da Meia-noite falar de alguns dos prémios e festivais de cinema internacionais não falar dos nacionais.

 

 

Os prémios mais reconhecidos pelos profissionais do cinema nacional são anualmente entregues pela Academia Portuguesa de Artes e Ciências Cinematográficas, numa cerimónia anual que ocorre desde 2012. 

 

Originalmente a primeira edição da cerimónia deveria ter ocorrido a 30 de setembro de 2012 mas, por razões de ordem burocrática e financeira, teve que ser adiada. Assim, a 26 de novembro de 2012 foram atribuídos os primeiros prémios, ainda que num modo experimental, sem categorias discriminadas, com a referência de Prémios Carreira.

 

Nesta primeira edição foram distinguidos a atriz Isabel Ruth, o realizador António Macedo e o produtor António da Cunha Teles.

 

Em 2013 já a distinção seguiu o modelo tradicional dividido em vinte categorias. Algumas das categorias apresentadas são: melhor filme, realizador, ator e atriz, banda sonora, fotografia, argumento original e adaptado, curta-metragem, documentário e filme estrangeiro.

 

O nome escolhido para os galardões foi Prémios Sophia em homenagem à poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen, assim como pelo facto de a palavra significar “sabedoria”.

 

Ao longo dos anos foram galardoados diversos filmes como Tabu, A Última Vez Que Vi Macau, Os Gatos Não têm Vertigens; atores como Anabela Teixeira, Dalila Carmo, Beatriz Batarda, Adriano Luz, Maria do Céu Guerra, Maria João Pinto, João Perry, João Jesus ou Albano Jerónimo; realizadores como João Salavisa, Joaquim Leitão. José Fonseca e Costa ou António Pedro Vasconcelos; músicos como Rodrigo Leão, Legendary Tigerman, Rita Redshoes ou Ana Moura, entre muitos outros.

 

Dando continuidade a este projeto, está agendada para o próximo dia 13 de maio a entrega dos Prémios Sophia 2016, numa cerimónia a decorrer no Centro Cultural de Belém.

 

Os nomeados foram apresentados ontem pela Academia e são os seguintes:


Melhor Filme

Amor Impossível de António-Pedro Vasconcelos, MGN FILMES

Montanha de João Salaviza, Filmes do Tejo II

Yvone Kane de Margarida Cardoso, Filmes do Tejo II

As Mil e Uma Noites - Volume 2, O Desolado de Miguel Gomes, O Som e a Fúria

 

Melhor Atriz Principal

Vitória Guerra - Amor Impossível

Beatriz Batarda - Yvone Kane

Isabel Ruth - Se eu Fosse Ladrão, Roubava

Soraia Chaves - Amor Impossível


Melhor Ator Principal

José Mata - Amor Impossível

Gonçalo Waddington - Capitão Falcão

Adriano Luz - As Mil e Uma Noites – Volume 1, O Inquieto

David Mourato - Montanha

 

Melhor Argumento Original

João Salaviza - Montanha

Margarida Cardoso - Yvone Kane

Tiago R. Santos - Amor Impossível

João Leitão e Nuria Leon Bernardo - Capitão Falcão


Melhor Fotografia

João Ribeiro - Yvone Kane

André Szankowski - Cosmos

Miguel Sales Lopes - Amor Impossível

Acácio de Almeida - Se eu Fosse Ladrão, Roubava

 

Melhor Direção Artística

Ana Vaz - Yvone Kane

Nuno Tomaz, Mário Melo Costa e João Leitão - Capitão Falcão

Clara Vinhais - Amor Impossível

Rui Alves - O Pátio das Cantigas


Melhor Documentário em Longa-Metragem

Pára-me de Repente o Pensamento de Jorge Pelicano

Volta à Terra de João Pedro Plácido

Alto Bairro de Rui Simões

Portugal - Um Dia de Cada Vez de João Canijo e Anabela Moreira

 

Melhor Documentário em Curta-Metragem

Atopia de Luís Azevedo e Alexandre Marinho

Fora da Vida de Filipa Reis e João Miller Guerra

A Torre de Salomé Lamas

Africa Abençoada de Aminata Embalo

Melhor Maquilhagem e Cabelos

Emmanuelle Fèvre e Ramona - Yvone Kane

Helena Gonçalves e Raquel Laranjo - Capitão Falcão

Susana Correia e Sandra Meleiro - Amor Impossível

Iris Peleira - Cosmos

 

Curta-Metragem de Animação

Amélia & Duarte de Alice Guimarães e Mónica Santos

Nossa Senhora da Apresentação de Abi Feijó

Vígil de Rita Cruchinho Neves

O Campo à Beira Mar de André Ruivo

Melhor Atriz Secundária

Maria D’Aires - Amor Impossível

Maria João Pinho - Montanha

Lia Carvalho - Amor Impossível

Carla Chambel - Se eu Fosse Ladrão, Roubava

 

Melhor Ator Secundário

Carlos Malvarez - Amor Impossível

José Martins - Amor Impossível

David Chan Cordeiro - Capitão Falcão

José Pinto - Capitão Falcão

 

Melhor Realizador

Margarida Cardoso - Yvone Kane

António-Pedro Vasconcelos - Amor Impossível

João Salaviza - Montanha

Miguel Gomes - As Mil e Uma Noites - Volume 2, O Desolado

 

Melhor Som

Vasco Pedroso, Branko Neskov e Elsa Ferreira - Amor Impossível

Hugo Leitão - Capitão Falcão

Olivier Blanc - Montanha

Elsa Ferreira e Pedro Ricardo Nunes - Yvone Kane

 

Melhor Guarda Roupa

Isabel Quadros - Capitão Falcão

Nádia Henriques - Yvone Kane

Silvia Grabowski e Lucha D’Orey - As Mil e Uma Noites - Volume 2, O Desolado

Mia Lourenço - Amor Impossível

 

Melhor Montagem

João Braz - Yvone Kane

Pedro Ribeiro - Amor Impossível

Edgar Feldman e João Salaviza - Montanha

Mário Melo Costa - Capitão Falcão

 

Melhor Banda Sonora Original

José M. Afonso - Amor Impossível

Pedro Marques - Capitão Falcão

Norberto Lobo - Montanha

Nuno Malô - O Pátio das Cantigas

 

Prémio Sophia Estudante

Afrodite de Gonçalo Nobre de Almeida

Ghiocel de Mara Ungureanu

Terra Mãe de Ricardo Couto

Palhaços de Pedro Crispim

 

Melhor Curta-Metragem de Ficção

O Rebocador de Jorge Cramez

Rampa de Margarida Lucas

Aula de Condução de André Santos e Marco Leão

A Glória de Fazer Cinema em Portugal de Manuel Mozos

Rogue One - Teaser Trailer

Foi divulgado hoje o teaser trailer de mais uma obra da saga Star Wars. Trata-se de Rogue One A Star Wars Story com data de lançamento prevista para 11 de dezembro de 2016.

 

 

Este filme constitui mais um pouco das crónicas de Star Wars (Guerra das Estrelas), sendo que a história se posiciona entre os filmes Star Wars III e IV, numa altura em que a resistência intergaláctica começa a ganhar força nas sabotagems ao Império.

 

Poucas certezas temos acerca do argumento, contudo sabe-se que a história gira à volta de um grupo de rebeldes que fica incumbido do roubo dos planos da primeira Death Star.

 

As primeiras imagens reveladas mostram Felicity Jones como uma rebelde a quem é dada a hipótese de contribuir para a resistência, em vez de ser condenada pelos seus crimes. Também aparece Diego Luna no papel de um protagonista da resistência e Forrest Whitaker como lider tribal.

 

Do lado do Império temos Mads Mikkelsen num papel ainda desconhecido e existem rumores sobre a participação de Darth Vader.

 

A ver vamos!!!! Aguardamos ansiosamente o lançamento de mais novidades!!    

The Revenant - O Renascido

O filme da lista dos Óscares de 2016 mais aguardado pelo Sessão da Meia Noite é The Revenant – O Renascido.

 

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The Revenant – O Renascido, 2015, de Alejandro González Iñarritu, com Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Will Poulter, Domhnall Gleeson, Lukas Haas.

 

Este filme é uma aventura biográfica e dramática sobre a vida do lendário descobridor do Oeste Americano Hugh Glass, mais concretamente sobre o episódio em que este é atacado por um urso pardo.

 

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Hugh Glass é uma figura obrigatória no folclore Norte-Americano, por se tratar de um sobrevivente que venceu a adversidade dos elementos e dos Homens, tendo-se tornado uma lenda no seu próprio tempo.

 

Curiosamente, o protagonistada história supõe-se ter sido um pirata que, a dada altura, decide trocar as aventuras no mar pelas viagens no Oeste Selvagem, tornando-se um especialista como guia e caçador de peles.

 

O filme é baseado nos relatos das suas aventuras, numa altura em que estava integrado numa equipa de caçadores de peles no estado do Dakota do Sul.

 

No entanto, o realizador tomou diversas liberdades dramáticas fazendo com que o filme seja um pouco diferente dos relatos reais.

 

Assim, no ano de 1823, quando a equipa de caçadores de peles regressava de uma expedição, Hugh Glass – interpretado brilhantemente por Leonardo DiCaprio, é atacado por um enorme urso pardo fêmea, que estava a proteger as suas crias.

 

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Apesar dos ferimentos muito extensos, este consegue-se defender com uma faca e através da sua fúria e coragem vence a batalha com o urso, ficando no entanto, gravemente ferido.

 

É encontrado pelos seus companheiros que lhe prestam os primeiros socorros (básicos na altura), e tentam continuar a sua viagem até ao forte. Contudo, os ferimentos eram demasiado graves e o chefe da expedição (Domhnall Gleeson), convencido que Hugh não resistiria, pede a dois homens para ficarem com ele até morrer, e assim lhe possibilitar um funeral digno.

 

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Bridger (Will Poulter) e John Fitzgerald (Tom Hardy), permanecem com Hugh, assim como o seu filho mestiço, que também estava na expedição. Por sua vez, John queria sair daquele local o mais rapidamente possível pois estavam em território índio e este queria chegar ao forte para receber o seu pagamento.

 

No meio de uma grande tensão psicológica entre John Fitzgerald e o meio morto Hugh Glass, John acaba por matar o filho de Hugh e convence Bridger de que os índios estavam próximos e que tinham que fugir daquele lugar para se salvarem.

 

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No filme que, até à data, Leonardo DiCaprio tem menos falas, vemo-lo a transmitir as suas sensações e sentimentos pela expressividade do seu rosto e corpo, num misto de dor, raiva e desejo de vingança para quem lhe havia morto o filho e o tinha deixado para morrer.

 

Leonardo DiCaprio tem um desempenho brutal, justificando o Óscar para melhor ator e, toda a sua plenitude, num filme quase todo gravado somente com a luz natural e quase sem efeitos especiais.

 

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Tom Hardy que é um excelente ator, tem um desempenho muito bom no meio das montanhas e da neve, contudo, acaba por ser ofuscado pelo brilhantismo de Leonardo DiCaprio que lhe tira um pouco o tapete. Apesar disso, a sua interpretação valeu-lhe uma nomeação para o Óscar de melhor ator secundário.

 

Iñarritu consegue refutar as teorias daqueles que diziam que Birdman foi uma obra do acaso e que a qualidade do seu trabalho é indiscutível nesta altura.

 

No meio de doze nomeações para Óscares, O Renascido consegue vencer em três categorias: para melhor ator principal, melhor realização e melhor cinematografia; vendo assim reconhecido o sacrifício e dedicação que este trabalho exigiu a todos os seus intervenientes.

 

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É um excelente filme, com uma componente visual muito forte, e até chocante por vezes, devido a violência dos ferimentos de Hugh Glass, sem sombra de dúvida, merece ser visto.

 

 

Virados do Avesso

Era inevitável, e já demorava, então cá vai. O Sessão da Meia Noite comenta o primeiro filme português.

 

Virados do Avesso, 2014, de Edgar Pêra, com Diogo Morgado, Jorge Corrula, Diana Monteiro, Nuno Melo, Marina Albuquerque.

 

Este filme retrata um dos maiores preconceitos sociais presentes na sociedade portuguesa: a homossexualidade.

 

 

A história é muito simples. João Salgado – Diogo Morgado, é um escritor de renome que se encontra numa crise de identidade e consequentemente de escrita. Ele, um escritor de romances de índole homossexual, sendo também ele homossexual, acorda um dia sem se lembrar da sua orientação sexual.

 

Imagine-se a sua estranheza, uma vez que acorda na cama com o seu namorado Carlos Flores, interpretado por um muito cómico Jorge Corrula.

 

Consequentemente ao seu “esquecimento”, a sua situação profissional passa por um momento complicado, atendendo a que por falta de inspiração se vê impossibilitado de terminar o seu último livro.

 

 

Com este ponto de partida vamos observando, num registo cómico, as peripécias de João que tenta ser heterossexual mas que, por falta de prática, tem alguns comportamentos desajustados e que o vão denunciando.

 

O registo escolhido por Edgar Pêra para este filme de comédia ligeiramente romântica e muito comercial, parece-me muito levado ao extremo, algo invulgar neste realizador, onde os gags cómicos, quase todos ligados à sexualidade, são demasiado exagerados e nada verosímeis.

 

Trata-se de um exercício de entretenimento fácil, ligeiro e comercial, mas cujas circunstâncias o fazem pouco realista. Em linguagem popular é demasiado “esticado” para ser levado a sério.