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Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Sessão da Meia Noite

Comentários pessoais e (in)transmissíveis sobre cinema e televisão.

Gone - 12 Horas Para Viver

Este filme teve entrada na minha lista de visualizações por se tratar de um thriller e ter como protagonista a Amanda Seyfried. Apanhei-o na SIC recentemente e aproveitei a oportunidade.

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Gone – 12 Horas para Viver, 2012, de Hector Dhalia, com Amanda Seyfried, Jennifer Carpenter, Wes Bentley e Daniel Sunjata.

 

A história é sobre uma jovem mulher – Jill (Amanda Seyfried), que vive com a sua irmã e que foi vitima recente de um rapto. O raptor manteve-a cativa num buraco escavado numa zona esconsa de uma mata nacional e, só num raro momento em que ele baixou a sua guarda ela conseguiu ganhar uma ligeira vantagem que foi suficiente para escapar.

 

Apesar desta experiência altamente traumática, a polícia não conseguiu prender o raptor nem sequer conseguiu encontrar o local do cativeiro. Esta situação levou inclusivamente ao internamento psiquiátrico de Jill.

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Perante todo este descrédito, Jill iniciou as suas próprias buscas, de modo a provar aos outros e a si mesma que não estava louca, pois teve de lidar com a descrença dos amigos e das forças policiais, assim como da sua própria irmã.

 

O motivo principal da história desenvolve-se numa altura em que, cerca de um ano após o cativeiro, aparece alguêm que inicia uma perseguição psicológica a Jill, que descobrimos mais tarde ser o raptor original (o argumento aqui é tão obvio que isto nem é um spoiler), obsessivamente focado em Jill e na sua recaptura.

 

Este filme parece ter sido uma encomenda dos estudios que, de acordo com os media da especialidade, não permitiram grande liberdade criativa ao realizador, uma vez que nem a protagonista ele pôde escolher.

 

Apesar de tudo o realizador Heitor Dhalia fez um trabalho competente com o argumento que tinha, contudo este deixa muitas pontas soltas na história.É neste ponto que o filme perde o seu potencial, uma vez que existem várias ramificações do argumento que são inconsequentes e não explicadas de todo, o que fez com que eu ficasse a pensar que este filme poderia ter sido bastante melhor.

 

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Vale a pena ver pela performance da Amanda Seyfried que é sempre muito intensa e emotiva, e que praticamente “carrega todo o filme”.

 

 

Outra nota muito agradável é a presença de Jennifer Carpenter no papel da melhor amiga de Jill, numa boa interpretação fora do universo de Debra Morgan em Dexter (apesar do filme ser anterior à série).

 

Em conclusão parece-me um exercício competente para um thriller mas que no geral fica um pouco aquém das expetativas.

 

 

Sonic Highways by Foo Fighters

A minha primeira divergência do tema base deste blog será sobre as séries televisivas. Para tal, eu escolhi fazer o meu comentário acerca de um documentário musical, em episódios, sobre uma das minhas bandas musicais favoritas: Foo Fighters.

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Sonic Highways, 2014, de Dave Grohl, Taylor Hawkins, Pat Smear, Chris Shiflett, Nate Mendel.

 

Este documentário de 8 episódios, homónimo do álbum que deu origem, celebra os vinte anos de carreira dos Foo Fighters de um modo bastante particular. Dave Grohl e companhia decidiram gravar o álbum – Sonic Highways, diferindo do modelo habitual de trabalho em estúdio. Cada uma das oito canções que compõem o disco foram gravadas num ambiente diferente, ou seja, cada uma numa cidade diferente.

 

Deste modo, cada cidade, cada estúdio diferente, cria um ambiente único para o “nascimento” de cada música que se pode verificar ao ouvir o álbum.

Este modo de criação especial serviu de base ao documentário, onde cada cidade mostra a sua história musical, as suas influências e como estas estão presentes nas músicas dos Foo Fighters.

 

Desde Chicago a New York, passando por Washington D.C., Nashville, Austin, Los Angeles, New Orleans e Seattle percebemos um pouco da história musical dos E.U.A, e como ela tem implicações diretas na música criada hoje em dia por artistas dos mais diversos estilos musicais e, obviamente, dos Foo Fighters.

 

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Foram reunidos contributos e comentários dos mais diversos e abrangentes profissionais do meio musical americano como: Rick Rubin, Chris Martin, LL Cool J, Chris Cornell, Duff Mackagan, Joe Walsh, Slash, Nancy Wilson, Pharrell Williams, Emmylou Harris, Joan Jett, Chuck D, Willie Nelson, Bonnie Raitt, Paul Stanley e Barack Obama, entre outros.

 

Este documentário leva-nos a sentir a musicalidade dos diferentes estúdios, a sua beleza e a importância que cada espaço particular tem para um músico e a sua influência no processo criativo.

 

No meio desta ambiência toda, cada música teve ainda participações especiais de artistas locais que contribuíram para tornar ainda mais especial este disco. Pessoalmente destaco a brilhante guitarra elétrica de Joe Walsh dos Eagles em “Outside” e a impressionante guitarra acústica de Zac Brown em “Congregation”.

 

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Tem também especial relevância o episódio sobre Seattle devido à carga emocional subjacente, e diferente dos restantes, uma vez que foca o nascimento e desenvolvimento da cena grunge e, obviamente, um pouco da história dos Nirvana e do suicídio de Kurt Cobain.

 

Este documentário representa um excelente exercício de história da música contemporânea moderna americana, onde nasceram muitas super bandas do século XX, nomeadamente dos anos 80 e 90, onde podemos perceber um pouco das suas raízes e influências.

 

Penso que é um excelente documentário para quem gosta de música e em especial Rock, numa época em que parece que as grandes bandas de Rock estão a desaparecer nos meios de difusão mais comuns, sendo substituídas por produtos em que “basta juntar água e mexer” mais simples ao ouvido.

 

 

Imperdível para fans de Foo Fighters.

“Every city has a sound. Every sound has a Story” Dave Grohl

A Cor da índia -The Darjeeling Limited

Na semana passada, estava a fazer zapping no cabo e encontrei um título que me chamou a atenção pois estava na minha lista “a ver” e tem como realizador Wes Anderson.

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The Darjeeling Limited, 2007, de Wes Anderson com Owen Wilson, Adrien Brody e Jason Schwartzman.

 

A história passa-se toda na Índia e começa com um homem de negócios – Bill Murray, a correr para apanhar um comboio – o Darjeeling Limited. Ele acaba por o perder, mas é ultrapassado por três irmãos que o apanham.

No cerne da história temos esses mesmos três irmãos – Francis (Owen Wilson), Peter (Adrien Brody) e Jack (Jason Schwartzman), os três em estado mais ou menos depressivo, que vivem distânciados afetivamente uns dos outros, após a morte do pai deles há um ano atrás.

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Esta viagem organizada pelo irmão mais velho – Francis, através da India, tinha como objetivo que os três voltassem a estabelecer uma ligação de sangue e, um pouco mais a frente o reencontro com a mãe deles.

 

A dirigir esta história, aparentemente estranha, está Wes Anderson, hábil na criação de uma ambiente fora do normal, cheio de cores vivas e ambientes exóticos, que quase se conseguem cheirar através da tela.

A contribuir para este resultado esteve a viagem de preparação que Wes Anderson fez pela India com os seus co-argumentistas Schwartzman e Roman Coppola, enquanto terminavam o argumento fazendo com que o contexto seja também um personagem.

 

Índia e as suas paisagens e exteriores são apresentados fora da perspectiva turística, numa vertente mais realista, sendo aqui que a fotografia se destaca.

Curiosamente Wes Anderson realizou tambem uma curta metragem que serve de prólogo à história ou pelo menos à parte que diz respeito a Jack. Chama-se Chevalier Hotel – Hotel Chevalier, 2007.

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Percebemos assim mais um pouco sobre a relação conturbada entre Jack e a sua namorada – interpretada por Natalie Portman, e pode-se tirar um pouco mais sobre os porquês da rotura entre ambos.

Este fime é uma obra importante da filmografia de Wes Anderson, vencedor do Leão de Ouro em Veneza e New York Film Critics Online para Melhor Argumento e Top Film of the Year em 2007.

 

É um filme que vale a pena ver não só pelos ambientes criados, mas também pela fotografia e principalmente pelo argumento que envolve as relações complicadas entre irmãos que muitas vezes se perdem com a falta de um dos elementos da famíla.

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E será que Bill Murray consegue apanhar outro comboio?

O Anjo Caído da Música Country - Crazy Heart

Aproveitando a época de prémios cinematográficos decidi recuar um pouco no tempo e ver um vencedor do passado recente nos óscares.

 

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CRAZY HEART, 2009, de Scott Cooper, com Jeff Bridges, Maggie Gyllenhaal, Colin Farrell e Robert Duvall.

 

Este filme conta a história de um cantor/compositor de música country já na fase descendente da sua carreira, alcoólico, sem perspectivas, que conhece uma mulher, mais nova, que lhe dá a volta a cabeça e lhe faz tentar reconectar com a sua vida anterior.

Contudo, e como os vícios são complicados de vencer, é sempre mais fácil deixar-se levar por eles do que lutar e fazer a mudança.

Muitas vezes é necessario a noção de perda de algo muito importante para que se dê o “click” e uma escolha seja inevitável.

 

O argumento de Scott Cooper não é muito profundo mas as performaces de Maggie Gyllenhaal e especialmente Jeff Bridges – que aqui ganhou o seu primeiro óscar para melhor ator, elevam o filme a um nível completamente diferente.

 

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Jeff Bridges tem uma naturalidade imensa no papel, contribuindo para isso o fato de ter interpretado todas as canções do filme. Segundo as críticas da especialidade, sem muito esforço ele teria muito sucesso no mundo da country music.

 

O realizador Scott Cooper opta por construir, nas cenas de exterior, planos alargados, dando um colorido especial e uma substância adicional ao mundo do pequeno cantor country. Gostei especialmente da cena do acidente do nosso herói Bad Blake.

 

Este é o primeiro filme que fez Scott Cooper ser notado como realizador, uma vez que a sua carreira de ator é anterior à de realizador, mas que foi a catapulta para “Para Além das Cinzas” de 2013 e, essencialmente a muito antecipado “Black Mass – Jogo Sujo” de 2015, que ficarão para posts futuros.

 

O filme cumpre todos os requisitos de uma drama romântico com excelentes interpretações que vão desde a desgraça à redenção numa naturalidade aparente sem grandes subterfúgios. Para os fãs de Jeff Bridges e de grandes interpretações este filme é a não perder. E além disso temos a rara oportunidade de ver Robert Duvall a cantar !!!

 

Fica um video de Jeff Bridges ao vivo a cantar a música do filme e que resume perfeitamente toda a história. Para apreciadores e curiosos.

 

 

SPECTRE: James Bond by Sam Mendes 2

Para quem me conhece, não existiriam dúvidas relativamente ao primeiro filme sobre o qual iria apresentar a minha opinião.

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SPECTRE, 2015, de Sam Mendes, com Daniel Craig, Christoph Waltz, Léa Seydoux, Monica Bellucci, Ralph Fiennes, Dave Bautista, etc.

 

SPECTRE, a mais recente aventura do eterno espião James Bond, teve lançamento nacional a 5 de novembro de 2015, é o resultado do desenvolvimento que o universo Bondiano teve desde SKYFALL em 2012, numa saga que já tem 24 títulos ofíciais, além dos não oficiais, mas isso será assunto para o futuro.

 

O argumento de Neil Purvis e companhia para SPECTRE tem mais uma vez James Bond no centro da história, mais precisamente o seu passado e as ligações com alguns acontecimentos da sua juventude. Sam Mendes foi convencido a realizar o seu segundo Bond, atraído pelo argumento e pela liberdade de direção permitida pelos produtores Barbara Broccoli e Michael G. Wilson, e o resultado é mais uma vez excelente.

 

Este filme é o primeiro desta saga onde se podem observar diversas ligações explícitas com osBlofeld Spectre.jpg filmes anteriores, interpretados por Daniel Craig, nomeadamente as ligações com a misteriosa organização Quantum of Solace, a trama relacionada com Vesper Lynd, o Mr. White – interpretado pelo actor Jesper Christensen que faz aqui a sua terceira aparição no mesmo papel, entre outras. 

Também retorna o supervilão Blofeld, numa excelente interpretação do oscarizado Christoph Waltz, secundado na perfidia maligna pelo Mr. HinxDave Bautista, que mais uma vez evidencia que ser lutador de Wrestling não é sinónimo de falta de talento.

 

O líder da super-organização do crime, já anteriormente interpretado por Donald Pleasence, Telly Savalas, Charles Gray e Max von Sydow, tem um objetivo, que se revela ser leitmotif da história, que é a destruição do nosso herói através da eliminação de toda a afetividade e felicidade da sua vida, numa ação prepositada de destruiçao psicológica.

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Tecnicamente o filme não revela qualquer falha de relevo, apresentado no écran a mestria dos profissionais da equipa “James Bond” que os produtores tem conseguido manter mais ou menos uniforme ao longo dos últimos filmes.

O argumento é muito bom, bem ao nível dos últimos filmes. Contudo, analisando o desenvolvimento das histórias no tempo de Daniel Craig, eu prefiro Casino Royale e Skyfall.

Como curiosidade este titulo não faz parte de qualquer das novelas escritas por Ian Fleming – o criador de James Bond, o que faz com que ainda existam 4 titulos não transformados em filme: "The Property of a Lady", "The Hildebrand Rarity", "Risico" e "007 in New York".

 

Como habitualmente temos o génio do mal e a os seus capangas, os brinquedos do agente secreto em que o Aston Martin DB10 é a cereja no topo do bolo, as perseguições com carros, aviões, motas e até a pé.

 

As Bond Girls merecem uma referência pela mestria demostrada nos papéis atribuidos. É uma pena a Monica Bellucci ter um papel tão pequeno mas mesmo assim tem uma presença notavél. Léa Seydoux, faz perfeitamente o salto dos pequenos filmes para um grande blockbuster, ficando até no ar a possibilidade de uma segunda participação.

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Como conclusão digo que este filme não deixa os créditos por mãos alheias sendo um James Bond muito bom mesmo. Para mim está um pouco abaixo do SKYFALL mas também SKYFALL é dos melhores de toda a saga. Fica essa opinião para outra altura.

Eu vi o filme na semana de estreia no cinema IMAX do Colombo e assim tive a oportunidade de experienciar um grande filme de ação num excelente momento de cinema.

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Vejam o James Bond sem preconceitos e digam-me se não se divertem. O cinema também é isso.

 

 

O início de uma nova experiência

 

cinema[1].jpgDesde muito cedo habituei-me a ver cinema.

O início foi na antiga "Casa da Cultura da Quimigal", no Barreiro, onde quase todos os Domingos de manhã assistia à chamada "Sessão Infantil", com os meus amigos e uma quase sempre sala cheia.

Uma sala icónica do Barreiro, onde assisti a clássicos infantis, e outros não tanto, mas que fazia as delicias de todos os que podiam ir. Este ainda era o tempo das grandes salas e dos grandes écrans de visionamento onde era possível ser absorvido pela atmosfera do cinema, na sua aceção mais clássica.

Depois vieram as salas mais pequenas, quem no Barreiro não se lembra das quatro salas de cinema do Feira Nova, que permitiam ter mais variedade mas mudaram para sempre a natureza da experiência. 

Hoje em dia, a multiplicidade de plataformas existente faz com que todos tenham acesso a um sem número de titulos, valorizando as obras cinematográficas, mas modificando para sempre a experiência do cinema.

Neste contexto, decidi partilhar o meu conhecimento criando este blog onde irei ao longo do tempo expor as minhas opiniões sobre diversos filmes e séries de televisão. Não esperem uma atitude critica ou isenta, pois não sou critico de cinema e essa não é a premissa deste exercício.

Publicarei sim as minhas opiniões baseadas nos meus gostos e interesses pessoais. Como alerta informo que sou fã incondicional do James Bond e da Guerra das Estrelas. Gosto de quase todo os generos com exceção de filmes de terror.

Como em tudo, este blog será uma experiência dinâmica, suscetível de melhorias e aperfeiçoamentos inerentes a um processo em crescimento, no meio deste "Admirável Mundo Novo".

Espero que esta partilha possa ser utíl e que ajude a cultivar o gosto pelo cinema e pela cultura cinéfila.

 

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